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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Amnésia


Antes de começar este texto, quero explicar que todos os textos abaixo foram escritos inspirados na dica do F. Fraser Bond, em Introdução ao Jornalismo (p.65), dizendo que o candidato a bom repórter e escritor deve escrever simplesmente o tempo todo! Eis o pensamento do Bond, que não é o James:
“O jovem repórter deve fazer a caminhada por si mesmo. Deve escrever, escrever, escrever. (...) O jovem repórter deve praticar constantemente, sem limitar-se a seis ou oito horas por dia. Pode trabalhar, se quiser o tempo todo”.
Simples e fácil. Em outro trecho, ele fala sobre o leitor, e constata (isso década de 50, imagina se for pensa agora) que o nobre leitorinho quer textos curtos e... fáceis! Ora, pois, vejam vocês. Como pretendo escrever, escrever, escrever, vou dividir o post de hoje em... vários posts curtos!! Tudo para facilitar a vida de você, nobre leitorinho tupiniquim!
Pois bem, mas a moleza também tem limite, então o primeiro será escrito juntamente com tudo isso que eu vinha falando...
Cheguei hoje de madrugada de mais uma ida e volta de Porto Alegre para a aula de mestrado. Em outros posts vou comentar sobre a aula, os assuntos dela, a entrevista com o José Aldo Pinheiro, e muito mais. Mas vou começar pelo princípio. Ou seria pelo fim? Vou começar pela mensagem que acabo de receber da minha irmã no orkut:
“Malinha, tu esqueceste a tua bermuda, camiseta e cueca aqui huahuahuahauahua”.
Bom, corrigi as imperfeições gramaticais da minha nobre irmã, mas não me dei ao trabalho de alterar os “auhauhauhauhas”. Acho que estou adquirindo um sério problema de memória. Sempre ouvi falar que quem lê demais fica louco, e estou começando a acreditar nisso.
Antes de eu ir para Porto Alegre, quando minha mãe estava me levando na rodoviária aqui de Santo Ângelo, quando ia descer do carro lembrei: “a passagem de volta, caramba!”. Faltavam cinco minutos para o ônibus sair e tive que ir pelo atalho que passa pelo Harmonia (meu bairro vizinho, uma espécie de Cruzeiro ou Rocinha em proporções muito menores, é claro) a mil por hora para pegar a tal passagem, que na verdade é o Vale Plus, que troco na rodoviária de Porto Alegre por uma passagem, mas isso já é outra história. Enfim. E na penúltima vez que fui, se não me engano foi no dia 8, quando a minha namorada foi me levar, aconteceu o mesmo. E todos os dias quando eu vou para o jornal, ando meia quadra, coloco as mãos no bolso e vejo que esqueci o cartão ponto ou o celular ou uma das minhas três agendas em casa, e tenho que voltar.
Minha mãe se indigna, acho que faço de propósito, mas juro que não é. Simplesmente não lembro, pô. Minha memória é curiosa. Guardo palavra por palavra de um diálogo, lembro a história de livros que leio, mas principalmente situações vividas (a maioria banais), porém, não lembro desses detalhes do dia-a-dia. Na aula de quinta, além da sala de aula, passei pela biblioteca, pelo PPGCom da Famecos e pelo bar. Em um desses lugares esqueci meu guarda-chuva. Voltei para o apartamento da minha irmã ensopado e fui para o Carrefur comprar um guarda-chuva. Bom, como não tenho cartão de crédito e confesso que sou analfabeto em questões bancárias (prefiro pagar em cash do que me endividar), minha irmã me deu o cartão dela (já que, para variar, não tinha grana para o meu novo investimento) e ela disse “quando a mulher do caixa perguntar ‘crédito ou débito?’ você responde: ‘põe no crédito’”. Quando eu cheguei no caixa para pagar aconteceu exatamente o que a minha irmã tinha previsto. A caixa levantou a sua cabecinha redonda, sorriu um sorriso colgate amarelado, e me questionou: “crédito ou débito?”.
Deu-me um branco no pensamento, eu raciocinei por um segundo antes de responder, com ar grave: “acho que é débito”. A mulher fez aquela cara clássica que o Garfild faz quando olha para o Odie e tentou uma, duas vezes e nada. Eu ali, assobiando “o tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa”, até que ela me disse:
- Vou tentar no crédito.
- Uhum – respondi com ar de burrinho.
- Deu. Era crédito – disse ela.
Eu ainda desconversei:
- Ah, faz pouco que tenho esse cartão, sabe como é.
Ela riu infantilmente, peguei minhas sacolas com toda a calma do mundo e fui-me rumo a chuva.
Quando cheguei em casa, ou melhor, no apartamento, vi que no cartão estava o nome da minha irmã, então percebi que não tinha colado aquela do “tenho o cartão há pouco tempo”, mas enfim, o importante é que havia chegado em casa são e salvo.

