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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Retro: Das Missões para o Rio de Janeiro


Acabei de ver “Meu nome não é Johnny” e lembrei-me do carnaval de 2005 que passei no Rio, e lembrei também que publiquei um texto no blog do meu amigo Mário, porém, não sabia se esse texto ainda existia. Mas como lembrava o nome do título do texto, achei-lô-o através do sempre eficiente google, e posto-lo-o aqui e agora, porém, sob a minha forte e inapelável censura para aquelas cenas mais pesadas. Se você quiser o texto na íntegra, que vá procurar no google também. Mas é o seguinte: vendo o filme fiquei me questionando qual o limite das coisas, sacam? Tipo, o cara estava curtindo, e entrou numas que não tinha mais volta, e quando ele se deu por conta, estava naquilo que o filme retratou: cumprindo pena num manicômio cheio de malucos psicopatas que haviam estripado mães, filhas, mulheres, homens, enfim, tudo que você imaginar. É um filme imperdível, apesar de que, conversando com várias pessoas durante esses anos todos, percebo que o próprio brasileiro tem preconceito com os filmes brasileiros, o que é uma pena, porque esse filme é realmente muito bom, além ter um caráter bem jornalístico (já que é uma história real) e também deve ser bastante citado nos cursos de Direito, já que aborda a questão humana dos julgamentos e talecoisa. Mas enfim, segue o texto, para a sua apreciação, ou desgosto...
Ah, e o texto foi publicado em 24 de fevereiro de 2005, ou seja, poucos dias depois de ter voltado do solo carioca.

