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sexta-feira, 16 de julho de 2010

De volta à realidade

A Copa deixou gostinho de quero mais. Três jogos por dia em estádios cinematográficos, em campos que eram verdadeiros tapetes, com seleções bem organizadas taticamente, com alguns craques jogando um belíssimo futebol (Fórlan, Iniesta, Da Villa, Müller, Schweinsteiger, etc) e vários golaços. Depois, quando era um jogo por dia, às 15h30, tivemos espetáculos, como as goleadas da Alemanha contra a Inglaterra e contra a Argentina, e dramas épicos, como a vitória do Uruguai contra Gana nos pênaltis, a vitória da Espanha contra o Paraguai, e a própria decisão, com o gol de Iniesta no final do segundo tempo da prorrogação dando o título do mundial para os espanhóis.
Fim de Copa, fim de festa. Voltemos à realidade do nosso Brasileirão, com seus infindáveis pontos corridos. Simplesmente o oposto da Copa. No mundial, cada jogo vale tudo. Por isso, cada time dá o máximo do máximo de si a cada minuto. Já no Brasileirão, se você perde uma, não faz mal, tem outros mil jogos até o final do ano. E não me venham com esse papo de “mas cada ponto perdido agora faz falta no final”, porque ninguém dentro de campo encara isso como uma realidade. É mais ou menos como você ameaçar colocar seu filho de castigo, mas quando ele apronta uma, você sempre dá uma chance a mais. E assim, ele vai aprontando, sem nunca tomar jeito.
Na quarta-feira, por exemplo. Primeiro teve o jogo desastroso entre Grêmio e Vitória. Parecia que quem ganhasse levava como prêmio uma bergamota, tamanha a vontade dos dois times. Uma final de campeonato na semana cenecista do Sepé do meu tempo, por exemplo, era muito mais emocionante. Depois, havia três opções de jogos na TV aberta: Guarani e Inter, na RBS; Goiás e Vasco, na Globo do Rio; e Ceará e Corinthians, na Bandeirantes. Optei por ver um pouco de cada, mas tava difícil achar um lance bom nos três jogos. O Inter fez um 3 a 0 meia boca a lá Celso Roth contra o fraco Guarani. Goiás x Vasco e Ceará x Corinthians então? Dois 0 a 0 de dar sono em qualquer um. Como diria o velho e bom Adroaldo Guerra Filho, o Guerrinha: isso é pior que tomar água do pote de salsicha. Mas, fazer o quê? É o que temos até o final do ano.
Sorte dos colorados que terão pelo menos mais dois jogos da Libertadores para se entreter. Esse será o divisor de águas entre um ano glorioso, que salvará o futebol brasileiro em 2010, ou um ano onde a única lembrança futebolística que ficará guardada na mente de todos daqui a muito tempo será a Copa do Mundo afro-espanhola.
RESSACA – Nem deu tempo de curar a ressaca pós-Copa, e a dor de cabeça dos tricolores já é grande, com o Grêmio namorando a zona do rebaixamento. Caso perca para o Grêmio Prudente, amanhã, possivelmente o tricolor dará o primeiro beijo na caveira da Série B. O Inter, por sua vez, recebe o Ceará no Beira-Rio. Uma bela oportunidade para botar mais lenha no ânimo colorado para incendiar os jogos das semifinais da Libertadores contra o São Paulo. Ou seja, os colorados estão tentando curar uma ressaca com outro porre, enquanto os gremistas estão preocupados se a dor de cabeça da ressaca vai perdurar até o final do ano, com um final nada animador. Alguém tem um Engov?
*Texto publicado no JM desse sábado (amanhã).

2 Comentários:

  • Porra, esse texto, coitado, ficou tão abandonado, sem nenhum comentariozinho solidário, que eu mesmo resolvi comentar!

    Por Blogger Eduardo, às 18 de julho de 2010 às 20:24  

  • hahaha... daí Ritter, vou comentar também.

    Eu já tinha lido no JM (o melhor jornal da cidade e da região...hehe) mas vou comentar de novo.

    Realmente, ficou complicado de gostar tanto dos jogos do Brasileirão, depois de assistir à Copa.

    Ah, que saudade de acordar às 8h30 para assistir Coréia do Sul x Grécia, ou Eslovênia x Argélia...

    ashauhsuahsua...

    bom, como escrevi no meu blog lá, que venha 2014 e dessa vez, eu quero é tá no meio da muvuca... hehe

    abração!

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 20 de julho de 2010 às 22:49  

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