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terça-feira, 13 de julho de 2010

O rei de Havana

Sigo na minha onda desenfreada de leituras. Após concluir o livro de D.H. Lawrence, atraquei-me a ler O Rei de Havana, de Pedro Juan Gutierrez. Já falei desse autor cubano em um post do ano passado, quando comprei A triologia suja de Havana. No caso do Rei de Havana, eu retirei na biblioteca da PUCRS, junto com Jack London, Lawrence e outros doidos. Porém, assim como Bukowski, Gutierrez também não tem nada do romantismo de Lawrence. É curto e grosso. A diferença desse livro, para a Triologia Suja, é que aqui é um romance com um personagem fictício. Mas o fundo é o mesmo: a sujeira desumana e pornográfica que Cuba viveu em sua crise na década de 1990. Algumas narrativas se assemelham ao primeiro livro, mas outra diferença é que na Triologia, Juan narrava em primeira pessoa, autobiograficamente. Já em O Rei de Havana, a narrativa ocorre em terceira pessoa, e o personagem principal é Rey, um garoto que perde tragicamente o irmão e a mãe, e vai levado para uma espécie de Febem cubana, onde, após algum sofrimento, foge e passa a ser mendigo, esmoleiro, golpista, ladrão de pequenas coisas, e, principalmente, gigolô - não no sentido de manter um prostíbulo, mas sim, no de ser sustentado por várias mulheres, no entanto, nenhuma tem grandes recursos. Uma dessas mulheres, inclusive, é na realidade um travesti, que dá um tom de comicidade à tragédia de Rey, que se auto-intitula o Rei de Havana.
Mas não vou contar todo o livro aqui, afinal, estou na página 186, e são 224. Entretanto, retiro aqui o último trecho que li, onde ele narra a trepada que teve com uma dessas mulheres que lhe sustenta (mas que, como as outras, enche o saco). Trata-se de Daisy, uma viúva de 63 anos:

- Ai, papi, pelo amor de Deus, isso sim é que é pau... ai, falecido, me desculpe, mas isto sim é que é pau, isto é que é pau. Mete até o fundo, mete.
Três voyeurs se aproximaram a poucos metros e se masturbaram vendo aquela foda genial. Rey controlou o orgasmo. Queria que Daisy gozasse e se aliviasse. Estava fora da realidade. Gritava, suspirava, mordia a mão. A velhota de sessenta e três anos voltou aos seus quinze anos. Até que afinal ele soltou a porra. Os punheteiros também. Todos acabaram ao mesmo tempo. Uma coisa antológica na história sexual da humanidade. Quando Daisy e Rey abriram os olhos, os punheteiros já haviam se retirado a uma distância prudente. E todos foram felizes.


Genial.

2 Comentários:

  • O gutierrez è foda...

    porra alemao!

    Por Blogger Zaratustra, às 14 de julho de 2010 às 04:37  

  • hhaha... tinha que ser um trecho assim pra ti colocar aqui né Ritter... hahaha...

    mas a história parece ser interessante. Como já disse em outro comentário, queria ter essa fome de livros que tu tem... se tivesse, com certeza incluiria esse na minha lista de leituras...

    abraço!

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 20 de julho de 2010 às 22:41  

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