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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Salve salve a piração da cachorrada!


Faz pouco mais de uma semana que não escrevo aqui, e estou com a consciência pesada. Já que fiz esse filho, sinto-me na obrigação de cuidá-lo. O problema, como sempre, está sendo as muitas coisas que tenho que fazer, como por exemplo, ler toda a obra de Erico Verissimo (45 livros), além de outros de Teoria do Jornalismo, até o final do semestre, como já tinha dito. Mas como comentou alguém outro dia (se não me engano a Lara), ainda bem que eu gosto. E é verdade. No momento estou relendo o Incidente em Antares, claro, que não integralmente, mas sim com atenção especial às peripécias de Lucas Faia, ou Lucas Lesma, e acabo rindo sozinho no quarto, como se estivesse lendo o Incidente pela primeira vez.
Aliás, é comum eu fazer isso enquanto leio. Certa vez, lendo um livro do Charles Bukowki, não lembro o trecho, mas certamente era muito pirado, comecei a chorar de rir no quarto e minha irmã abriu a porta apavorada achando que alguém tinha morrido. E eu, com os olhos vermelhos e em lágrimas, dizia: “esse Bukowski é muito sem noção”. E por falar em sem noção, a pouco estava conversando aqui no MSN com meu amigo e ex-colega de Rádio Jornal da Manhã (de Ijuí) Célio sobre um cachorro maluco que tinha lá em Ijuí, e que, acreditem, acabou sendo preso. Certa vez a Eliane Brum fez uma matéria em uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre sobre uma galinha que tinha sido presa, e a matéria foi, se não me engano, contracapa da Zero Hora. Pois é. E o nosso amigo cachorro foi preso e não recebeu nem uma linha nos três jornais de Ijuí da época (agora são quatro). Mas ele não foi para o presídio, mas sim para um canil. Tenho suspeitas de que apagaram o cara. Isso seria horrível, e mereceria punições. O cachorro era muito maluco. Ele saía correndo atrás dos carros, tentando morde-los, e isso estava causando algum transtorno no trânsito local (como se precisasse de cachorro para o trânsito de Ijuí ser bagunçado. Afinal, como já diria um filósofo baiano do Axé, o que nasce torto nunca se endireita). Enfim, o cachorro já estava ficando famoso por isso, porque ele ficava no centro, e quando passava um carro ele saía em disparada, e tentava morder valendo. Às vezes alguém chegava na aula e falava “bah, vi um cachorro maluco que...” e outro já dizia de cara “ah, eu também vi esse cachorro”. E eu e o Célio víamos ele em vários pontos da cidade, sempre perseguindo os carros. A minha teoria é que a mãe dele morreu atropelada, e até hoje ele tenta se vingar.
Lembro de certa vez, em que estava esperando o ônibus perto do jornal, e o cachorro estava deitado exatamente no local onde os ônibus chegavam. Como em Ijuí às vezes leva meia hora para passar um maldito dum ônibus (pensamento meu da época, mas que me vem claramente à cabeça agora, lembrando disso) o cusco pôde ficar lá vários minutos descansando. Mas de repente apareceu um busão amarelo, e ele nada. O ônibus parou, businou, a parada lotada, todo mundo olhando para o cachorro, ele olhando para o ônibus, do ônibus para todo mundo, até que se levantou contrariado, resmungando um “grrrrr”. Foi para a calçada e ficou rosnando para o ônibus, que quando foi sair carregado de passageiros, acabou sendo perseguido ferozmente pelo nosso herói, que apesar de acompanhar o veículo por meia quadra, não conseguiu segurá-lo, veja você.
Ele aprontou muitas dessas, até que fiquei um tempo sem vê-lo, e o Célio acabou me contando que o dito cujo havia sido preso pela Coordenadoria Municipal de Trânsito. Fico pensando em como o mundo é injusto. Como diz o David Coimbra, estão proibindo tudo, que nem um mísero dum cachorro de rua não pode mais perseguir os carros em paz. O que mais falta proibir?
Como o mundo anda em círculos e o povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la, não duvido que no futuro o “cala a boca jornalista” termine por voltar. Aliás, agora viajando nas teorias do jornalismo, a Teoria Organizacional que o diga. E dá-lhe colírio alucinógeno do Zé Simão, que eu já estou indo pingar umas gotinhas para enxergar melhor toda essa babaquice que estão defecando em nossas cabeças! Viva o Raul! E tenho dito!

5 Comentários:

  • Não conheci essa figura, mas é uma pena que o tenham prendido.
    É sempre assim, o cara tem personalidade, dão um jeito de apagar!

    virei fã desse cão!

    Por Blogger Espaço Diverso, às 16 de maio de 2008 às 11:05  

  • Olha, quero complementar o pensamento do Arion. Assim como aquele cão com personalidade foi apagado, a sociedade tenta apagar as pessoas de atitude! Somos tachados de loucos, de idiotas...quando na verdade assumimos aquilo que sentimos e que queremos!
    Não são apenas os cachorros loucos que querem descartar! A nós, humanos, também querem fazer isso!

    Por Blogger Aline, às 16 de maio de 2008 às 12:12  

  • vi um cachorro assim uma vez na unijui? lá ele ficava louco pq toda hora passava ônibus. será q eh o mesmo? hauhauahua tadenho meu deuso! eh proibido proibir huahuahauhauahuahau

    Por Blogger Carolina, às 16 de maio de 2008 às 13:01  

  • "como se precisasse de cachorro para o trânsito de Ijuí ser bagunçado"!!! Mas como assim? O trânsito de Ijuí é o paraíso! Tu não viu o de Londrina ainda.

    E dizem que na Itália é pior ainda.

    Por Blogger Zaratustra, às 16 de maio de 2008 às 13:10  

  • Bah, que pena que não conheci o cara!
    Adorei o cachorro, mas não quero comentar sobre ele...
    O que me surpreendeu no texto foi outra coisa: a Lara é a Lara que sou eu? O Célio é o Célio que é o Célio?!
    Meo Deos! Você abandonou os nomes fictícios?!
    Bah Dudu, a gente te abalou mesmo com a história da foto.. hahaha (usar nomes fictícios e colocar foto com a cara das pessoas! hahahaha)

    Por Blogger Mercedes Mirabal, às 19 de maio de 2008 às 05:11  

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