O Solista em meio à Copa
Mas o melhor de todos os filmes foi o que assisti hoje: O Solista. Esperei o mês inteiro a chegada desse filme na locadora. De semana em semana, eu ia lá, e perguntava: “chegou O Solista?”. Não. Senti-me um garotinho indo comprar figurinhas para o seu álbum, na expectativa de encontrar aquela figura mais difícil, a que ninguém tem. E hoje, finalmente, chegou o filme. No entanto, esse não só confirmou como também superou minhas expectativas. O termo que vou usar agora pode parecer meio gay, mas que se foda, o fato é que se trata de um filme realmente lindo. Resumidamente, é uma história real, onde um jornalista cria uma fortíssima amizade com a personagem das histórias que ele passou a abordar em sua coluna, no Los Angeles Times: um músico com um potencial espetacular, que teve passagem por uma universidade famosa, e que estava morando nas ruas, tocando um violino de duas cordas. Gostei muito desse filme porque me identifiquei com as duas personagens. O jornalista, que mostra que, antes de ser jornalista, ele é um ser humano, ou seja, ele quebra essa barreira de distância entre ele e a fonte, e demonstra como o jornalismo pode realmente ser positivo, sem ser positivista. E também gostei do solista, pois o cara tem umas frases curtas e simples, mas muito interessantes, como, quando o jornalista pergunta como ele consegue tocar em uma rua barulhenta e movimentadíssima, e ele responde mais ou menos o seguinte: “isso é a música, o barulho é a música, eu toca a música e as pombas me aplaudem”, e nisso, passa uma pomba voando. O músico, que é esquizofrênico, também levanta questões sobre o mundo onde todo mundo vive preso em apartamentos, com a vida focada para o trabalho. Em outra cena, em que ele está tocando na frente do Los Angeles Times, o jornalista pede para que o músico pare de tocar ali, e ele começa a resmungar: “Está certo, ele está trabalhando, as pessoas trabalham, elas precisam trabalhar, ele trabalha, ele não quer ser incomodado, está certo, as pessoas precisam trabalhar, elas trabalham, ele também trabalha, e eu estou incomodando quem trabalha...”, até que ele fala, dirigindo-se para o jornalista: “eu vou tocar ali” – diz, apontando para o outro lado da rua – “se precisar de mim, estarei lá”. E pega seu carrinho com todos os seus pertences e vai lá, tocar sua música.
Enfim, já falei demais, não vou contar o filme inteiro. Última dica: assistam também ao makin-of, em que aparece o jornalista verdadeiro e o solista falando. Bom, amanhã volta tudo a sua normalidade, com o jogo da Seleção às 11h e Gana e Uruguai às 15h30, e sábado tem mais. Espero que todo o mundo durma bem, como diz, de forma infantil e filosófica, o solista.
4 Comentários:
Gostei do post! Me deu vontade de ver o livro! Pode escrever sinopses para esses milhões de sites de cinema! hahahaha
Sobre o Quem quer ser um milionário, concordo. Eu gostei muito do filme também, mas acho que eles estragaram tudo no final!
Sobre Verônica, nada a dizer. Nessa hora eu tava lendo sobre multidão, dispersão e pós-mídia.. affe! Ainda digerindo. Mas certamente Verônica era melhor de se ver! hahaha
Por Lara, às 1 de julho de 2010 às 20:16
Opa, tô beuda... de ver o filme ora bolas!
Por Lara, às 1 de julho de 2010 às 20:17
entao alemao, o termo "realmente lindo" é realmente gay.
porra!
Por Zaratustra, às 2 de julho de 2010 às 03:40
boa dica... acho que jah tinha ouvido falar na história...
qndo assitir vejo se concordo com o que tu disse do filme... hehe
Por Mr. Gomelli, às 3 de julho de 2010 às 21:43
Postar um comentário
<< Home