Apostando alto
Fear and Loathing in las Vegas. Ou simplesmente "Medo e delírio em Las Vegas". Assim que cheguei na cidade do pecado, imediatamente fui conferir os lugares mencionados por Hunter Thompson em seu livro e que também aparecem no filme homônimo. Na entrada do Circus, na porta iluminada pelas milhões de luzes amarelas, fiquei imaginando Thompson e o seu advogado entrando aos trancos e barrancos no casino, trombando em seguranças e quase virando as máquinas caça-níqueis. Depois, no Flamingo, lembrei principalmente da cena em que ele deixa o hotel com uma dívida gigantesca para trás. E, por fim, no Mint, que não existe mais, fiquei tentando formar na minha massa cinzenta a imagem de Thompson e seu advogado chapados no meio de uma conferência cheia de policias para debater o combate aos narcóticos...
Para muitos, o que Hunter fez foi uma irresponsabilidade atrás da outra. Mas, após publicar tudo em livro, ele simplesmente jogou na cara da sociedade americana a piada que é o seu próprio conservadorismo, algumas leis absurdas e a decadência do sonho americano. Da publicação do livro nos anos 1970 para cá, Las Vegas só cresceu. A Strip Boulevard, a principal avenida aonde estão concentrados os casinos mais famosos, é um formigueiro de gente iluminado por luzes platinadas no meio do deserto.
Dentro dos casinos, fui prudente: apostei (e perdi) apenas alguns poucos dólares, mas que foram compensados pelo fato de que, enquanto você está jogando, os drinks e a bebida são de graça. Porém, não apostei mais do que podia. Apenas cumpri a promessa, feita mais de um ano atrás, de jogar uma ficha e tomar um drinque em homenagem aos recalcados dos tempos da ditadura militar. Enfim...
Foi em um casino de Vegas que, vendo pessoas jogar muitas notas de 100 dólares - algumas ganhando e outras perdendo - assisti aos 7 a 1 impostos da Alemanha na semifinal da Copa. E pensei: ao assumir a seleção poucos anos atrás, o Felipão apostou alto. A chance de dar certo um time formado pelos jogadores dessa geração era mínima. Ou ele apostava nas estrelas apagadas e que não rendem mais, como Robinho e Kaká, ou nos jogadores novos e medianos que aí estavam. Ou seja, apenas um milagre poderia salvá-lo. É como você perder 10 mil dólares no cassino, e jogar mais 10 mil torcendo por um milagre de recuperar o que perdeu e ainda lucrar. É uma chance em um milhão. E, por isso, creio que Felipão jogou alto e, depois de ter várias fichas na mão, perdeu tudo.
O espaço acabou, porém, só mais uma coisa: o fiasco não teve um culpado. O fiasco foi resultado do azar do Brasil ter ido tão longe nessa Copa, com um time formado por uma geração de jogadores medíocres.
3 Comentários:
fuck german, esse último parágrafo definiu tudo. vou te citar no facebook!
Por Zaratustra, às 10 de julho de 2014 às 15:02
fuck german! é uma honra!
Por Eduardo, às 10 de julho de 2014 às 22:03
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Por Write My Essay, às 28 de agosto de 2015 às 05:45
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