.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Extinção do Ovo

Estou a poucos minutos de embarcara para mais uma viagem. Cheguei de madrugada de Porto Alegre, e daqui a pouco estamos indo para Argentina, Paraguai e Foz do Iguaçu. Para variar, minha alergia a ovo continua me perseguindo. Nem para dar uma viajada ela me da um tempo. Graças a ela, não posso fazer a vacina contra a febre amarela. E, como o sistema persegue quem tem alergia a ovo, a carteira de vacinação é documento obrigatório para cruzar a fronteira. Isso quer dizer que, teoricamente, eu não posso sair do país. Estou preso no Brasil!
Mas (sempre tem um mas) consegui um atestado com a minha médica justificando que eu não posso fazer a vacina devido a “alergia cruzada dos componentes da vacina”. Bom, ficou bem mais sutil do que dizer que sou “alérgico a ovo”. Graças a isso, eu espero entrar em solo argentino e paraguaio. Caso contrário, eu terei que pegar um ônibus de volta e deixar o resto do bando seguir viagem sem mim. Maldito ovo. Segue sendo a minha sina, a minha saga. Espero que até eu morrer, as galinhas se tornem mamíferas por algum milagre da natureza ou por algum tipo de mutação, e não ponham mais ovos! E daqui muitos e muitos séculos, nossos descendentes sequer saberão o que era um ovo. Farão reproduções de ovos e colocarão em museus. Então, o seu tatatatareneto perguntará ao pai, de mãozinha com ele: “papai, o que é aquele negócio ali ó?”. E o pai da criança vai olhar, olhar, e não vai saber o que é. Então, chegará uma daquelas garotas que tem um crachá escrito “posso te ajudar?” e explicará que aquilo se chamava “ovo”, igual a esses de chocolate que entregam na páscoa (porque os ovos da páscoa permanecerão). E nesse dia, o mundo será mais feliz!

2 Comentários:

Postar um comentário

<< Home