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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um laranja em meio aos celestes

Tive uma experiência diferente nessa semana: assisti a um jogo do Uruguai no meio de vários uruguaios. Não é todo o dia que a gente faz isso, afinal, eu duvidava da existência de vários uruguaios, e eles estavam lá, em um bar da Lima e Silva em Porto Alegre. Como o dono do bar é uruguaio, a maioria das pessoas que assistiam ao jogo eram uruguaios. E mais: minha amiga Lara, que estava me acompanhando com seu namorado, disse que existem muitos uruguaios no mundo. Pois é, pois é, pois é, ela garante. Tu vês.
No entanto, nem tudo foi alegria nessa experiência extraordinária. Para começo de conversa, não me liguei que o jogo era contra a Holanda e fui com a minha camisa laranja do Manchester City, ex-time do Robinho. Os uruguaios logo desconfiaram da minha presença. Decerto achavam que eu tinha o controle remoto do CQC para desligar a TV quando eles estivessem atacando, algo do tipo. E não adiantava eu dizer “puuu” quando o Uruguai perdia gol, que as pessoas continuavam me olhando com desconfiança. Inclusive, o dono do bar, que usava um avental com a bandeira do Uruguai, recusava-se a me atender. Chamei-o diversas vezes, e ele nem bola. Depois, ele fez sinal que viria, mas foi atender a mesa que estava atrás da nossa. Até que desisti de chamá-lo e fiquei apenas assistindo ao jogo, bebericando nossa Patrícia.
E eis que estávamos lá, Lara, o namorado e eu, assistindo ao jogo, quando aparece a Mabel, uma antropóloga, com uma câmera na mão, perguntando se eu falava português ou espanhol.
- Como?
- Você fala português ou espanhol? – repetiu, com sotaque castelhano.
- Ah, português.
- E o que está achando do jogo? – a essas alturas o jogo estava em 1 a 0 para a Holanda.
- O Uruguai vai virar: 2 a 1, dois gols do Furlan.
E, parece que a partir daí, as pessoas passaram a me olhar com menos desconfiança. O uruguaio dono do bar até nos atendeu, e eu experimental o tal do “pancho”, uma espécie de cachorro-quente castelhano. Para a nossa felicidade, Furlan empatou ainda no primeiro tempo. Cheguei a pensar que eu tinha os mesmos poderes do polvo mágico da Alemanha, e que o uruguai viraria, com mais um gol de Furlan. Mas, como você já sabe, infelizmente não foi o que aconteceu. No fim, estava todo mundo empolgado com o segundo gol do Uruguai e a pressão exercida nos descontos da partida, e eu torcia como se naquele instante eu realmente fosse um uruguaio (que fala português). Antes de ir embora, ainda fomos beber uma saidera no bar do Afonso (pois lá a cerveja era mais barata), com patrocínio do casal Nasi, que tanto insistiu por mais uma gelada para espantar o calor e afogar as nossas magoas futebolísticas. E foi exatamente isso que aconteceu na abafada tarde de terça-feira de Porto Alegre, onde uruguaios choraram, mas choraram com orgulho da sua seleção.
Ah, e só para lembrar, acertei os finalistas, é só olhar ali embaixo. Disse que seria Espanha e Holanda, apesar de ter torcido para Alemanha e Uruguai. É que os poderes do polvo mágico às vezes são transmitidos para a minha pessoa, e essa voz acaba falando mais alto na hora das apostas. E volto a repetir: vou torcer para a Holanda, mas acho que a Espanha será campeã. Já na decisão do terceiro lugar entre Alemanha e Uruguai, deixo que o polvo mágico informe o resultado.

(PS: A Mabel ficou de mandar fotos por e-mail do bar, assim que chegar eu posto junto).

1 Comentários:

  • Mas só tu mesmo né Ritter... ir de laranja no meio dos uruguaios...

    poxa, como torci pela Celeste Olimpica. Me criei ali, no ladinho da fronteira com Rivera. Foi até engraçado, porque fiquei mais triste na eliminação deles do que na da nossa seleção. Vai ver foi pela raça que eles demonstraram né. Coisa que faltou ao nosso time. Fazer o que né? paciencia.

    Meu palpite é Espanha campeão, mas como errei os finalistas (tinha apostado em Brasil x Alemanha), acho provável que eu erre esse também... hehe...

    Só acertei mesmo aquele da Argentina... haha...

    Abraços!

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 9 de julho de 2010 às 00:29  

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