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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Larguei de mão!

Terminando de ler o livro “Deu no New York Times”, do jornalista norte-americano Larry Rohter, aquele mesmo que o Lula quis expulsar do Brasil em 2004 por fazer uma matéria falando sobre o seu gosto por bebidas alcoólicas, concluo que o Brasil é, definitivamente, um país sem solução. Antes de escrever o que interessa, faço duas ressalvas: primeiro, o Larry Rohter é um apaixonado pelo Brasil e, segundo, ele até trata o Brasil com otimismo no seu livro. Ou seja, essa conclusão pessimista é unicamente minha, baseada nessa e em outras leituras; segundo, no livro tem a explicação de Rohter sobre a matéria que enfureceu Lula e o texto dela na íntegra, e dessa leitura posso concluir outras duas coisas: 1) o Lula realmente é alcoólatra em potencial (e não vejo nada demais nisso) e 2) a conduta do governo foi absurda, podendo ser comparada aos piores dias da ditadura militar.
Voltando ao infortúnio do Brasil, essa conclusão também se deu porque, ao mesmo tempo em que leio textos contundentes com matéria publicadas no New York Times mostrando muito da corrupção do PT, onde Zé Dirceu aparece como um mandante de um assassinato, e outros mostrando como o PT tentou mais de uma vez amordaçar a imprensa, inclusive, impedindo que as vítimas da ditadura militar possam ser devidamente ressarcidas e os milicos acéfalos daquele tempo condenados, enfim, ao mesmo tempo em que leio tudo isso (além do que aparece diariamente na imprensa nacional e internacional) eu me deparo em um canal semi-aberto com um programa de mesa redonda para discutir o Big Brother Brasil.
Resumindo, a conclusão é mais do que óbvia: enquanto os governos em todas as suas esferas são tomados de casos de corrupção de todos os tipos, enquanto políticos de todos os cacifes aprovam próprios aumentos absurdos de salário, enquanto o destino da nação é tratado como negociação política e enquanto para cada projeto apresentado há um interesse obscuro por trás do patriotismo dos políticos (a Copa que o diga) a população desse podre país está preocupada e cega acompanhando quem é o anjo, a estrela, o demônio ou seja lá o que for do BBB. Não tem jeito. Como dizem aí em Santo Ângelo: larguei de mão. Já diz um velhíssimo ditado: o povo merece o governo que tem. E o brasileiro tem o seu.
Até sou a favor do entretenimento, como já disse aqui. Mas do entretenimento que leva para frente. Que faz pensar. Enfim, de um entretenimento mais filosófico e humanístico. O Chaves, aquele mesmo que mora no 8, é muito mais enriquecedor culturalmente do que os descerebrados do BBB. Mais descerebrados que os participantes, só o próprio público.
Aliás, não é a toa que, conforme Larry Rohter, certa vez um embaixador americano no Brasil sentenciou: “O Brasil é como um lutador de boxe que compete abaixo do seu peso”. Ou seja, é um peso pesado em potencial, mas com cérebro de peso-mosca. E por isso está sempre por baixo no cenário internacional e continuará assim para sempre.
Ah, e para o leitor que me perguntar “o que você sugere?”, respondo sem pestanejar: uma revolução armada, obviamente.
Um bom resto de semana a todos.

*Texto publicado em A Tribuna Regional.

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