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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O anão

Estou tentando descobrir o que significa o tal do anão. Desde que cheguei em Bento Gonçalves, sempre que saio na rua, dou de cara com ele. Primeiro vou descrevê-lo. Ele é baixo (óbvio), deve ser da altura da minha cintura, e está sempre vestido de terno e gravata, com um chapéu misterioso. Tem cavanhaque e aparenta ter mais de 55 anos. A cara tem traços de mexicano. E está sempre carregando uma maletinha preta. Estou curioso para descobrir o que ele carrega naquela maletinha preta. Fica andando, para cima e para baixo, com ar misterioso, sempre segurando a maldita mala preta e vestindo terno cinza claro, com gravata azul, e cara séria. Mas ele não me engana. Deve ser um hibrido que está me vigiando... Não, eu não estou paranóico.
Vou ao supermercado, paro na estante dos Ruffles, fico na dúvida entre levar o pacote pequeno, médio ou grande, pego um, olho com calma, devolvo na estante, coço o queixo, olho para o lado e lá está ele, observando como quem não quer nada os Doritos. Um frio toma conta da minha barriga e saio dali o mais rápido possível. De manhã, saio para ir trabalhar, chego na esquina, paro na sinaleira em meio a pequena multidão bento-gonçalvense, olho para os peitos da morena ao meu lado, e, olhando nessa direção, de cima para baixo, o que vejo logo atrás dos peitos2 O anão. Lá está ele, com sua barbicha, ar sério e mala preta na mão a caminhar disfarçadamente, indo para não sei onde. Outro dia fui almoçar em um restaurante bem em frente da rádio e, por Deus, quase sai correndo. Cheguei lá e o anão estava de prato na mão, se preparando para entrar na fila, como se estivesse só me esperando... E em outro dia, indo para a rodoviária apressadamente para ir para Porto Alegre, passo pelo anão, que está sentado em um banco próximo a uma parada de táxi, mãos sobre os joelhos, ar pensativo, como se fosse se levantar dali a qualquer momento para me seguir... Enfim, onde vou, encontro o tal anão, de terno cinza e ar sério. Portanto, se eu desaparecer de uma hora para a outra, já sabem. Foi o anão.
PS: essa última parte é brincadeira, se eu desaparecer não foi o anão não. Não vão prender o probre coitado (quanto ão!).

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