Uma música, uma poesia
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica
Hasta!
2 Comentários:
Porra alemao...
o ritmo dessa musica do skank eu nao me lembro, se è que eu a conheço. Sò sei que lendo me lembrei imediatamento da Construçao do Chico Buarque, onde cada verso termina em uma proparoxìtona. E a soluçao de algumas frases tambèm è semelhante.
Por Zaratustra, às 11 de outubro de 2010 às 13:38
Adoro skank, o show deles tb é muito bom. Mas confesso que nunca tinha prestado atenção na letra dessa música (como várias quase não presto atenção, isso deve ser normal). Realmente é uma poesia. Samuel Rosa é um poeta. Você também pode ser =D heheh
Por Thâmara Roque, às 12 de outubro de 2010 às 20:29
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