.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

On the road Rio 2005 - Retro - Parte 4

Segue a história do Intercom 2005 no Rio. Na foto, a Barra da Tijuca:

Estava com as malas nos ombros, abrindo a porta, quando passa um carro pela rua com um maluco cantando, em ritmo funk, uma música mais ou menos assim: “Eu não tenho dinheiro! Eu quero dinheiro! Quem não der vai levar chumbo!”. Ele ficava só repetindo esse refrão, e a vizinha do Marcos ainda por cima gritou da janela: “Sai daí bandido filha da puta! Vai pedir dinheiro pra sua vó, o desgraçado!”. Não sei se era alguma brincadeira, mas larguei minhas coisas e esperei o dito carro passar. Quando a música já não entrava mais na casa, resolvi sair. Sai, e acho que o susto que tomei foi a toa, já que a rotina da rua estava normal, com crianças brincando no pátio das casas vizinhas, e pessoas andando calmamente pela rua. Sai galopando rumo a parada de ônibus, onde peguei a van com destino ao centro. Passei pela Linha Vermelha, e lembrei de tudo que já vi e ouvi falar no noticiário nacional sobre aquele lugar. O Marcos me explicou que na verdade a Linha Vermelha nada mais é do que uma estrada construída para facilitar o trânsito para os veículos que circulam da zona norte para o centro, e vice-versa. Quando falei lá em Ijuí que onde eu ficaria teria que passar pela Linha Vermelha foi como se eu dissesse que estava indo para o Iraque. E agora lá estava eu, circulando pela Linha Vermelha na mais bela tranqüilidade, assobiando Carnaval em Veneza olhando a vista pela janela da van com uma linda cara de Garfield. Na verdade, todos dentro da van estavam com a cara zen. Desci na Presidente Vargas, perto da Candelária, e quando entrei na Rio Branco encontrei a gurizada que estava saindo do hotel. Eu disse que ia almoçar antes de sair, e só o Dante aceitou me esperar. Almocei em um restaurante no centro, e de lá fomos para a UERJ. Naquele dia não tinha nada de especial lá, então resolvemos ir para a Floresta da Tijuca. Perguntamos ao guardinha da UERJ como se fazia para chegar lá, e ele disse para que pegássemos o metrô, descêssemos na Estácio, e de lá fossemos para Saens Peña. Pela explicação dele parecia difícil, mas foi fácil. Quando descemos na Tijuca, perguntamos para outro guardinha como fazíamos para chegar na Floresta, e ele mandou a gente subir até a rua, atravessá-la e pegar qualquer ônibus que tivesse escrito Barra da Tijuca. Fizemos exatamente o que ele disse, mas o dito ônibus não passava. Resolvemos perguntar para um senhor, que aparentava ter mais de 70 anos, se era ali mesmo que pegávamos o busão para a Floresta. Ele disse que o ônibus que ele ia pegar passaria lá, então fomos junto com ele. Após muitas subidas e curvas (como o Rio tem subidas e curvas!) chegamos em um lugar bem alto, onde ele mandou que descêssemos. Chegamos na Floresta às quatro e meia da tarde, mas o porteiro disse que fecharia às cinco. Perguntei se dava tempo de fazer algo e ele respondeu:
- Olha, você pode ir com seu amigo até a Cascatinha, tirar umas fotos, conversar dois minutos e voltar.
Só do caminho da entrada até a Cascatinha já me amarrei no lugar. Chegamos na dita cascata, só que não tiramos fotos porque nos faltava a máquina.... mas conversamos mais de dois minutos e fomos dar uma olhada em uma lojinha para turistas que tinha ali perto. Voltamos até a entrada da Floresta e resolvemos ir à praia. O porteiro nos orientou:
- Negócio é o seguinte: peguem qualquer ônibus escrito Barra, andem uma meia hora, que é a praia.
- Beleza.
E lá fomos nós pegar o Barra de novo. Quando descemos o morro e chegamos em algo que cheirava a praia haviam se passados apenas 15 minutos. Resolvi perguntar para o cobrador:
- Aonde a gente desce para ir à praia?
- Praia? Ih rapaz, vocês tinham que ter descido na parada anterior. Agora desçam na próxima, atravessem esse viaduto que estamos passando e dobrem para a direita.
Fizemos o que ele havia dito, e finalmente chegamos na praia. Molhamos o pé no mar, olhamos os prédios magníficos que ficavam se exibindo de frente para o mar, sentamos em um dos vários quiosques que tem na beira da praia e tomamos água de coco. Bebemos tudo em silêncio. Não sei no que o Dante pensava, mas eu só pensava na (censurado), e em como seria bom estar (censurado). O silêncio foi quebrado depois de uma meia hora de reflexão com um “vamo embora”, seco dito por ele. Eu concordei, e depois de uma hora e meia dentro de um ônibus chegamos no centro. De noite ia ter festa na Mangueira, só que a galera não ia ir. Consegui convencer apenas o Dante e o Huguinho a irem comigo. Chegamos lá, e o Fernando já estava sambando feito um loco no meio de umas mulatas gostosas.
(segue)

2 Comentários:

Postar um comentário

<< Home