Ano novo, novos pensamentos, perspectivas e novos atacantes...
Conheço muita gente que não gosta da virada de ano porque a considera um momento de ilusão coletiva: na troca de uma data muitas pessoas pensam que tudo vai mudar do dia para a noite. No entanto, eu considero a virada do ano como um período de mudanças ou de confirmações. Por exemplo: tem gente que troca um casamento confirmado por alguns momentos de prazer a beira-mar. Agora, convenhamos que, sem dúvida, pode tratar-se de uma boa troca. Naqueles dias você fica ali, sentado na areia, olhando a beleza do mar, aqueles corpos torneados seminus desfilando diante de seus olhos e, enfim, nesse momento a vida é bela. Ainda mais se tiver um copo de caipirinha gelada e doce na mão. E qual a perspectiva do casamento? Cobranças, rotina, alguns momentos de prazer, mais cobranças, algumas brigas, família metendo o bedelho na rotina, outras cobranças, e por aí vai. Nunca fui casado, digo isso apenas como espectador. Mas já fui para a praia e a parte de ficar sentado na beira do mar, sentindo uma paz interior do caramba, tomando caipirinha, ah, essa conheço muito bem. E, realmente, é difícil trocar esses momentos de prazer certo por outros incertos, ainda mais para quem mora tão longe do litoral, como é o nosso caso. Ou abrir mão desses dias maravilhosos, por outros, que podem não ser tão maravilhosos assim.
Falei de tudo isso para tentar explicar o que está se passando na cabeça do torcedor gremista. Estou escrevendo essa coluna no domingo, no entanto, quando ela for publicada, provavelmente a situação do Maxi Lopes já esteja definida. Mas o sentimento do gremista hoje é exatamente esse: ele está na dúvida entre trocar o prazer certo (como a praia ou os gols do Maxi Lopes) pelo prazer incerto (o Borges ou o casamento). O gremista conhece o Maxi Lopes, que é a cara do Grêmio: brigador, raçudo, bom cabeceador, alto e, ainda por cima, tem boa técnica. Já o Borges... bom, o Borges fez gols jogando pelo São Paulo, mas aí a questão: jogando com os jogadores do São Paulo até eu sou candidato a artilheiro. E aí a desconfiança. Aí a incerteza. Aí a cobrança, aquela mesma, do casamento. Aliás, uma frase que um conjugue gosta de falar para o outro é: quer liberdade, quer curtir a vida sem dar explicações à ninguém? Tudo bem, então, fique solteiro! Qual o (a) casado (a) nunca ouviu ou disse essa frase alguma vez na vida?
Mas enfim, a vida, como os clubes de futebol, é feita de opções e de decisões. Alguns preferem abrir mão do casamento por umas férias na praia. Uma sábia decisão. Outros preferem o casamento à praia. Outra sábia decisão, dependendo de quem for a noiva ou o noivo. O problema é que no caso do clube, o torcedor decide, mas nem sempre o que acontece é o que ele quer. Bem como às vezes a praia pode ser catastrófica (dependendo dos acompanhantes) e o casamento pode ser milagrosamente prazeroso durante a vida inteira. Enfim, um feliz ano novo a todos!
* texto publicado no JM do dia 29/12
PS: Feliz aniversário para a minha mãe!
1 Comentários:
Porra alemao, belo texto, mas eu ja tava começando a imaginar as moças seminuas na praia e vc poe no meio o Maxi Lopez! estragou tudo! eheh
bom final de ano ae! gde abraço
Por Zaratustra, às 30 de dezembro de 2009 às 09:27
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