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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Tragédia Real - O Retorno

Cenário: Céu
A rainha, a prima, o rei, o súdito e o motorista se encontram em meio às nuvens. Entre uma tossida e outra, o rei e a rainha se enxergam. Eles correm um em direção ao outro, até que se abraçam e se beijam, perguntando: “você está bem, meu amor?”. O súdito e a prima da rainha então, vão tirar satisfação do casal real, querendo saber que história era aquela de “meu amor”, já que ambos garantiam aos seus respectivos amantes que se mantinham juntos apenas para manter a aparência e a autoridade sobre o povoado, mas que não existia mais amor entre eles.
Então, quando o rei e a rainha ouvem o que a prima e o súdito dizem, eles começam a brigar. O céu vira uma falação só, até que entra um senhor de barba branca com uma bengala. Ele pára em frente deles, até que se irrita com aquela balburdia e berra para que todos fiquem quietos. É o motorista, que até então não tinha aberto a boca, quem toma coragem e questiona:
- Quem é o senhor?
- Eu sou o São Pedro. Inclusive, estava tentando consertar aquela bosta de encanação, que está inundando de forma desproporcional as diferentes partes do mundo, mas vocês só fazem merda lá embaixo, que acho que não tem mais jeito. Estou ficando louco com isso. Quando arrumo de um lado, dá vazamento em outro. Já em outro canto tento ligar, e não sai água nenhuma. E para piorar, Ele ainda saiu de férias e me deixou como responsável para distribuir os que entrarão em vosso reino e os que serão mandados lá para baixo.
Os cinco que ouviam São Pedro se olham, apavorados. Nenhum tinha moral para entrar no paraíso. São Pedro, porém, parece bastante confuso, principalmente porque ainda lamentava a derrota do São Paulo para o Santo André pelo Paulistão. Depois de seis meses, até o seu time do coração estava começando a dar problemas.
Um tanto atordoado, São Pedro acaba analisando as fichas dos cinco defuntos, passa os olhos rapidamente em todas elas, olha para aquelas caras de bestas em sua frente, e resolve simplificar:
- Olha, eu não tenho tempo a perder, enquanto estou aqui conversando com vocês, mais um temporal está devastando uma região do Brasil. Entrem todo mundo, só não vão fazer merda, senão mando vocês todos lá para baixo.
E São Pedro volta para o conserto das nuvens, que seguem derramando muita água em alguns lugares, e pouca em outros.
O tempo passa, e quando Ele volta das férias, encontra um Open Bar e todo mundo bêbado, tomando todos os tipos de bebidas alcoólicas possíveis. Antes de mandar pararem com aquela bagunça, a rainha empurra Ele, que caí sentado em uma cadeira. Ela monta em seu colo, e faz lembra-lo dos prazeres que Ele mesmo havia inventado, e que nem sabia o quanto era bom. Então, Ele resolve investir no ramo de bebidas, e a partir disso, todos os donos de bares estão indo para o céu, que conta com um lugar cativo para o inventor da cerveja. Após esses sucessivos imprevistos, Ele não teve mais tempo para se preocupar com as gazelas do mundo, mas, por consideração a espécie, colocou o seu cachorro Godofredo para vigiar os seus habitantes.

The End (Letrinhas)

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