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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Hamster em: A fuga

Faz pouco mais de um mês que a minha pequena Lary ganhou dois hamsters. Pedi para o vendedor dois bichos do mesmo sexo. Ele abriu as perninhas do bichinho e disse: “esse é macho”. Baseado em que, eu não sei. Então, ele pegou outro e novamente abriu as pernas do coitado e, com ar sério e doutoral, sentenciou: “também é macho”. Ok, quem sou eu para duvidar? Mas, da última vez em que passei por isso, quando ainda morava em Pelotas, o vendedor também jurou que os dois eram machos e, vejam vocês, poucos meses depois nascia uma ninhada de hamsters. Pois é.
Os tais bichos são de cores diferentes: um é branco com preto e o outro é bege e branco. Acontece que, em algumas noites, o branco com preto tenta estuprar o bege e branco. E, faz alguns dias, o bege com branco começou a engordar – o que me faz deduzir que há uma boa possibilidade de ser A bege com branco, e não O bege com branco. Feita essa contextualização, vamos ao causo.
Noite dessas, eu estava vendo jogo do Grêmio na TV com os bichos dentro da gaiola perto do sofá – pois a Lary volta e meia resolve dar uma de Felícia para pegar eles um pouquinho e apertá-los. E, lá pelas tantas, a cena do estupro começou: o bichinho preto e branco começou a correr atrás da bege e preto, que subia a casinha correndo e gritando enquanto o outro a perseguia insanamente. Como a gaiola não é muito grande, e conta com apenas com dois pisos e uma rodinha pra eles correrem, em pouco tempo o preto com branco pegou a dita. Porém, a minha consciência mandou fazer alguma coisa, e assim foi. Como a gaiola dos bichos estava dentro de uma caixa de papelão (para não espalhar a palha e a sujeira por toda a sala) eu simplesmente abri a portinha da gaiola para que eles passeassem pela caixa de papelão e, dessa maneira, parassem de brigar. E assim foi: abri a portinha e a briga acabou. Voltei para o jogo.
O Grêmio perdeu para o Vitória em casa e, dali a pouco, começou Coritiba x Inter. Fui para a cozinha, fiz umas duas torradas, tomei um café, e voltei. Quando estava concentrado no jogo ouvi um “paf!”. Era o hamster preto e branco tentando fugir e caindo em cima de um jornal amaçado que estava do lado da caixa. Peguei o fugitivo e o enjaulei novamente. Mas, e a hamster bege e branco??? Não é que a dita cuja tinha sumido!! Para a minha sorte, todo mundo na casa estava dormindo. Passei a fazer buscas pela sala. Olhei embaixo dos sofás, atrás das estantes, e nada. Então, revirei a cozinha e, também nada. Parti para o banheiro. Será que a diaba tinha se atirado na privada??? Não, seria muita insanidade para um bicho tão esperto. Fui para o meu escritório, e também nem sinal do animal. Que cosa.
Lá pelas tantas, a patroa acordou. E, como é de se imaginar, ficou indignada por eu ter sido um guarda tão distraído ao deixar a bicha velha fugir. Ela passou a me ajudar a procurar a tal hamster, afinal, a Lary nunca me perdoaria se eu perdesse a dita cuja. Lá pelas tantas, a patroa gritou: “aqui!”. Mas, rapidamente o bichinho sumiu. Vi ele (ou ela) passando atrás de um armário até chegar embaixo da geladeira. Que bicha desgraçada! Tudo isso é desespero para não ser mais esmagada pela Lary? Ou é uma fuga dos abusos do hamster preto e branco??? Enfim, ficamos nós, um em cada lado da geladeira, agachados assistindo a hamster roer tranquilamente um farelo gigante de pão que lá estava. Maldita!
Mas o pior ainda estava para acontecer: não é que o bicho, de uma hora para a outra, sumiu! Isso mesmo, desapareceu, zap, escafedeu-se diante dos nossos olhos, atônitos! Pois não sei como, o bicho subiu para dentro, sei lá, acho que do motor da geladeira. Já imaginei o animal peludinho morrendo eletrocutado ou queimado. Falei pra a outra dita: “precisamos fazer alguma coisa!”. Então, chacoalhamos a geladeira e ela pegou a hamster – que teve sua pena sentenciada em prisão perpétua, até nova fuga.
Para a minha sorte, a Lary não acordou. Agora aumentei a segurança nas dependências do apartamento. E já estudo instalar câmeras de segurança para evitar novas fugas desses pequenos mamíferos sapecas.

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