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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Eu maleio, tu maleias, ele maleia...


Acabei de servir um copo de champagne Glamur em um copo de cerveja e agora estou olhando para aquela bunda arregaçada da capa do livro O Sofá, do Crébillon Fils, que estou penando para acabar de ler. Estou na página 215, o que significa que faltam 38 páginas para acabá-lo. No entanto, não estou nem um pouco a fim de falar sobre O Sofá. Estou ouvindo Perfeição, do Legião, "vamos celebrar a estupidez de quem cantou essa canção...", e ao mesmo penso sobre o que é amor e sobre as censuras que sofro, que me impedem de divagar sobre um monte de coisas e principalmente de certos seres vivos.
Sentei aqui com a seguinte interrogação na minha cabeça (além do que é o amor e das inquietudes da censura): será que as pessoas malas, sabem que são malas, ou elas nem desconfiam que 99% das outras pessoas as consideram malas? Também não vou ficar aqui divagando aqui sobre o que é um mala, já que todo mundo conhece ao menos um. Enfim, estava me perguntando se os malas sabem que são malas, contudo, não posso citar nenhum exemplo direto, já que isso resultaria censura e pessoas rezando para que meu cachorro me morda e me transmita raiva, ou que o mosquito da febre amarela me pique.
Agora, não que quem lê o meu blog possa ser mala, eu sei que nenhum leitorinho tupiniquim do meu blog é mala, mas todos os leitorinhos tem línguas poderosas, que podem levar esses textos até os olhos de um mala nominado. Entrementes, ninguém se sinta ofendido, até porque eu tenho consciência que às vezes sou bem malinha, inclusive, mais de uma vez algumas pessoas me disseram que eu sou gente boa somente quando estou dormindo...
É que (o champagne Glamur, podichique, está começando a fazer efeito) o problema, a meu ver, não é a pessoa ser mala. Todo mundo é um pouco mala, ou passa por momentos de malês. O problema, como ia dizendo, é quando a pessoa é muito, mas muito mala. Quando tudo o que ela faz é malear. E para malear há diversos significados: reclamar; resmungar; achar alguém para colocar a culpa; falar mal dos outros nas costas, e na frente ser completamente falso; ficar pedindo coisa para os outros, ao invés de levantar o rabo gordo e a própria mala ir fazer ou buscar o que precisa; se provalecer da boa vontade alheia; ficar agorando que aquilo que você mais tem esperança vai dar errado, enfim, ser um legítimo estraga-prazer e tagalera mal-humorado.
Todavia, como disse antes, todo mundo tem recaídas e faz uma dessas coisas às vezes, mas o problema é quando a (s) criantura (s) faz (em) isso o tempo inteiro! Não tem quem aguente. Isso me leva a loucura de tal forma que agora estou escrevendo sobre o ato de malear para desabafar, entendem? É quase como um grito de gol. O prazer só é maior quando a gente não aguenta mais, não encontrando argumentos para a pessoa parar de malear, e explode dizendo: "mas tu é mala, heim?". Cara, como faz bem dizer isso para um mala. É um quase orgasmo, dá para se dizer. Depois que você diz isso a um legítimo mala, ele pode até ficar brabo, beiçudo, falar mal de você, mas nada vai tirar a leveza que vai tomar conta de você. Eu disse NADA!
PS: acabei com o Glamur e se eu não aparecer com textos novos em cinco dias é possível que eu tenha sido assassinado (não pelos malas, mas pela dona do champagne).

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