Melhor trabalho do mundo
Outra situação curiosa é quando estou concentrado em alguma obra do Bourdieu, ou Balzac, ou catando um dos 23 personagens-jornalistas que identifiquei em 4.841 páginas de dez romances de Erico Verissimo (sem contar os que não tinham personagens-jornalistas e os livros de contos, viagens, etc, que elevam esse número para aproximadamente 9 mil páginas, e você, vagabundo leitoinho, ainda me chama de vagabundo?), enfim, estou a catar um desses personagens-jornalistas, quando o pai chega em casa e pergunta “mas tu não soltou o Jamelão?”. São peculiaridades agradáveis que ocorrem quando se trabalhar em casa. Aliás, agradabilíssimas, pois prefiro mil vezes ouvir minha mãe me pedir para arrumar o meu quarto, que está pior que uma zona, ou o meu pai me pedindo para soltar o Jamelão, ou ainda, meu irmão pedindo carona para a natação, ou qualquer coisa do gênero, do que agüentar chefe pedindo para escrever matéria sem pé nem cabeça, que ninguém vai ler, e que eu sei que é só para agradar fulano ou beltrano. Portanto, estou feliz assim, irônico e crápula leitorinho.
Além disso, mesmo escrevendo o dia inteiro sobre jornalismo, teoria do jornalismo, personagens-jornalistas, tipologia de jornalistas, etc, etc, etc, ainda tenho mais ânimo e mais prazer em escrever para esse humilde blog, do que quando trabalho 10 horas em uma redação fazendo matéria sem pé nem cabeça de abertura de inscrições para um curso da puta que o pariu. Mas, como sou jornalista, em breve voltarei a essa triste rotina. A vida é dura, já diria o personagem de Selton Mello de O cheiro do ralo. É, a vida às vezes realmente é muito dura. Mas em outras situações, como quando você fala com a sua filha que ainda está na barriga, ou quando você vê o Grêmio marcar um gol, ou quando você vai até a Paraíba através de sonhos, a vida é, sem dúvidas nenhuma, muito bela. Só quero saber, o que pode dar certo... Tantantantan!
6 Comentários:
Porra alemao! Mas tu nao soltou o Jamelao? eheh
eu tb estou trabalhando em casa no momento, mas sò meio perìodo. o outro meio perìodo, de escravidao, eu passo lendo. o que pode ser bom, às vezes.
Por Zaratustra, às 12 de outubro de 2010 às 04:03
hehe me identifiquei com a tua rotina! Eu ainda não tô ganhando pra estudar, mas tô me dedicando pra tentar o mestrado da PUC...aí eu tô lá, concentrada tentando entender o que o cara lá da Antropológica do espelho quer dizer, e vem minha mãe e quer saber o que a gente vai fazer pro almoço! ehehehe ou , pedindo pra eu arrumar meu quarto, que sempre está uma zona!
Mas tb prefiro isso a ficar encarando pedidos mirabolantes de chefes, que querem sempre impor suas ideias para que possamos agradar fulano e beltrano!
Por Aline, às 12 de outubro de 2010 às 08:45
ainda não estou no mestrado, mas tenho minha mísera bolsa da graduação, que agradeço demais por ela hahaha, afinal é bem difícil conseguir numa facul pública. Um passo de cada vez, a gente consegue o que quer (espero que seja assim). Espero ter uma rotina que eu me divirta... hsauhuas Sei q não vou ter q escrever nada sem pé nem cabeça =p
Por Thâmara Roque, às 12 de outubro de 2010 às 20:45
por isso q tah gordãooooooooooooooooooooooo
Por Carolina, às 13 de outubro de 2010 às 16:42
"...do que agüentar chefe pedindo para escrever matéria sem pé nem cabeça, que ninguém vai ler, e que eu sei que é só para agradar fulano ou beltrano..."
pouts... isso é o que mais acontece... é um saco mesmo...
hasuhsuhas...
mas é isso ae manolo... vai saber o que pode dar certo... hehe...
abração ae!
Por Mr. Gomelli, às 13 de outubro de 2010 às 22:40
Eu moro sozinho, então não tem ninguém pra me mandar arrumar as coisas! Mas tem uma coisa, em algum momento você vai olhar praquele monturo que virou a casa e vai ter que decidir limpar, não tem ninguém pra mandar.
Só me explica uma coisa.... porquê que não soltou o Jamelão? hein hein?
Por Marcos, às 18 de outubro de 2010 às 17:59
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