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domingo, 8 de abril de 2012

Até um dia

Uma das premissas básicas do jornalismo, ensinada lá nos primeiros semestres do curso, é o direito que as pessoas envolvidas em uma matéria ou texto jornalístico (inclusive de opinião), tem direito de resposta. Sobre o texto que se segue, tenho duas considerações a fazer: 1) a minha defesa pela garantia constitucional da pluralidade de idéias; e 2) o meu total repúdio à ignorância. Vamos ao texto. Sobre o primeiro item, quero comentar o texto que escrevi na última semana intitulado “Driblando a milicada”. Vários leitores que serviram ao Exército naquele período entraram em contato comigo, por telefone e por email, alguns para reclamar, educadamente, e outros para me ameaçar e ofender, ao melhor estilo ditadura militar. Minha consideração é só por aqueles que falaram educadamente. Realmente, eu poderia ter acrescentado ao texto da semana passada que aquilo que é tão criticado no regime militar (a censura e a tortura) aconteceu, principalmente, no eixo Rio-São Paulo. Ou seja, entendo e respeito alguns dos militares que atuaram em Santo Ângelo (não todos) e que agiram no sentido de atuar em benefício ao desenvolvimento do Brasil. Também não nego que, em alguns pontos, o governo dos militares tenha feito coisas que ajudaram o país a se desenvolver, como o desenvolvimento das teles que permitiu esse sistema que temos hoje de telefonar de Santo Ângelo para qualquer lugar do Brasil, por exemplo. Já estudei muito sobre isso. Entretanto, esse não era o meu objetivo naquele momento. No referido texto, apenas fiz menção a perseguição que foi feita ao Pasquim, o que é de conhecimento público, além do assassinato de pelo menos 20 jornalistas no período de 1964 até 1985, conforme consta no livro de Fernando Jorge, “Cale a boca, jornalista”. Alguns, mesmo que educamente, também entenderam, erroneamente, que eu sou comunista e tenho ambições políticas. As duas afirmações são erradas. Primeiro, não sou nada comunista, inclusive, tenho data marcada para viajar para o ultra-capitalista Estados Unidos. Além disso, acho que essa discussão entre extrema-direita e extrema-esquerda é coisa que ficou no passado. Temos que evoluir e nos inserir nas discussões contemporâneas de desenvolvimento tecnológico e social. Direitistas conservadores e comunistas estão vivendo em um mundo a parte, como se fosse uma bolha. Enfim, é um mundo que só sobrou na mente deles. E, segundo, tenho clara a influência do Erico Verissimo, onde sou, reconhecidamente (inclusive pelo seu filho, Luis Fernando Verissimo), como um dos maiores especialistas na obra dele. E, se tem alguma coisa que aprendi com ele, foi a não me meter em picuinhas políticas. Nunca vou ser candidato a vereador, prefeito, deputado, governador, presidente, sequer a síndico de prédio. Não tenho estômago pra isso. Já sobre o segundo ponto, faço aqui meu repúdio público para aquelas pessoas que partiram para a ignorância e não para a discussão de idéias, apelando para ameaças e xingamentos. Dessa forma, jogo a toalha, pois tenho mais com o que me preocupar (família, docência, pesquisa, etc) do que estar discutindo com essas pessoas. Assim, encerro hoje, aqui e agora, a minha participação na imprensa santo-angelense, já que, para muitos, não sou digno a ela. Vou me restringir a torcer de longe pela ressurreição da SER Santo Ângelo e do Grêmio. Já para aqueles que odeiam meus textos, aconselho que, ao invés de ir procurar eles em outros locais, que vão ler o cardápio de um restaurante vegetariano. E saibam que vou jogar um níquel em algum cassino de Las Vegas em homenagem a eles. Se eu ganhar, mando o prêmio pelo correio. Hasta la vista! Ah, e feliz páscoa a todos! *Texto publicado no J Missões da última sexta-feira

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