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sábado, 2 de janeiro de 2010

Desgaste, desgaste, desgaste...

Estou começando o ano completamente cansado, desgastado, estressado, rabugento, pessimista, depressivo e tudo mais de negativo que vocês queiram me falar. Sempre disse que sou um otimista, um cara paciente, de bem com a vida, independente do que ela estiver fazendo comigo, mas admito que estou precisando de algo que não sei o que é. Estava lembrando há pouco que antigamente, quando eu estava num lugar novo, com pessoas que não conhecia, eu me entusiasmava, queria sair com todo mundo, sentar numa mesa de bar, jogar conversa fora, falar de futebol, de relacionamentos, contar velhas histórias, fazer planos, ouvir histórias mirabolantes, saber como aquela criatura que está na minha frente chegou até ali e tudo o mais, no entanto, mesmo quando tento fazer isso aqui em Bento Gonçalves não consigo me entusiasmar. Falo alguma coisa que, para mim, é o ápice, e as pessoas me olham com estranheza, murmuram um “pois é”, fazem cara de Garfield, agem todas como se fossem estranhas a mim (e acho que realmente são). Ou é a porra do cargo de coordenador que me coloca nessa situação, pois até agora só convivi com os colegas de trabalho. Aliás, tenho andado sem paciência para nada. Até um gol sofrido no vide-game nos nossos confrontos dos nossos raros momentos de folga me deixa com vontade de esganar meu oponente. No fundo, acho que isso tudo também é a saudades do cão, que está me consumindo a cada segundo, que estou sentindo da minha noiva. Bom, não sei nem como dizer isso, mas é como se, de verdade, todos os dias fossem cinzentos, como se todas as pessoas só falassem bobagem, como se todo mundo que vive ao meu redor não tivesse a mínima graça. Tudo bem, tudo bem, os acadêmicos de plantão podem dizer que é tudo questão do meu imaginário pessoal, e os autores de livros de auto-ajuda podem dizer que estou depositando demais minhas energias em uma coisa só, que eu devo me centrar em outras atividades, e blá, blá, blá, blá. Pois fodam-se! Agora, o pior de tudo, devido a esse estresse todo, a esse desânimo, eu por pouco não acabei por fazendo a maior bobagem da minha vida.
Apesar dos pesares, estou aqui, sábado de tarde, vivo após trabalhar nove horas no dia 31 de dezembro e no dia 1° de janeiro e hoje pela manhã, até a uma hora da tarde. Estou curioso para saber quanto será depositado na minha conta nessa semana, quando recebo meu primeiro salário... melhor não pensar nisso, e voltar para o livro do Jack London...

2 Comentários:

  • Porra alemao! Volta pro Jack alemao! Mesmo sem conhecer o London, os outros Jacks que conheço, como o Kerouac e o Daniels, sempre valem a pena. Mas mantenha distancia de um deles, o estripador.

    Gde abraço

    Por Blogger Zaratustra, às 2 de janeiro de 2010 às 13:40  

  • Numa abordagem espinosista, eu diria que essa crise depressiva pela qual você está passando é da ordem dos afetos tristes. São aqueles encontros que não refletem num aumento de nossa vontade de vida mas, pelo contrário, diminuem-na e nos deixam assim, prostrados, cinzas, como se nossa chama se extinguisse de repente. Numa abordagem mais tosca, adequada à mesa de bar, eu diria que isso é falta de sexo. É a famosa seca. Fica aí, longe da mulher e tal. Os vapores libidinais sobem à cabeça (de cima) e o cabra entra nessa onda assim meio poeta-romântico-tuberculoso-do-século-XVIII. Pode ser tudo isso. Mas pode ser só viadagem mesmo. Abraço, maluco. E melhoras.

    Por Blogger ababeladomundo, às 6 de janeiro de 2010 às 05:35  

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