Além da visita aos tios Ella e Xema
e ao primo Alex, a visita a Burgos também foi ótima porque me permitiu conhecer
a uma cidade do interior da Espanha que foge um pouco daqueles roteiros
turísticos tradicionais feitos por brasileiros na Europa (Paris, Roma, Madrid,
Paris, Londres, etc). E, para você conhecer melhor qualquer país, é importante
conhecer o seu interior. Esse foi um dos motivos que fez com que eu reservasse
alguns meses dos 12 que tive nos Estados Unidos para passar por cidades que
estão fora da rota turística americana, como Holcomb, no Kansas, e Louisville,
no Kentucky. É nessas cidades que você conhece, de fato, o povo de determinado
país. Assim como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador são apenas um pedaço do
Brasil bem menor do que a soma das cidades de interior e Porto Alegre não
representa em quase nada o Rio Grande do Sul (quem quer conhecer o estado
politicamente mais atrasado do Brasil nesse primeiro terço de século, tem que
ir para Santo Ângelo, Bagé, Uruguaiana, Passo Fundo, Frederico Westphalen, Lajeado,
Pelotas, Rio Grande, Seberi, Catuípe, Santa Rosa, Cruz Alta, Caxias, Bento
Gonçalves, Carlos Barbosa, Vacaria, Santo Cristo, Alecrim, etc). Foi o que meu
amigo gremista Henrique disse certa vez no Smithfield, em Nova York, vendo um
jogo do Grêmio: “Cara, se tu só conhece Nova York, tu não conhece os Estados
Unidos”. E, penso eu, que a Espanha, também, vai além de Madrid e Barcelona. I mean, o povo espanhol, assim como de
todos os países, é representado ao mundo pelas grandes cidades e capitais, mas
a sua essência, o seu coração, a sua alma, está no interior.
Enfim, chega de enrolação, se você
não entendeu o que estou querendo dizer ou não concorda, vamos trocar uma ideia
qualquer hora... Pois teria muito mais a falar sobre isso. O fato é que foi
graças a essa passagem por Burgos, no norte da Espanha, uma cidade de 176 mil habitantes
(em termos de população, menor do que Passo Fundo) que conhece um pouco melhor
o país. Essa é um lugar que une tudo de bom que uma cidade pode ter:
infraestrutura, história milenar, movimento, vida noturna agitada, gastronomia
própria, cultura forte, áreas verdes, etc. É uma cidade europeia, por supuesto, então, é claro que é meio
ridículo você querer comparar uma cidade brasileira com uma europeia ou
americana apenas pela questão da população.
Um dos lugares mais impressionantes
de Burgos – e da Espanha, penso eu – é a sua belíssima catedral. Não vou contar
aqui a história dela, pois para isso tem toda a web, mas realmente quando você
a vê, impressiona. A tia Ella falou algo que faz todo o sentido: “Ela não perde
em nada para Notre-Dame, porém, os franceses souberam vender melhor a igreja do
velho corcunda para o mundo”. Eu acrescentaria que, o fato de estar em Paris e
de ter sido palco de um dos clássicos da literatura universal, também ajuda.
Ambas são grandiosas e contam com uma puta história, mas, sob o ponto de vista
arquitetônico, realmente a de Burgos é até mais imponente que Notre-Dame
(impressão pessoal). Dentro da catedral (ou ao lado, não lembro bem) o presépio
em miniatura (um dos maiores da Europa) impressiona religiosos, ou não. Eu ando
me questionando ultimamente sobre as minhas próprias crenças religiosas que já
nem sei mais dizer no que acredito ou não (mas isso é tema para outro post).
Também visitamos os mosteiros de Burgos, seculares, e que te fazem viajar no
tempo, além do centro histórico, parques, etc.
Parte interna da catedral
Presépio
Mosteiros de Burgos
Enfim, encerro essa narrativa sobre
a nossa passagem por Burgos deixando a dica: se você vai passar pela Espanha,
cogite visitar a cidade de Cid, da catedral maravilhosa e de clima agradável e
acolhedor (espiritualmente falando). E, lógico, só tenho a agradecer aos tios
Ella e Xema pela oportunidade, pois Burgos só entrou na nossa rota de mochilão
europeu graças a eles. Hasta la próxima!
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