Quem são eles, quem eles pensam que são...(?)
Possivelmente Erico Verissimo criou tal personagem a partir de sua própria experiência. Como ele trabalhou no jornalismo entre 1930 e 1939 (sendo, inclusive, o presidente fundador da Associação Riograndense de Imprensa) é bem provável que as desilusões dele com a profissão e com a política fez com que, primeiro, ele largasse o jornalismo para viver da literatura assim que começou a obter sucesso com os romances e, segundo, fez com que se declarasse um apolítico, um não-político partidariamente falando. Confesso que me identifico muito com esse realismo do Erico Verissimo. Principalmente quando observo determinados acontecimentos em Santo Ângelo.
Curiosamente, sempre que alguém tenta instalar alguma alternativa em termos de bar ou entretenimento, fenômenos estranhos acontecem com tais empreendimentos. Por exemplo: dia desses, vi a Brigada Militar fazendo uma operação em frente a um bar novo da cidade, atacando os motoristas que chegavam e saiam do local. Até aí, tudo bem. Parabéns para a Brigada Militar, pois acho louvável tal operação. Entretanto, fica a pergunta: por que não é feito o mesmo nos locais tradicionais da cidade, onde todo mundo sabe que o povo chega, bebe e dirige? Por que apenas no bar novo? Todos sabem os horários que o povo chega e sai das casas noturnas que funcionam com diferentes nomes no passar das décadas, e por que diabo a Brigada Militar não fica de prontidão nesses lugares onde o pessoal sai tomando long neck no bico na frente do volante? A lei existe? Existe. Está certa? Está certa. Mas tem que valer igualmente para todos.
Outra pergunta: por que em determinados lugares, como, postos de gasolina, é possível ver gente bebendo na calçada, enquanto que na frente de um bar (que serve justamente para o povo beber) não é? Por que a lei e a fiscalização servem para alguns, e não servem para outros? Por quê? Por quê? Por quê? E se é impossível fiscalizar porque é muita gente que faz o que não é legal (justamente por ser legal de fazer), cabe a gente perguntar: e a lei está certa? É certo meia dúzia de pessoas tomarem decisões importantes pelo todo? A maioria está certa? Ou estará certo aquele único sujeito que está quieto em seu canto? Ou, como perguntaria o Humberto Gessinger, dos Engenheiros do Hawaii: Quem são eles? Quem eles pensam que são??? Vá saber...
*Texto que será publicado algum dia na Tribuna Regional, se não for censurado.
2 Comentários:
bah manolo... sabe que me pergunto essas coisas ae também... e acho que sei a qual bar tu te refere... incrível como encarnaram no local... tão fazendo de tudo pra ver fechado...
mas eles tão indo de encontro à vontade do povo (nós bebuns) que querem ir lá... hahaha...
e sabe cumeh neh... a voz do povo é a voz de Deus... ou não... hahaha...
mas do jeito que tá a polícia ultimamente... é só os donos do bar oferecerem uma "ajudinha" que eles param de incomodar...hehe
abraço ae manolo!
Por Mr. Gomelli, às 13 de outubro de 2010 às 22:53
ehh filhote... cidadania no brasil é para poucos...bares fecham e abrem e um sempre se mantém... por que será?
Por Carolina, às 14 de outubro de 2010 às 14:01
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