Teve outra vez que cheguei em Porto Alegre e peguei o táxi rumo à residência da minha irmã, e por acaso estava levando um rancho para ela em uma sacola separada. Mas o taxista espertamente puxou assunto sobre a eliminação do Grêmio na Copa do Brasil para o Atlético-GO em pelo Olímpico, e ele me contou que estava lá e havia sido testemunha ocular de tudo o que aconteceu, e quando cheguei no apartamento da minha irmã tirei as coisas do táxi, menos..... bem, você sabe.
E agora essa, esqueci algumas roupas lá. Acontece, sabe como é. Deve ter outras coisas que esqueci nos últimos dias, só que... bem, só que não estou lembrando agora. Daqui a pouco eu lembro. Seguem os outros posts:

6 Comentários:

  • eu tbm esqueço de tudo ... sempre. Mas eu sempre fui assim. Esquecia trabalhos de escola, e depois, na faculdade, esquecia de levar os trabalhos.....na pós, esqueço meus cadernos, livros e anotações.
    Acho que vou ter 90 anos e estarei lá...esquecendo das coisas. hehe.

    Por Blogger Aline, às 30 de maio de 2008 às 20:25  

  • Cara, acho que isso é um mal de família. Esqueço de tudo, tanto que chego ao ponto de escrever num papel uma coisa importante que lembrei no momento e depois releio e nao entendo o que era pra fazer.

    Chegará o dia em que colocaremos papéis colados nos objetos contendo o nome de cada coisa, mas não saberemos o que é aquela coisa, como já previu o García Márquez no livro dele.

    E eu até queria ganhar um carro no final de ano, mas vou comentar só uma vez pelos 4 posts. Vida longa ao Jimbo!

    Por Blogger Zaratustra, às 30 de maio de 2008 às 20:28  

  • normal todo mundo esquece algo alguma vez na vida

    Por Blogger Unknown, às 30 de maio de 2008 às 21:16  

  • huahuahuahauhu
    o pai diria q tem q internar!!!
    tah loco nehh dudu
    e qm falando em erros gramaticaiss
    seu bobão
    princípio tem acento!!!!
    bem diver teu texto
    principalmente pq eu estou nele
    hahahahaha

    Por Blogger Carolina, às 31 de maio de 2008 às 11:49  

  • .... e qdo chegares aos 60, 70, 80 ou mais anos? como será? rsrsrsrs
    td acentua c/a idade, sabias?
    um beijão da mainha

    Por Blogger Nara Miriam, às 1 de junho de 2008 às 14:24  

  • hahahahahah
    meu deus ritter!!!
    tive q comentar esse post
    (eu leio todos os posts... eu juro... só naum comento)
    muito bom! ri muito!
    eu tbm esqueço d TUDO!
    pricipalmente quando tenho muita coisa pra fazer... daí esqueço mil coisas... heheh
    BjO

    Por Blogger Daniele, às 1 de junho de 2008 às 18:33  

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