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sábado, 5 de maio de 2012

Periquitada maluca

Tenho dois periquitos malucos. Quer dizer, eu não. Dei-os de presente para a minha Bilulinha. Levei ela para escolher os bichos e acabamos pegando os dois que mais se movimentavam na gaiola da loja, pois não queria pegar um bicho velho, que não canta, e que pode bater as botas a qualquer momento. Investi na juventude aviária. Pois eis que, aos poucos, fui percebendo como os dois não batem bem da cabeça. Primeiro, vi a periquita (sim, são um casal), que é a verde com cabeça amarela, querendo fazer um ninho no pote de comida. A desgranida entra no pote e fica lá rebolando, e não descansa enquanto não joga toda a comida para fora. O detalhe é que a gaiola fica pendurada na janela da sala, então, a comida toda cai em cima do carpete. Na primeira vez que vi, peguei o aspirador para limpar o troço todo. Quando acabei o serviço, estava tudo bem limpinho, ela sentou-se bem bela no pote novamente e começou a dançar como uma Valeska Popozuda. Eu a xinguei, mas ela nem deu bola. Depois, foi a vez da casinha deles. Pois é, são chiques, tem uma casinha de madeira e tal e coisa, para curtirem uma privacidade e tal. Os dois malucos ficaram uns três dias sem chegar perto da casinha. Foi então que a patroa teve a brilhante idéia de colocar um lápis como poleiro, em frente ao buraco de entrada do recinto. E eis que eles gostaram e, em pouco tempo, estavam entrando e saindo da casinha, como dois belos pássaros (que aliás, são). Passou o primeiro dia da descoberta da casinha, a periquita até tinha acalmado os ânimos em relação ao pote, quando, no segundo dia, os dois se enfiaram, no meio da tarde, dentro da casinha. Estava eu sentado no sofá da sala, assistindo o Cocoricó, enquanto a Bilula arrastava as panelas da cozinha para o meio da sala para fazer barulho e bagunçar, quando a tal casinha começou a chacoalhar. Ergui uma sobrancelha e fiquei na dúvida: será que deixo eles se divertirem ou bato para pararem com essa sem-vergonhice no meio da minha sala? Acabei deixando. E passou-se um bom tempo, meia hora, uma hora, duas horas... e nada dos dois saírem da casinha. Quer dizer, de vez em quando, de meia em meia hora, eles saíam para tomar água, dar uma ciscada na ração, e literalmente voltar para o seu ninho do amor.
Mas, até para os periquitos a fase do “só love” passa. E eis que hoje, logo depois do almoço, os dois estavam brigando. E o negócio era sério. Bicavam-se raivosamente e um se jogava em cima do outro, tentando atingir o desafeto com as garras. Qual terá sido o motivo da briga? Será que o periquito (o amarelo) olhou para alguma periquita que passou voando graciosamente pela janela? Ou será que a periquita ta na TPM (nesse caso, não precisa haver um motivo para ter uma briga)? Enfim, vá entender esses bichos. Se não entendo nem as mulheres, como vou entender as periquitas? Enfim, o fato é que, apesar da maluquice, a Bilula gosta dos bichos. Na primeira noite, quando estávamos todos prontos para dormir, ela se levantou e foi até a lavanderia (que é onde o casal pernoita) para espiá-los. E no outro dia, ao levantar, a primeira coisa que ela fez foi ir ver os dois. Aliás, por falar nos ditos, estou ouvindo um barulho estranho na lavanderia. Vou lá ver o que é agora...

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