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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Overdoses

Nesse final de semana, bati um recorde pessoal. Você sabe, há recordes pessoais para tudo. O Pedro Juan Gutierrez, por exemplo, em Triologia suja de Havana, se gaba de ter gozado sete vezes dentro de uma mulher sem tirar o instrumento para fora. Inicialmente, considerei tal façanha impossível. Eu nunca cheguei a essa marca. Entretanto, pensando melhor, vendo certas mulheres andando por aí, acho que chegar a tal recorde não é tão difícil assim. E, além disso, o Pedro Juan gostava de alguns experimentos químicos e naturais, então, de repente com a ajuda deles se torne mais fácil dar sete sem tirar o dito cujo pra fora. Mas há outros recordes. Um amigo meu, lendário, conhecido por Alemão, que não é o meu primo, se gabava de ter se masturbado dez vezes em um dia. Também nunca atingi tal marca, nem no auge dos meus 15 anos, quando tinha a cara cheia de espinhas. Mas, cadum, cadum. Outro amigo meu, mais modesto, dizia que tinha dado 8 com a mulher, mas intercaladamente. Essa marca, sim, é razoável. Nada de mais.
Mas o recorde pessoal que quebrei no final de semana não é nada sexual. É um recorde mais singelo. Já havia comentado aqui que, certa vez, meu amigo Aranha, que faleceu em um acidente automobilístico, disse-me, certa vez, que achava o maior barato ler dois livros ao mesmo tempo. Faz tempo que tenho adotado essa prática, e sempre lembro dele quando estou lendo mais de um livro paralelamente. Entretanto, nesse final de semana, cheguei ao ponto de estar lendo cinco livros ao mesmo tempo. Está certo, crítico leitor, eu nunca transei com cinco mulheres ao mesmo tempo, mas posso dizer que já li cinco livros ao conjuntamente.

Explico-me, para não causar a dúvida do desconfiado leitor. Eu já estava lendo três livros durante a semana: Jornalistas Literários, uma coletânea de reportagens produzidas por formandos de um curso de pós-graduação em jornalismo literário; Pedaços de um caderno manchado de vinho, do Charles Bukowski; e Jornalismo e Acontecimento, uma coletânea de artigos acadêmicos sobre o tema. Sei, crítico leitor, que o livro do Bukowski estou lendo há meses. Mas não estou apressando a leitura desse livro, pois é sempre uma bela forma de espairecer a mente. No ritmo do Albert Cossery, leio, em média, um texto desse livro por dia.
Entretanto, no final de semana, eu li um pouco de cada um desses três livros, e completei meu recorde com mais dois: Carta ao pai, do Franz Kafka, e a Sociedade Pós-Moralista, de Gilles Lipovetsky. O Carta ao pai é um livrinho de 100 páginas publicado pela LP&M, que li no sábado e no domingo. Já o livro do Lipovetsky comecei a ler pois pretendo utilizá-lo no projeto do doutorado. Mas, enfim, li um pouco de cada um dos cinco livros por cinco motivos diferentes, mas, como dizia o velho e bom Aranha, mesmo aqueles textos que você acha que não tem nada a ver um com o outro, no fundo, acabam, de alguma forma, se linkando. É a tal da intertextualidade na era da hipertextualidade. Mas aí já estou viajando demais, portanto, fica para outra hora tais reflexões. O fato é, que além disso, eu também assisti a dois bons filmes: A criação, que conta a história do Charles Darwin, e Parto de Viagem, uma puta comédia. Na verdade, acho que os cinco livros e os dois filmes estão todos interligados, mas não tentarei explicar, aqui, essa interligação para não afetar a sanidade mental do leitor.
FIM

2 Comentários:

  • porra alemao, eu nao leio mais nada. estou me dedicando ao ócio criativo. vai lendo aí pra aumentar a média nacional.

    Por Blogger Zaratustra, às 18 de abril de 2011 às 12:45  

  • Uma vez dei dez (intercaladas)num sábado chuvoso, com a dona encrenca.
    Acho que era porque não tinha nada o que fazer e ela era conquista nova. Hehehehehe
    Estou ajudando a média nacional com +- 4 livros por semana, agora estou lendo Tarás Bulba de Nikolai Gogol.

    Por Blogger Marcos, às 20 de abril de 2011 às 09:34  

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