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sábado, 6 de maio de 2017

Doce fumaça

A fumaça que vejo
Vem de trás das torres
Partem de uma xícara de café
Que chama subitamente
Para mergulhar em olhos acidamente doces
Fazendo o coração viajar longe
Flutuando lepidamente
Até a sacada da moça do sorriso fácil
Das bochechas ruborizadas que tanto encantam
Que fazem sucumbir ao desejo que antes se tentava evitar
Mas que diante da magia da sua companhia
E do calor do beijo macio e áspero
Deixa os lábios e o coração totalmente desarmados
As mãos que se tocam
A lividez das peles que se encostam
As carícias e a dádiva súdita do desejo
Que não pode mais ser calado
Faz com que toda a noite a solidão inevitável
Torne o desejo cada vez mais crescente
Pela companhia da menina de olhos profundos
Deitada apaixonadamente ao lado
Inspirando e levando a suspiros e beijos tétricos
Que fazem um coração apaixonado viajar cada vez mais
Da sacada na noite de lua cheia, embarcando nas nuvens da fumaça da xícara de café
Até o paraíso das palavras ditas pelos olhares
De dois corpos que ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo
Fazendo com que uma noite fria de um mês qualquer
Deixe as marcas com todos os álibis
Que justificam o sentimento mais puro
De se querer cada vez mais
O beijo que não vem da boca
E aquela companhia com uma boa dose de cafeína
Que tem o gosto mais doce do que brigadeiro
Pois tem o sabor inconfundível
Daquele sentimento que você conhece
Mas que temos medo de pronunciar
Aquela afeição que está contigo
No gosto dos seus lábios
E na doce fumaça que me chama
Nas noites frias em que passo na sacada
A olhar as estrelas e a pensar em ti
Minha doce fumaça
Fumaça que confundiu meu corpo
E trocou o pulmão pelo coração.

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