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sábado, 17 de outubro de 2009

Uma noite feliz para seu Anselmo


Dois jovens de aproximadamente 18 anos estão vendo uns vídeos pornôs no computador, em uma ruazinha de um bairro qualquer de uma cidade qualquer do interior do Rio Grande do Sul. Uma janela grande, com uma cortina praticamente transparente, separa o computador com os dois devassos, da calçada completamente deserta. Afinal, já se passa da meia-noite. Seu Anselmo, um senhor de 63 anos, que viu sua mulher fugir de casa com filhos e netos há 20 anos, vem perambulando por ali em ziguezague, agarrado a sua garrafa plástica de canha barata. Depois que foi abandonado pela família, cansada de seus tragos e agressões a todos, ele ainda conseguiu morar na sua pequena casa, pagando aluguel com dificuldades. No entanto, acabou sendo despejado, e dali foi para uma pensão, e da pensão para o abrigo. No abrigo, comparece às vezes. É muito chato, tem hora pra chegar, hora pra sair, tem que ficar cuidando o seu sapato velho e furado, senão roubam, enfim, a rua é mais aconchegante e menos cruel. Comprou a garrafa de canha com as moedas que ganhou naquele dia na estação Rodoviária. Agora estava ali, andando sem rumo pelas ruas daquela cidade deprimente.
Enquanto ziguezagueia na escuridão, seu Anselmo enxerga aquela janela com uma faixa de pano transparente e vê luzes vindas lá de dentro. Com ar curioso, se aproxima, tentando não fazer barulho. Quando cola o rosto na janela, vê dois jovens, um loiro e um moreno, dando risadas e apontando para aquele quadrado estranho, que parece uma televisão. Um deles está na frente, e só vê as luzes que ficam piscando. Quando o loiro sai da frente, ele vê algo que o hipnotiza: uma loira monumental está literalmente mamando num velho... Um velho como ele! Ele fica olhando aquela cena. Olha do monitor para os jovens, que dão muitas risadas, dos jovens para o monitor, do monitor para a canha... toma um longo gole, limpa a boca, e segue olhando aquele espetáculo. Tenta lembrar qual foi a última vez que teve uma mulher... Bem, certa vez ele pegou meio a força uma outra moradora de rua, mas devia fazer uns quatro anos. De comum consentimento foi... foi... putz, foi com a ex-mulher, há mais de 20 anos! Depois disso, chegou até a juntar alguns trocados para gastar no bordel mais barato da cidade. Mas não chegava a ser uma relação igual a que tivera com a mãe de seus filhos. Elas cobravam e ainda por cima reclamavam do cheiro, do bafo de canha, da sujeira. Umas vadias, pensava. Voltou a se concentrar na loira, que agora era penetrada de quatro pelo velho. Por que não era ele aquele velho? Vida injusta. Alguns nascem com tanto, outros com tão pouco. E o tamanho daquele troço? O dele devia medir a metade... Olhou para baixo e abriu as calças para verificar o tamanho. Com a empolgação por ver aquela cena até que estava maior... Começou a passar a mão, enquanto via a loira com os olhos cerrados e a boca aberta, parecendo sentir muito prazer. Seu Anselmo se empolga, começa a mexer mais rápido, mais rápido mais rápido até que... até que, ao gozar, não se agüenta e berra: “ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh”. Os dois jovens tomam um susto. Vêem aquele velho do outro lado da janela se remoendo. Deve estar passando mal, calculam. Os dois correm para fora, para acudi-lo. Ao chegar ele está caído na calçada, com os olhos fechados e a cara mais feliz do mundo, rodeado pela canha, que derramou ao seu redor, fazendo uma poça de felicidade. E naquela noite, seu Anselmo dormiu alegre, como há muito não dormia.

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