A chave da felicidade! Adelaide, minha dama paraguaia!
Depois de ler centenas de livros sobre os mais variados temas, de conhecer milhares de pessoas através do jornalismo, com entrevistas, conversas, ouvir e fazer mais uma penca de entrevistas através do rádio, de ter conhecido milhares de pessoas durante anos no colégio, alguns na faculdade, muitas viagens, muitas amizades de uma noite só e de uma vida inteira, cheguei a conclusão que finalmente sei como é possível ser feliz! Na verdade, trata-se de uma dicotomia entre a teoria do escritor americano Willian Somerset Maugham, que não acredita muito no “bicho homem”, e a letra do Renato Russo: “é preciso amar todas as pessoas como se não houvesse amanhã”.
Pois é justamente isso! Para você ser feliz, você não pode esperar nada de ninguém, porque todas as pessoas a quem você depositar o mínimo de confiança, ou pior ainda, se essa pessoa te prometer alguma coisa, qualquer coisa que seja, acredite: você vai sofrer, e, conseqüentemente não será feliz. Nã-nã-ni-nã-nã! A sua vida, muito pelo contrário, se tornará um inferno! Portanto, não desconsidere tanto a teoria de Maugham, e não confie muito em um ser humano. Porém, você desconsiderar totalmente a humanidade e pensar que todos, absolutamente todos, inclusive você, nobre leitorinho tupiniquim, são seres inconfiáveis e que não valem a pena receber a o mínimo de atenção, também não resolve. Você precisa de amor, nobre leitorinho. Amor! Mas como amar pessoas a quem você não pode confiar? Que te falam, te juram que farão as coisas de certa forma, e depois fazem tudo ao contrário. E pior, que ainda te cobram que tenha atitudes coerentes? Hã, hã, hã?
Simples, não espere nada delas. Não espere inteligência, não espere dedicação, não espere atenção (se ela não te der, mande catar coquinho e converse com o primeiro louco que aparecer na esquina), enfim, não espere nada! Apenas ame. Mas ame, principalmente, a você mesmo! Viva a vida! Saía, conheça pessoas novas, dance, beba, dê muita risada, abrace, beije, trepe, saia pulando pela rua numa quarta-feira de tarde gritando “uhuuuuul”, enfim, surte!
Cante “piuí, piuí, piuí abacaxi, chove, chove, chove... chove por aí!” Siga o trem da alegria pô! Faça as outras pessoas rirem, e quando elas te chatearem, não se chateie, dê muita risada. A vida é muito curta para se estressar com qualquer pessoa. Mas também não estou dizendo para ser um banana! Seja esperto! Mas seja esperto sem estresse. Enfim, seja uma criança e cante uni-duni-duni-tê, ô-ôô salameminguê, sorvete colorê!
Comecei a pensar nisso por vários motivos, agora a pouco, tomando suco de uva de saquinho e assistindo a Hebe Camargo (programão!). Pois é, vendo isso tudo, comecei a pensar na vida, já que fazer isso é como estar cagando, e é na privada que a gente têm as melhores reflexões acerca de temas filosóficos e psicológicos. Bom, primeiro, pensei em uma situação que aconteceu recentemente em que fiquei muito decepcionado com uma pessoa na qual eu tinha uma admiração incrível, mas que, simplesmente, tentei entender a atitude dessa pessoa. Depois, lembrei, obviamente, do Aranha. Ê saudades do velho Aranha! Se eu lhe contasse o que aconteceu, ele ergueria o copo, soltaria uma de suas sonoras e incentivantes gargalhadas, e diria: “vamos beber e vamos celebrar!”. Eu perguntaria “o quê, se estou puto da vida”, e ele diria “não sei, mas vamos celebrar para sermos felizes!”. Um brinde a felicidade!
