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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O segredo que todo mundo sabe

Vou quebrar um pouco as histórias do Intercom no Rio 2005, para coloca esse texto que escrevi após a vitória do Inter contra o Boca, para não perder a validade. Até domingo prometo postar a segunda prte do On The Road Rio 2005-Retro. Aí vai:

O Inter, na minha opinião, é o melhor time do Brasil, e isso ficou claro contra o time B do Boca Juniors. Não é pelo simples fato de ter vencido o time reserva do clube mais tradicional da América Latina e um dos principais do mundo. Não senhores. É porque o Inter, do teimoso Tite, tem pelo menos quatro jogadas que sempre, quando impostas sobre o adversário, dão certo. Ou quando uma não dá certo, as outras dão. Ou senão, três falham, mas uma dá certo. E é isso que, historicamente, sempre marcou as equipes vencedoras do futebol brasileiro. Porém, todavia, contudo, o Inter chegou a esse nível muito tarde no Brasileirão, quando este já estava pela metade, e por isso não acredito que o colorado chegará ao G-4. São sete pontos que devem ser tirados em relação ao quarto colocado em oito rodadas. Até acho que o Inter vai fazer muitos pontos, mas não acredito que os quatro primeiros vão tropeçar tanto assim.
Pois bem, mas vamos a questão das jogadas. Primeiro, como disse antes, todos os times vencedores do futebol Brasileiros tinham jogadas manjadas que sempre davam certo. O Grêmio, do Felipão, tinha o cruzamento para o Jardel, as faltas do Arce e do Goiano, e a ciscada do Paulo Nunes. Todos os adversários sabiam disso, e mesmo assim levavam gols desse jeito. Depois, o Felipão levou toda a turma para o Palmeiras, e foi campeão da Libertadores 99 pelo alviverde. O Inter, campeão da América, tinha o Rafael Sobis, e o plano B era o Fernandão, e sempre um ou outro dava certo. Quando não dava, como no caso da final contra o Barcelona, era usado o plano Z, que no caso foi o Gabiru, e a bola entrou e o Inter foi campeão do Mundo. O Vasco, campeão da América em 97, a mesma coisa. O Edmundo fazia carnaval na defesa adversária e marcava gol atrás de gol. O Grêmio, campeão do Mundo de 83 fazia a mesma coisa com Renato Gaúcho, e o Inter dos anos 70 tinha pelo menos umas 10 jogadas que sempre davam certo. Os times que tinham o Romário, também era sempre a mesma história. Todo mundo sabia que não podia deixar o baixinho livre, mas ele sempre achava um jeito de ficar na cara do gol e cutucar a bola para o fundo das redes.
E o Inter, esse Inter que venceu quarta-feira o Boca no Beira-Rio, tem quatro jogadas clássicas. As três primeiras, falharam. A jogada em cima do Nilmar, que é o melhor atacante que joga em clubes brasileiros, não fez nem cócegas na zaga reserva do Boca. O cruzamento para o Índio, que o Roth ainda não descobriu como marcar, também não funcionou. E o D’Alessandro, que por si só já é uma jogada, incomodou, deu janelinha, bateu na trave, mas não conseguiu vencer o goleiro Javier. Mas a jogada mais clássica do Inter, a que sempre tem funcionado, é aquela em que o Alex pega a bola, vai indo, indo, indo, e quando todo mundo pensa que ele está desequilibrado e que não vai ter força para o chute, POW, ele acerta um tirambaço e marca. No jogo contra o Boca ele já tinha obrigado Javier Garcia a fazer duas lindas defesas, mas no terceiro e no quarto chute não deu para o Boca e deu 2 a 0 para o Alex.
Digo mais: todo mundo sabe essa jogada. Eu sei, vocês sabem, os adversários sabem, até o Dunga enxergou isso! Mas mesmo assim, no próximo jogo do Inter, o Alex vai fazer a mesma e manjada jogada. Vai ir quase caindo, trombando com os marcadores, e vai chutar de longe, e a bola vai indo, indo, indo, até que, como diria o Paulo Nunes “iu” e morreu no fundo do gol adversário.
Para finalizar, também acho que o Inter é o melhor time do Brasil porque não vejo nenhuma outra equipe com jogadas características que volta e meia funcionem. Isso ficou claro no grenal dos 4 a 1. No caso do Grêmio, por exemplo, a arma é o Tcheco. Com Tcheco em campo, o tricolor vence, tem equilíbrio, e é por isso que eu acredito que o Grêmio pode vencer o Cruzeiro em Minas e o Palmeiras em São Paulo. E também é por tudo isso que acho que dessa vez o Inter passa pelo Boca. É aguardar para ver.

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