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quinta-feira, 1 de julho de 2010

O Solista em meio à Copa

Os dois últimos dias foram estranhos. Após uma overdose futebolística, foi difícil passar dois dias sem jogos da Copa. A solução para preencher esse vazio? Filmes. Foi o que fiz. Assisti “Quem quer ser um milionário” na tarde de quarta-feira. Filme vencedor do Oscar de 2008, se não me engano. Acabei criando uma expectativa excepcional para esse filme e, talvez por isso, não achei tão bom quanto imaginei que fosse. A história é boa, o enredo é bom, os atores são bons, as atrizes também, só que em alguns momentos achei que o filme descambou para uma exacerbação de sensacionalismo. Ou seja, alguns clichês poderiam ter ficado de fora. Mas, sem dúvida, trata-se de um ótimo filme. Já de noite, de quebra, assisti ao filme brasileiro Verônica, que passou na Globo, no Festival Nacional. Uma boa idéia, essa do Festival. Gostei do filme, porém, ficou aquela sensação de que a história continua, portanto, aguardo o Verônica II, ou algo assim.
Mas o melhor de todos os filmes foi o que assisti hoje: O Solista. Esperei o mês inteiro a chegada desse filme na locadora. De semana em semana, eu ia lá, e perguntava: “chegou O Solista?”. Não. Senti-me um garotinho indo comprar figurinhas para o seu álbum, na expectativa de encontrar aquela figura mais difícil, a que ninguém tem. E hoje, finalmente, chegou o filme. No entanto, esse não só confirmou como também superou minhas expectativas. O termo que vou usar agora pode parecer meio gay, mas que se foda, o fato é que se trata de um filme realmente lindo. Resumidamente, é uma história real, onde um jornalista cria uma fortíssima amizade com a personagem das histórias que ele passou a abordar em sua coluna, no Los Angeles Times: um músico com um potencial espetacular, que teve passagem por uma universidade famosa, e que estava morando nas ruas, tocando um violino de duas cordas. Gostei muito desse filme porque me identifiquei com as duas personagens. O jornalista, que mostra que, antes de ser jornalista, ele é um ser humano, ou seja, ele quebra essa barreira de distância entre ele e a fonte, e demonstra como o jornalismo pode realmente ser positivo, sem ser positivista. E também gostei do solista, pois o cara tem umas frases curtas e simples, mas muito interessantes, como, quando o jornalista pergunta como ele consegue tocar em uma rua barulhenta e movimentadíssima, e ele responde mais ou menos o seguinte: “isso é a música, o barulho é a música, eu toca a música e as pombas me aplaudem”, e nisso, passa uma pomba voando. O músico, que é esquizofrênico, também levanta questões sobre o mundo onde todo mundo vive preso em apartamentos, com a vida focada para o trabalho. Em outra cena, em que ele está tocando na frente do Los Angeles Times, o jornalista pede para que o músico pare de tocar ali, e ele começa a resmungar: “Está certo, ele está trabalhando, as pessoas trabalham, elas precisam trabalhar, ele trabalha, ele não quer ser incomodado, está certo, as pessoas precisam trabalhar, elas trabalham, ele também trabalha, e eu estou incomodando quem trabalha...”, até que ele fala, dirigindo-se para o jornalista: “eu vou tocar ali” – diz, apontando para o outro lado da rua – “se precisar de mim, estarei lá”. E pega seu carrinho com todos os seus pertences e vai lá, tocar sua música.
Enfim, já falei demais, não vou contar o filme inteiro. Última dica: assistam também ao makin-of, em que aparece o jornalista verdadeiro e o solista falando. Bom, amanhã volta tudo a sua normalidade, com o jogo da Seleção às 11h e Gana e Uruguai às 15h30, e sábado tem mais. Espero que todo o mundo durma bem, como diz, de forma infantil e filosófica, o solista.

4 Comentários:

  • Gostei do post! Me deu vontade de ver o livro! Pode escrever sinopses para esses milhões de sites de cinema! hahahaha
    Sobre o Quem quer ser um milionário, concordo. Eu gostei muito do filme também, mas acho que eles estragaram tudo no final!
    Sobre Verônica, nada a dizer. Nessa hora eu tava lendo sobre multidão, dispersão e pós-mídia.. affe! Ainda digerindo. Mas certamente Verônica era melhor de se ver! hahaha

    Por Blogger Lara, às 1 de julho de 2010 às 20:16  

  • Opa, tô beuda... de ver o filme ora bolas!

    Por Blogger Lara, às 1 de julho de 2010 às 20:17  

  • entao alemao, o termo "realmente lindo" é realmente gay.

    porra!

    Por Blogger Zaratustra, às 2 de julho de 2010 às 03:40  

  • boa dica... acho que jah tinha ouvido falar na história...

    qndo assitir vejo se concordo com o que tu disse do filme... hehe

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 3 de julho de 2010 às 21:43  

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