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sábado, 6 de junho de 2009

Crise cubana versão 2009

Minha cabeça está como uma salada de frutas. São muitas coisas completamente diferentes acontecendo ao mesmo tempo, muita emissão e recepção de mensagens completamente opostas em um curto espaço de tempo. Durante a semana, passo tendo aulas super-cabeça no mestrado, e isso me faz enxergar o mundo de uma maneira muito boa e maluca ao mesmo tempo. Aí eu saio de discussões sobre Barthes, Morin, Pierre Levy, Marshal McLuhan, Thompson, e vários outros malucões intelectuais, e para aliviar a cabeça leio Pedro Juan Gutierrez, muito bom por sinal. Depois vejo Chaves, e me mijo rindo, e enquanto eu tomo banho eu ligo o meu radinho de pilha sempre numa rádio que toca uma música assim: “eu tenho... o meu radinho... que é muito bonitinho, mas também muito safado...” e nunca consigo entender o resto.
E quando começo a me sentir um vagabundo completo, eu me atraco a ler e a escrever os textos acadêmicos, e mergulho de corpo e alma nessas análises, e quando vejo, se passaram horas e eu escrevendo e refletindo sobre jornalismo, literatura, Erico Verissimo, Lucas Faia, teorias de todos os tipos e gostos, práticas, e tudo mais. Então, quando começo a perceber que estou ficando louco mesmo, vou para a academia e durante aquela hora eu só me concentro em colocar mais peso no supino, nas elevações frontal e lateral, no leg press, na remada sentada, enfim, em todos aqueles exercícios malucos e, inclusive, tenho colocado bastante peso, mais do que eu imaginava que era capaz. E para completar, também estou aumentando de peso: 84 quilos, quatro a mais do que quando cheguei em Porto Alegre, em março. No entanto, quando me pesei da última vez, em uma farmácia na Borges, estava cheio de roupas, tinha acabado de almoçar, e estava realmente me cagando, o que quer dizer que eu deva estar com 81 ou 82 quilos.
E no meio disso tudo, o dinheiro está acabando, e a crise cada vez mais se aproximando, e eu não sei ainda o que vou fazer quando o dinheiro terminar de vez. A única coisa que sei é que acabaram as minhas idéias do momento, já passa da meia-noite desse sábado frio, e dessa vez não consegui nem comprar uma garrafinha de vinho, muito menos algumas latinhas de cerveja para acabar com a esclerose dos meus neurônios. É, a crise, que deixou sua marca em Cuba na década de 90, está chegando cada vez mais perto da Rua dos Cubanos, versão brasuca. Todos querem os textos, mas ninguém quer pagar. Como diria o Lucas Faia, de Incidente em Antares: diabo de profissão!

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