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quinta-feira, 8 de julho de 2010

D. H. Lawrence

Depois de ter lido autores de todos os tipos (Bukowski, Erico Verissimo, Shakespeare, Jack Keroac, Jack London, Machado de Assim, Luis Fernando Verissimo, Juremir Machado da Silva, Pedro Juan Gutierres, Nietzsche, Dante Alighieri, Kafka, Miguel de Cervantes, John Fante, Thomas Mann, Nelson Rodrigues, Gabriel Garcia Márquez, Vladimir Nabokov, Graciliano Ramos, Raymond Chandler etc, etc, etc) finalmente conheci o fabulo mundo lawrenciano! Estou por terminar de ler “O amante de Lady Chatterley”. Como hei de explicar o estilo de D. H. Lawrence? Sinceramente, não sei. Talvez fosse como se o cara escrevesse algumas coisas parecidas com as do velho Buk, só que de uma forma estética e romantizada fora do comum. Porém, se você for ler esse livro, de início, pode achar que é um romance ao melhor estilo novelão, porém, com o desenrolar dos acontecimentos e com as descrições feitas por Lawrence, você fica embasbacado com a profundidade que o autor tem em escancarar o consciente de espécies tão diferentes de seres humanos.
Veja por exemplo a descrição que Lady Chatterley dá para o amante, analisando o membro (na linguagem lawrenciana) ou caralho (na linguagem bukowskiana) que apresenta-se ereto na sua frente:

“- Tão orgulhoso! Tão senhoril! Exclamou Constance [que é o nome da Lady] inquieta. Agora compreendo porque os homens são arrogantes. No fundo, é belo! Um ser diferente de nós! Um pouco amedrontador mas belo! E é a mim que ele quer!
Constance mordia o lábio inferior, tímida eperturbada e Mellors [o amante] contemplava em silêncio o falo sempre ereto.
- Sim, disse afinal em patoá [dialeto]; sim, meu filho [o pênis], tu estas aí. Podes levantar a cabeça! Estás aí e não prestas contas a ninguém. O dono, não é? O meu dono? Tens razão. És mais vivo que eu e falas menos. John Thomas! [o nome que ele dá ao seu pênis] É a ela que queres? Queres a Lady Jane [nome que ele dá à boceta de Lady Chatterly] Tu me fizeste recair, podes vangloriar-te disso. Sim, ergues a cabeça e sorris. Pois toma-a! Entra em Lady Jane! Dize: ‘Portas, abri e a glória do rei entrará!’ Ah! Que escândalo! Um cono! Eis o que queres. Dize a Lady Jane que queres como um cono! Joh Thomas e o cono de Lady Jane!
- Não judie com ele! Exclamou Constance, avançando de joelhos na cama, abraçando a cintura do amante e atraindo-o de modo que os seus seios lhe acariciassem a cabeça do falo ereto. E apertou o abraço.
- Deite-se, disse ele. Deixe-me montar.
Mellor não resistia à urgência.
Depois que voltaram à tranqüilidade, a mulher quis novamente examinar o misterioso falo do homem.
- Oh! Estás agora pequenino e meigo como um broto murcho de vida! Mas como é belo! Tão independente, tão estranho! É tão inocente! E penetra em mim tão fundo! É preciso nunca ofendê-lo, sabe? Ele é meu também, não seu só! Meu, meu! Tão belo e inocente. E Constance acariciava o pênis abatido.
Mellors riase
- Bendito seja o laço que uno os corações num mesmo amor.
- Sem dúvida! Concordou ela Mesmo quando fica pequenino e murcho, sinto meu coração encadeado a ele. E como são lindos os pêlos aqui. Tudo diferente dos outros!
- É o cabelo de John Thomas, não o meu, acentuou ele.
- Oh! John Thomas! John Thomas! Exclamou. Constance beijou o pênis que recomeçava a fremir.
- Sim, concordou o homem estirando-se quase dolorosamente. Ele tem a raiz na minha alma. Às vezes não sei que fazer dele. Teimoso e difícil de contentar-se – mas de nenhum modo eu quereria perdê-lo.
- Compreendo porque os homens têm medo disto, observou Constance. É terrível, sim.
Um frêmito percorreu o corpo de Mellors, com uma onda de vida acumulando-se embaixo. Sentia-se sem forças, enquanto o pênis, às golfadas, inchava, subia, endurecia, até ficar rijo e presunçoso, curiosamente no ar como uma torre. A mulher tremia ao contemplá-lo.
- Tome-o! É seu, disse ele”.

Genial, genial. Vou parar por aqui, senão acabo copiando o livro inteiro. Chega de internet, vou acabar de lê-lo de uma vez.

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