Lembro que tiramos um dia para
fazer esses dois passeios com mais calma. Estávamos no Ibis Hotel Canal Saint
Martin e pegamos o metrô rumo ao Arco do Triunfo. Havia manifestações dos
coletes amarelos e tivemos que descer uma parada além da normal. Depois, com o
mapinha no celular, conseguimos achar o arco. Sinceramente, eu achava que o
arco era apenas um arco. Mas não, é muito mais do que isso. Vi pessoinhas lá em
cima e comentei com a Cris: “olha, dá para subir lá em cima!”. Pois é, já tinha
lido sobre dicas de passeio em Paris, mas não lembrava de ninguém que tivesse
comentado o básico: sim, a gente entra no arco, sobe no arco, tira fotos de
cima do arco.... Claro, paga-se um ticket, mas que não era tão caro, algo em
torno de 10 ou 15 euros, não lembro bem.
Como havia a manifestação dos
coletes amarelos, tinha muita polícia ao redor do arco. A princípio achei que
nem conseguiríamos chegar lá, pois o monumento estava cercado por policiais
armados. Não vou contar a história do arco, se você quiser saber mais sobre
isso, leia o capítulo do livro do Airton Ortiz sobre o local, no livro Paris,
que ele conta de forma super atrativa.
Uma dica sobre o arco: se você
estiver com dores nas costas, nas pernas, ou for idoso ou não puder fazer
grandes esforços físicos, nem pague o ticket, pois a única forma de chegar lá
em cima é pelas escadarias que devem ter, sei lá, uns mil degraus. É cansativo,
mas vale a pena. Chegando lá em cima você tem uma puta vista de Paris, da torre
Eiffel e de toda a Champs-Elysées, que se estende até o museu do Louvre.
Sintetizando tudo: é um lugar do caralho, como diria a música do Raul Seixas,
mesmo sem ter cerveja barata, pessoas a foder super chapadas.
Tiramos muitas fotos, observamos,
admiramos a paisagem, pensamos na vida, e descemos. Os coletes amarelos seguiam
lá, protestando, gritando frases de ordem, xingando o presidente, enfim,
fazendo coisas que a humanidade sempre fez ao longo da história contra a classe
política que, até hoje, sempre foi muito filha da puta, umas mais, outras menos...
Como disse o Airton Ortiz, se Nova
York tem a Time Square, Paris tem a Champs-Elysées. Sem querer me gavar, mas
conheço as duas. Não posso afirmar qual é melhor, pois enquanto devo ter
passado umas 100 vezes pela Time Square no um ano em que morei em Nova York, em
Paris só andei uma única vez pela Champs Elysée. Posso dizer que a sensação é
de que essa avenida é a cara da cidade. Há vários cafés, restaurantes, lojinhas
com quadros tipicamente parisienses, sebos ao ar livre, etc. Também é um lugar
do caralho. Almoçamos por ali e, quando saímos do restaurante (ok, não vou
mentir para vocês, foi no McDonlad’s mesmo...) os coletes amarelos estavam
cruzando a Champs Élysées. Juntamo-nos a manifestação. Havia uma mulher vestida
de Marianne, a personificação da República Francesa. O povo todo cantava o hino
francês. Inigualável. Nenhum hino se compara ao francês. E, cantado em um
protesto, é simplesmente mágico. Para quem leu e estudou minimamente sobre a
Revolução Francesa, é algo espiritual. Arrepia. Eu praticamente chorei enquanto
filmava e fotograva o troço todo.
De lá seguimos a pé para a Torre
Eiffel. É uma boa caminhada e vale a pena para conhecer um pouco mais a cidade
e respirar o autêntico ar de Paris. Chegamos lá e andamos e andamos e andamos.
Havia dezenas de carinhas tentando dar golpe e, se não estivesse comigo, a Cris
certamente teria sido vítima dos golpistas. Havia um sujeito fazendo aquele
jogo de adivinhar em qual copo a bolinha está escondida. Um sujeito, que
certamente é cúmplice do golpista, erra umas duas ou três vezes. Então, alguém
do público que está assistindo a tudo pensa “nossa, eu vi onde está a bolinha!”
e resolve apostar. E as apostas são altas, de 20 euros pra cima. O sujeito se
empolga, aposta uns 50 euros pensando que vai acertar, mas ai o golpista faz o
troço valendo e, óbvio, o turista otário erra e perde 50 paus (200 em reais)
num piscar de olhos.
Quando a Cris se interessou pelo negócio, achando que
poderia ganhar uns euros fáceis, eu simplesmente a puxei pelo braço antes que
fosse tarde...
Entramos na fila para subira até a
Torre. Começou a chover. Quando chegamos na frente do guichê, aconteceu uma
daquelas cenas dignas de filme de comédia. A Cris desistiu de subir, mas tipo,
ela deixou para me falar isso depois de duas horas na fila e na chuva! Ok, ok,
estávamos em Paris, no problem.
Comprei meu ingresso e parti sozinho rumo ao topo. Novamente, uma puta
experiência que vale muito a pena. A vista é maravilhosa e é emocionante subir
e descer escadas por dentro da torre. Novamente, mesmo com os sites e blogs
tentando explicar como é que funciona, é só indo lá mesmo.
Na saída, novamente, vários e
vários golpistas de todos os jeitos tentavam arrancar euros de turistas. O
negócio é não dar conversa mesmo. Num piscar de olhos já era noite. Encontramos
um pessoal com bandeira do Grêmio e aproveite para tirar umas fotos na frente
da Torre em homenagem ao tricolor. Depois, perguntando para turistas sobre como
pegar o metrô para voltar ao hotel descobri que o PSG jogaria naquela noite em
Paris. Mas essa já é outra história...
Hasta!
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