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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O eterno retorno

Nos últimos dias, meu telefone não parou de tocar. Minha caixa de email ficou absolutamente lotada. De dez em dez minutos uma pessoa apertava no interfone aqui do prédio. Recebi mensagens de Porto Alegre, São Paulo, Rio, Bogotá, Nova York, Paris, Londres, Casablanca, Kingston e Las Vegas. Anônimos e autoridades me procuraram. Então, acabei dando o braço a torcer e resolvi atender ao clamor popular: vou (tentar) colocar essa bagaça novamente na ativa.
A última vez em que eu havia escrito alguma coisa aqui para essa multidão formada por milhões de pessoas que só existem na minha imaginação, foi no dia 6 de agosto, ou seja, mais de dois meses atrás. Nesse período o Inter voltou a vencer, a Larissa aprendeu a contar até 100 e eu publiquei um livro. E é esse último ponto que vou abordar brevemente.
Entre 2009 e 2010 fiz mestrado na PUCRS e, do curso, nasceu a minha dissertação. Depois que terminei o mestrado, deixei-a engavetada e, após concluir o doutorado, revolvi pegá-la novamente. E, dessa volta à dissertação nasceu o livro que publiquei nesse mês de outubro de 2016: A Tribo Jornalística de Erico Verissimo. A síntese você pode ler na imagem ao fim desse texto. No entanto, o que busquei fazer foi transformar um texto acadêmico em algo mais literário. Umas 100 páginas absolutamente teóricas e de contextualização histórica foram suprimidas. O texto foi totalmente mexido e incluí histórias e considerações pessoais.
A primeira publicação não é fácil . Quase a metade dos 500 exemplares ficou comigo e o restante com a editora. Não publiquei para ficar famoso, muito menos rico, mas sim, para levar adiante um texto que escrevi depois de muita pesquisa e com enorme paixão pela literatura. Assim, a prioridade são os encaminhamentos para as bibliotecas das universidades que têm curso de Jornalismo. Porém, se o nobre leitor imaginário quiser adquirir uma cópia, tem duas opções: comprar pela Editora Unijuí (que publicou o livro), pela Livraria Cultura ou diretamente comigo (com um bom desconto). São apenas 500 cópias. O primeiro livro do Erico Verissimo, uma coletânea de contos intitulada Fantoches, teve a sua primeira publicação, em 1932, com 1.500 exemplares sendo postos a venda. Isso demonstra a minha tímida iniciação no mundo dos livros. Apesar disso (para meu consolo) foram vendidas apenas 400 cópias e as outras 1.100 foram perdidas num incêndio no estoque em que estavam. Obviamente, outras edições surgiram depois que o autor ficou famoso.
Hoje concedi uma entrevista ao jornalista Éder Calegari do jornal Folha do Noroeste, aqui de Frederico Westphalen. Ele me perguntou sobre os próximos projetos. Tenho três em mente, mas um é a princesa dos meus olhos. O primeiro é a própria tese, fazendo a mesma edição autoral que fiz com a dissertação. O segundo é teoricamente mais simples: reunir uma coletânea de escritos dessa bagaça – corrigindo e melhorando os textos. E, por fim, a minha obra prima (sic): uma ficção baseada no período em que fiquei um ano nos Estados Unidos, numa mistura de estilo bukowskiano e thompsiano. Porém, como pude ver na edição do livro que estou publicando, nada é rápido: preciso de um bom tempo para preparar o material, outro tempo para encontrar uma editora interessada e mais outro para ir negociando modificações e correções antes de ir para a gráfica. No caso do livro sobre Erico Verissimo, esse processo inteiro durou mais de um ano. Portanto, pretendo fazer isso com os três projetos que tenho enquanto ainda estiver nesse planeta, até porque depois vai ficar meio difícil...
Bom, agora que acalmei as massas, retiro-me para o meu anonimato. Podem parar de apertar o interfone ali embaixo, please!

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