Das Missões para o Rio de Janeiro
Rio de Janeiro. Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil! Rio de Janeiro. Cidade desespero. A vida é bela mas só vive quem não tem medo! Nas duas semanas em que fiquei no Rio de Janeiro pude verificar os dois lados desta cidade que assusta e ao mesmo tempo encanta. Tive a oportunidade de conferir de perto as belezas das praias de Copacabana e Ipanema, assim como pude sentir o clima de insegurança de Bonsucesso, cercada por morros e complexos de favelas, dentre eles o Complexo do Alemão e o Morro do Adeus.
A idéia de ir para o Rio surgiu quase que por acaso. Eu estava indo para Porto Alegre fazer um estágio na assessoria de imprensa do Sport Club Internacional, quando meu amigo carioca Vinícius Longo me enviou uma mensagem via Orkut dizendo que iria para a capital dos gaúchos participar do Fórum Social Mundial. Como eu estava alugando um apartamento para fazer o estágio, sugeri que ele ficasse lá durante o fórum, ao invés de ficar no acampamento. Isso já era início de janeiro. Foi então que surgiu a idéia de ir para o Rio passar o carnaval e ficar na casa do Vini. Mas vamos pular a parte do fórum (que já renderia muitas linhas) e ir direto ao carnaval mais famoso do mundo.
Embarquei no aeroporto Salgado Filho rumo ao Rio exatamente às sete da manhã, chegando lá por volta das oito e meia. Fica até difícil relatar qual foi a minha primeira impressão do Rio, porque o lanche que eu comi no avião me fez mal, e cheguei lá com muita dor de barriga e vontade de vomitar. Do aeroporto Galeão, pegamos um coletivo até Bonsucesso, e chegando lá tive que comprar alguma coisa para o estômago. Receitaram-me um remédio amarelo de gosto ruim, mas que fez com que me sentisse bem na hora. Rio de Janeiro, aqui estou eu! Com meu estômago 100% e pronto pra tomar todas! Mas a primeira noite em território carioca não foi de bebedeiras e tampouco de (censurado). Fomos na Imperatriz Leopoldinense conferir o último ensaio para o desfile das escolas de samba. Muito show. Realmente só o fato de conferir aquele espetáculo a alguns centímetros do meu nariz já valeu a pena. No fim, ainda tomamos um banho de chuva na hora de ir embora. Mas nada que estragasse a festa. Já a sexta feira foi um tanto inusitada. Fomos curtir o carnaval na Lapa, que tava muito legal por sinal, porém, assaltaram meu amigo Vinícius e levaram a carteira dele com todos os documentos. Resumindo, viramos da sexta para o sábado na 5ª DP. Foda-se. Sábado de manhã tinha o bloco Bola Preta na Cinelândia. Curti muito. Dormir? Que nada. É carnaval no Rio tchê! Saímos de lá e demos um pulinho no shopping em Botafogo, de onde foi difícil arrastar meu amigo Vinícius para o Maraca para assistir o Fla-Flu que não valia mais nada. Clássico para turista ver. Vi e curti. O jogo foi bom e de lá fomos para Bonsucesso comer alguma coisa, porque o carnaval estava recém começando! De noite fomos à Lapa onde tomei um trago muito foda. Começamos bebendo na casa do Tarso (professor do Vinícius) e saímos de lá tocando pandeiro e cantando marchinhas de carnaval invadindo todos os bares por onde passávamos. Mais tarde, fomos nas escadarias que vão para Santa Teresa (que não lembro o nome) e lá deu uma confusão, que só lembro do carinha andando com uma arma na mão no meio do povo. Eu que saí aqui do interior do Rio Grande do Sul não me assustei. Mas uma amiga do Tarso que estava junto se apavorou e me puxou pra longe das escadarias. Já era mermão, e acabei me perdendo do resto. Só lembro do Mineiro, outro amigo do Vinícius, ligando para ele pra me buscar ali perto. Entrei no ônibus olhei para o Vini e disse:
- Bah, preciso ir no banheiro.
- Que banheiro o quê, nós estamos no ônibus, pô!
- Mas bah, preciso vomitar.
- Pô, vomita ai!
Já era de novo! Fiquei uns 15 minutos vomitando pela janela do ônibus enquanto ele passava por aqueles arranha céus da Lapa e do centro do Rio. Às vezes ouvia alguém me chamando de “Fiadaputa”, mas eu ainda tinha fôlego pra responde “Vai se fude porra!”.
Já no domingo maneirei um pouquinho e praticamente não bebi nada no Terreirão do Samba e na Lapa. Na segunda, peguei uma praia em Ipanema e um bloco em Copacabana. Também fiz minhas compras de turista. Na terça, último dia de carnaval, tinha que aproveitar ao máximo. Assim como no sábado tomamos um trago na casa do Tarso antes de irmos para a farra. De lá fomos para a Lapa, onde novamente me perdi dos outros. Disse que ia dar uma voltinha a meia noite e só voltaram a me achar às cinco da madruga (foto quando me acharam). O que aconteceu nesse meio tempo, nem eu sei direito. Só sei que no outro dia acordei com um carimbo de alguma boate no meu braço e com um cartão de uma fonoaudióloga com o e-mail de uma tal de Sissa escrito à caneta. Tenho que mandar um mail pra ela pra perguntar quem ela é e o que houve. Já o resto que aconteceu, se eu fosse contar daria mais umas três páginas, então, fica para outra oportunidade. Logo após o término do carnaval fiz o roteiro tradicional de todo o turista, conhecendo pontos históricos e as principais praias. A cidade é realmente muito bonita, mas dá para sentir o clima de insegurança no ar. Os cariocas até reclamam disso, mas dizem que não trocam a cidade maravilhosa por nada. Em alguns momentos até senti uma dose de bairrismo por parte deles, mas nada muito diferente do que acontece em qualquer outro estado do Brasil. Afinal, tanto aqui quanto lá só sai ganhando aqueles que rompem com esse pensamento bairrista (que eu achava que era interiorano, mas pude ver que muitas vezes é mais forte nas capitais) e que ao invés de se estressar preferem aprender outras culturas. Sei que já escrevi além da conta, e que mesmo assim faltou muito do que eu queria dizer, mas tenho que agradecer ao Mário pela companhia no Rio e pelo espaço cedido em sua página e ao Vinícius e toda a sua família que me recebeu muito bem, além de todos os amigos que pude fazer ai. Fica o convite para todos (cariocas ou não) conhecerem Santo Ângelo, Ijuí, Porto Alegre e todo o Rio Grande. É isso ai tchê!

Como diria o gaguinho: por hoje é isso pessoal!

2 Comentários:

  • Sò to comentando aqui porque o Eduardo pediu pra eu comentar qualquer coisa, mesmo sem ler. Disse que seria um chamariz pros outros comentarem.

    Eu quase argumentei que nao, que nao faria diferença, mas o que é uma argumentaçao sensata e correta diante de uma mente atormentada pela fama?

    Façamos nosso trabalho, e que o resto se cumpra de acordo com as profecias.

    Aleluia!

    Por Blogger Zaratustra, às 12 de dezembro de 2008 às 17:01  

  • "se eu fosse contar daria mais umas três páginas, então, fica para outra oportunidade"
    A garota de Ipanema, né?
    hahahahahahahahahaha

    Essa eu contei aqui, todo mundo riu!
    Ai, ai, gaucho louco na terra dos sem noção, a cidade vai te adotar na próxima vez que você vir!

    Por Blogger Vinicius Longo, às 14 de dezembro de 2008 às 04:45  

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