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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O alemãozinho do Carrefour

As filas do Carrefour são sempre interessantes. É quase um circo, onde um monte de gente estranha fica com cara de quem está esperando (e realmente estão), enquanto você olha para elas com cara de quem também está esperando (e realmente está) e então você suspira, da uma olhada nos carrinhos dos outros, e fica imaginando o quê aquela loira tatuada de 18 anos com cara de Angeline Jolie faz beijando na boca aquele velho de 69 anos que mal pára de pé, e por ai vai....
Hoje me aconteceu mais uma nessas filas. Estava eu, segurando cinco pãezinhos, um saco de salsichas e um saco de batata palha em uma mão, e uma nota de dez reais amassada na outra, quando comecei a ouvir uma mulher falando em alemão com uma criança. Eu olhei para a criança, ela fez cara de pânico, abriu bem a boca e....
- AAAAAHHHHHHHHHH!
Eu arregalei os olhos, já ia falando “calma, calma, garotinho”, até tentei formular essa frase em alemão, mas não consegui. No entanto, o alemãozinho, que devia ter uns três anos, quatro, no máximo, fechou o seu bocão, olhou para a mãe alemoa, e disse, apontando para mim, com sotaque alemão:
- O pai do Dudu.
Eu olhei para os lados, e realmente era para mim que o pirralho apontava. Pai do Dudu. Eu, um próprio Dudu, pai de outro Dudu... Vejam vocês. Eu olhei para a alemoa e perguntei:
- Pai de quem?
- Ele te achou parecido com o pai de um amiguinho dele – disse ela com sotaque alemão, e completou – E não é que é parecido mesmo?
Tu vês. Eu pareço com o pai de algum Dudu, amigo do alemãozinho, filho da alemoa, que deve ser alemoa da Alemanha casada com algum brasileiro, pois ela fala português com sotaque. E o alemãozinho, vejam vocês, é bilíngüe com menos de quatro anos. Depois dessa paguei a conta, peguei a minha sacola e segui rumo ao apartamento da Rua dos Cubanos, assobiando A Cidade em Chamas, dos Engenheiros...

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