O dia em que a Martha Medeiros me chamou de paranóico
Atendendo aos milhões de pedidos que recebi de três antontem para hoje que ultra-lotaram a minha pequena caixa de e-mails, vou contar rapidamente como foi que a Martha Medeiros me chamou de paranóico.
Era uma manhã cinzenta e obscura de um dia que saía a coluna da Marta na ZH (terça, quarta? Não lembro agora). Parecia que estava escrito em algum lugar que aquela tragédia grega iria acontecer. Levantei indisposto, com dores de cabeça e um embrulho no estômago, mas segui para o jornal, fazer o quê? Chegando na redação, abri minha caixa de e-mail, e havia milhões de mails de leitores que estavam reclamando que eu havia esquecido de colocar acento na palavra “doméstica”. Depois, tocou o telefone e estavam cobrando uma parcela atrasada de uma chaleira que comprei em 12 vezes. Em seguida, derrubei o copo aqui na redação, que se espatifou no chão, virando mil pequenos cacos de vidro. Quando achei que não tinha mais o que acontecer de errado, minha barriga fez um URGHGHGHG e tive que ir correndo para o banheiro. Ao voltar, resolvi ler a coluna da Martha Medeiros na Zero Hora para tentar melhorar o meu dia, e eis que a coluna dela estava ótima. Não lembro agora sobre o que era, mas era sobre algo muito importante e que mudou a minha vida para todo o sempre.
Foi então, nesse exato momento, às 10 horas 24 minutos e 58 segundos que tive a infeliz idéia de escrever um e-mail elogiando o grandioso texto. Mas, fui ver o endereço dela na página da ZH, e ele era do Terra. “Como assim do Terra?”, pensei comigo mesmo. Fiquei desconfiado. Escrevi o e-mail sem a certeza de que ela mesma iria recebê-lo. Hoje em dia tem produção para tudo, para todo o tipo de programa de rádio, para colunistas de jornais, para missas, para padres, para curandeiros, enfim, para tudo mesmo. Então, quem me garante que aquele e-mail seria recebido por ela? Escrevi essas minhas dúvidas no e-mail, ao mesmo tempo em que a elogiei e mandei link dessa graciosa coluna, que provavelmente ela não abriu (talvez a conclusão final dela não esteja completamente errada...). Ela respondeu dizendo que eu errei, que era ela mesma que lia e respondia todos os e-mails e que não contava com nenhum tipo de produção ou assessoria. All right. Respondi feliz da vida que ficava muito lisonjeado em ter recebido um e-mail dela, escrito com os dedos compridos daquela mulher alta e de sorriso e carranca fáceis, mesmo sem ter certeza de que ela era ela. Foi então que recebi a seguinte resposta, escrita pelos mesmos dedos compridos e unhudos:
“Quanta paranóia Eduardo, te liga”. Tu vês. É assim que os escritores de hoje em dia tratam os seus nobres leitorinhos tupiniquins. Mas é a vida.
Aliás, aproveito para responder algumas poucas críticas que recebi por ter comparado a minha amiga com a Martha. Bom, vou usar a mesma resposta que a aclamada Martha me deu: “se liguem”. E se não gostaram, reclamem pra Marthinha!
4 Comentários:
"Não lembro agora sobre o que era, mas era sobre algo muito importante e que mudou a minha vida para todo o sempre."
Importantíssimo, por sinal, eheh. Na verdade o que mudou tua vida é que ela te chamou de paranóico.
Por Zaratustra, às 20 de maio de 2008 às 17:40
ou não?
Por Zaratustra, às 20 de maio de 2008 às 17:40
Dudu, minha história é mais bonita! Eu escrevi um e-mail que nem foi pra elogiar um escritor, foi pra criticar mesmo. Era o Tutty Vasquez, no tempo que existia o No Mínimo, que falou mal da Heloísa Helena. hehehe
Eu reclamei. Ele respondeu no mesmo dia e na semana seguinte eu era o tema da coluna semanal dele: disse ele que sentia falta de leitores assim, que SABIAM criticar educadamente, em tempos em que todo mundo sai baixando o pau!
hahahah
A Martha Medeiros é que é louca! (o teu caso nem precisa de discussão né!)
Por Mercedes Mirabal, às 31 de maio de 2008 às 16:57
E agora quero meu nome concorrendo ao carro! Duas vezes, diga-se. Mas diga-me, será um CARRO ou um fusca (se não nem concorro!)
Por Mercedes Mirabal, às 31 de maio de 2008 às 16:58
Postar um comentário
<< Home