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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Paixão canina

Estou preocupado com o Jamelão. Hoje estava chovendo e o idiota do cão ficou chorando ali no portão, durante minutos, quiçá horas, embaixo da chuva. Estará esta besta canina apaixonada? Caso seja isso, seu amor não deve ser pela Pretinha, pois ela estava espertamente escondida na sua casinha se protegendo da chuva. Cansado de ouvir o idiota chorando, peguei o guarda-chuva, abri a porta, e fui ter um papo com ele.
- Que ta se passando?
Ele pulava feito um canguru, querendo passar para a parte da frente do pátio. Fui até o portão que dá para a rua e não vi nenhuma puta duma cadela na rua que pudesse deixá-lo tão transtornado.
- Que foi maluco?
- Gruuuuummmmcaiimmmmm – ele respondeu.
- Porra, sai da chuva!
- Auuuugruuuummmcaimmmmhummmmff...
- Já pra casa!
Ele foi vagarosamente para “os fundos” com o rabo entre as pernas, volta e meia parando e olhando para trás com ar de cão arrependido. “Que há com esse cusco?”, perguntei de mim para mim tentando entender um pouco da psicologia canina. Tive vontade de sentar com o Jamelão, ali, na chuva mesmo, e contar uma triste história que ouvi, certa vez, em um almoço do jornal em que trabalhava. Amigos, eis uma história triste de um homem que foi desprezado por uma mulher em pleno ato de união de almas e corpos.
Contou o homem que certa vez estava num baile, pra fora da cidade, e o clima começou a esquentar entre ele e uma loira. Todo empolgado, ele convenceu a moça a ir para um matinho atrás do ginásio onde ocorria o baile. Ele, todo empolgado, ainda ofegante, tirou a calcinha da fêmea lentamente, com toda a delicadeza de um amante que não quer perder a sua amada na hora H, beijando o seu pescocinho carinhosamente. Ela parecia um tanto indiferente, com um ar de “tanto faz”. Ele ainda perguntou: “você quer?”. E ela cuspiu para o lado e disse “claro”. Então, ele começou a cavalgar nela. Enquanto ofegava, fazendo o movimento de vai-e-vem, ele resolveu espiar a cara da parceira para ter idéia se ela estava gostando. Conta o homem que ela estava palitando os dentes com um toco de grama. Porém, como ele estava quase chegando “lá” resolveu continuar, mas não resistiu quando ela tirou o pedaço de grama da boca e perguntou:
- Você sabe de algum apartamento para alugar na Cohab?

Quanta insensibilidade! Ele simplesmente parou o ato, vestiu as calças e voltou para o baile. Como as mulheres podem ser tão insensíveis!
Fiquei louco para contar essa triste história para o Jamelão, mas ao ver ele voltando vagarosamente para o portão para chorar mais um pouco por uma cadela qualquer, acabei deixando ele curtir essa dor de prazer que se chama paixão. Seja feliz, Jamelão! Seja feliz...

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