Depois, lembrei do caso de um colega meu, que quebrou a perna e quase teve que fazer uma cirurgia porque se descontrolou e deu um chute numa porta. “Nesse dia, eu cheguei a entender o que se passa na cabeça de alguém que, num momento de descontrole, mata outra pessoa, e depois que a vê morta, entra em pânico. Há coisas que acontecem onde o ser humano se mostra tão podre, tão sem moral, que você esquece tudo o que já viu até então e se deixa tomar por essa raiva momentânea. Eu nunca tinha sentido isso na vida”. Bom, eu não tive coragem de perguntar ao meu amigo, que já deve estar na casa dos 50, o que foi de tão grave que aconteceu, mas para tentar amenizar um pouco a cara de inconformidade que estava estampada em seu rosto, eu tentei contar uma história minha, que não sei se ajudou muito: “bem, eu uma vez passei por uma situação parecida. Tinha uns 15 anos e fiquei tão fulo, que dei um soco em uma porta de vidro de um armário e cortei o pulso. O médico disse que por pouco eu não perdi o movimento da mão direita”. Disse isso e mostrei a minha cicatriz no pulso direito. Ele ficou me olhando, balançando a cabeça positivamente, como se dissesse “a paciência de todo o ser humano tem um limite”. Mas, depois de refletir sobre tudo isso, cheguei a conclusão de que não adianta você se descontrolar, brigar, chorar, gritar, berrar! Conte até mil, pense em todas as circunstâncias, respire fundo, e siga em frente! Sorria! Olhe para o horizonte! A vida está aí, se exibindo diante de seus olhos!
Se você não é acostumado a ter belas paisagens à sua frente, como eu, que não moro em uma praia, e que sempre digo que a única paisagem que eu vejo na minha cidade é a minha namorada, que graças ao bom Diós, é minha, pense no Erico Verissimo (daqui a pouco vão dizer que estou enchendo o saco com o Verissimo, mas, pô, o cara escreveu muito, no tempo da máquina de escrever, e textos bons!). Estava lendo o livro “Um certo Henrique Bertaso”, um livro biográfico que ele escreveu em homenagem ao ex-editor da Revista e Editora Globo, na qual ele conta que escreveu o primeiro volume do Tempo e o Vento, simplesmente uma das obras mais clássicas e boas da história da literatura brasileira, da seguinte forma (vou colocar uma citação, porque as palavras dele, como era de se esperar, já dizem tudo):
“Escrevi o primeiro volume de O Tempo e o Vento no meu gabinete da Editora, com uma única janela sem paisagem que dava para os fundos do tradicional ‘restaurante da Dona Maria’, cuja cozinha despejava todos os seus cheiros, tanto os bons como os maus, naquele eubículo onde um homem procurava criar o seu mundo de ‘faz de conta’”. Antes de seguir, só um comentário: na época dele era o restaurante da Dona Maria, hoje são “as machorra da Riachuelo” – não que sejam no mesmo lugar, só uma comparação mental do momento.
Por fim, é justamente isso que se precisa para ser feliz! Usar a imaginação, pô! Algumas coisas fundamentais para uma vida tesuda: ter paciência, amar as pessoas (algumas com tesão), ter consciência de que grande parte não tem a mínima idéia do que estão fazendo nesse mundo e que, por conseqüência, são gananciosas, mentirosas e muitas vezes podres, mas que ao mesmo tempo são interessantes, são bonitas, são envolventes, são espetáculos que não estão escritos em livro nenhum e não estão representados em nenhuma tela de cinema. E tenha consciência de que o seu lado triste, fútil, amargo, nostálgico, saudoso, reinento, depressivo, faz parte do processo construtivo da felicidade (essa foi bonita, heim? Momento apoteótico). Um brinde a felicidade!
Ah, e novamente usei a minha irmã para ilustrar como uma pessoa pode expressar um momento de pura alegria. É assim que ela fica todas as quintas-feiras, quando eu vou posar na sua mansão para as aulas do mestrado. E abaixo, segue a foto de outra pessoa muito feliz, e que não foi o inventor da teoria da felicidade, mas ficou muito famoso!
3 Comentários:
não tinha uma fotinha melhor? tah loco irmão q nem tu não preciso de inimigo... escreva livros de auto-ajuda hahahaha e... conte o pq vc deu um soco no vidro
Por Carolina, às 10 de junho de 2008 às 14:08
É verdade, é bem auto-ajuda isso aí. O título correto daquela música do inimigos do rei é "minha anã paraguaia". E pra finalizar, eu trocaria aquelas duas frases do Maugham e do Russo por uma dos Engenheiros: "É preciso fé cega e pé atrás".
Paulo Coelho que se cuide!
Por Zaratustra, às 11 de junho de 2008 às 12:50
"Por fim, é justamente isso que se precisa para ser feliz! Usar a imaginação, pô!"
Estranho... mas a imaginação tb pode levar à falsos paraísos e até ao pior "deserto do mundo real." Veja a situação de alguns religiosos felizes, só pq tem a imaginação aguçada.... hahah
Mas é isso! Vamos comemorar nossa capacidade de comemorar! Saúde!
Por BrnLng, às 18 de junho de 2008 às 13:54
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