Loucos e loucuras
Bom, queria falar aqui hoje de dois assuntos. Ou melhor, corrigindo, eu não só queria como vou falar aqui de dois assuntos: do PM paulista que dançou mambo e a periquita, e da formatura dos meus amigos (ou inimigos?) Lara e Arion, amanhã.
Vou começar falando do referido policial. Virei fã dele. A primeira vez que vi as imagens foram no Fantástico do último domingo. Estava jogando canastra, quando apareceram aquelas imagens cômicas. Eu me matei de tanto rir, enquanto outros ficavam indignados. Mas pô, deixa o cara dançar a periquita e dançar mambo. Faz tão bem. Experimente você fazer isso aí na sua casa. Ou no trabalho, mas nesse caso, não filme. Ou até pode filmar, porque daqui uns dias esse PM aparece como novo apresentador da Rede TV ou da Record. Mas enfim, como já disse o David Coimbra certa vez em uma de suas crônicas, ver que uma pessoa está feliz irrita as outras pessoas. Ainda mais se ela estiver no trabalho. Tem que mostrar serviço. Tem que sofrer. Tem que estar fazendo alguma coisa o tempo todo, senão você não é visto como útil. E a sua alegria, como foi no caso do policial, certamente irritará aqueles que estiverem infelizes e irritados com as suas vidas. Faz algum tempo que comecei a discutir com uma pessoa a minha felicidade no meu emprego, no meu namoro e no mestrado, e ela teimava e brigava dizendo que eu pensava estar feliz, mas que eu não estava feliz, e que eu só descobriria minha infelicidade no futuro. Porra, então deixe que eu pense que estou feliz, que pra mim está ótimo, e futuro que se foda. Até hoje me pergunto porque dediquei tanto tempo para aquela discussão (que deve ter durado uns 20 minutos, até que mandei ela se afumenta). Enfim, sejam como aquele PM, dancem e dêem risada que faz bem para a saúde (ó Gérson: mais um pouco de auto-ajuda paulo coelhana, apesar de não ler o orelhudo).
Agora vou falar um pouco sobre a formatura da Lara e do Arion. Bom, para falar a verdade estou com medo, principalmente porque sei que sofrerei um atentado de assassinato com ovos. Os dois prometeram que haverá comida sem ovos em ambos os coquetéis. A líder revolucionária Lara Nasi chegou a me prometer uma mesa só para mim, com doces e salgados sem ovos. Suspeito. Muito suspeito. Mas vamos lá. Provavelmente haverá várias câmeras filmando o momento em que eu engolir o primeiro doce com ovo e todas as minhas reações alérgicas serão transmitidas ao vivo para o mundo inteiro, da mesma forma que transmitiram o ataque de 11 de setembro, e essas mesmas câmeras ficarão me focando até eu dar o último suspiro. E certamente outros traidores estarão lá para fotografar o meu corpo e vender para os principais jornais do país e do mundo por telefone celular na mesma hora. Já vejo meus olhos esbugalhados estampados na capa do New York Times na edição de segunda-feira. Aliás, o livro que estou lendo chama-se Mídia e Terror, do meu professor Jacques Wainberg, muito bom, que fala justamente da utilização da mídia por parte do terrorismo. E é exatamente isso que eu suspeito que os terroristas do ovo, Lara e Arion, estão fazendo. Eles querem assustar um grande número de pessoas com a morte cruel de um inocente. Para isso, eles atrairão a atenção da mídia mundial para apresentarem suas reivindicações ao mundo. O terrorismo é assim: crimes cruéis que chamam a atenção da mídia e a conseqüente publicidade. Negativa, é verdade. Mas antes a publicidade negativa do que publicidade nenhuma, diria o Jacques.
Depois disso talvez você esteja perguntando o que o PM tem a ver com a Lara e o Arion. Eu respondo: fora o fato de todos eles serem completamente loucos e bem humorados, nada. Ou tudo. Sei lá, tire você as suas próprias conclusões.
Um estudante se aproxima de mim e pergunta:
- O que é preciso para ser escritor?
- Dinheiro.
- Dinheiro?
- É. Dinheiro.
- Como ãnsim?
- Com um pouco de dinheiro você pode escrever um monte de merda e pagar para as editoras publicarem. Se você tiver um mínimo de talento, ou talvez sem talento nenhum, você compra espaço na mídia e terá seu rostinho lindo estampado em revistas e jornais e concederá entrevistas às rádios e emissoras de TV e será eleito patrono de alguma coisa. Já sem dinheiro, você pode ser um bom escritor, mas não será publicado. A não ser que seja completamente louco, como Bukowski, Picasso e Keroac, ou se tiver muito, mas muito talento e muita força de vontade, como aconteceu com o Erico Verissimo. No primeiro caso, você só ficará famoso depois que morrer pobre em uma noite gelada deitado entre quatro cachorros de rua, que serão a sua única companhia. Ou senão, só se tiver muita, mas muita sorte. Entendeu?
- Hmmmmm. Mais ou menos.
- Você tem dinheiro?
- Sim.
- Seu pai é rico?
- Sim.
- Ah, então não precisa entender mesmo... Só escreva e publique. Pronto.
4 Comentários:
Dudu, mas que boa idéia que tu nos deu!
Adorei o lance do Mídia e terror... Viva a publicidade! uhuuu!
E pensando bem, nem vai ter mesinha reservada pra ti nem nada... se não vai parecer intencional demais.. e eu QUERO CHORAR EM FRENTE ÀS CÂMERAS!!!!! hahahahahahaha
Aguardo ansiosa tua presença! Tenho certeza que o Arion também!!! ( risadas diabólicas aqui! HUAHAUAHUA)
Por Mercedes Mirabal, às 12 de setembro de 2008 às 12:44
concordo com meu primo gérson!!!
maldita mídia
vamos acabar com tudo
viva la revolucion!
Por Carolina, às 13 de setembro de 2008 às 11:51
é isso ai', ou nao, e vice-versa, quem sabe.
to tentando voltar a acessar a net, mas é muito euro pra pouca hora. a principio, 1x/semana.
a gente se fala
Por Zaratustra, às 15 de setembro de 2008 às 02:53
Traste, me responda algo: morreu?
Ou vc não comeu aqueles salgados? Droga...
Por Espaço Diverso, às 15 de setembro de 2008 às 10:40
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