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terça-feira, 10 de março de 2009

Eu e as bagagens

Noite de sexta-feira. Após sair de Santo Ângelo às 23h e chegar em Porto Alegre às 5h da madrugada com minha irmã, estou sem internet e escrevendo no Word isso que vocês estão lendo, ouvindo Festa no Apê do Latino no MP3, já que nesse computador super-moderno que temos em nosso AP (agora é nosso) só tem duas músicas. Mas não vai rolar festa nem bunda lelê no meu AP. Muito pelo contrário. Estou me sentindo ilhado nesse AP. Sem internet, sem cartão de orelhão e celular para fazer ligações, sem receber ligações, nem toques (telefônicos), nem mensagens no orkut, muito menos no MSN, e o que é mais grave: com muito pouco dinheiro. É, a vida é dura nos momentos de solidão e pobreza. Curiosamente. a pobreza te leva à solidão, e a solidão te leva à pobreza. Não estou muito certo disso, mas como diria o Seu Madruga, acho que é mais ou menos essa a ideia. Enfim, estou no quarto escrevendo, enquanto minha irmã está fungando lá na cozinha, e agora está tocando Eu Sei, do Legião. Entretanto, eu não sei se ela está fungando de choro ou gripe. Às vezes ela chora, às vezes fica gripada. É a vida, é a vida.
Enfim (gosto de usar o “enfim”, assim como os paulistas gostam de falar o “então”), chegamos hoje de madrugada com cinco malas, três minhas e duas da minha irmã. As minhas, uma sacolona, daquelas de sacoleiro mesmo, outra que era do tempo de solteiro do meu pai (tipo aquelas do Seu Madruga, que a Chiquinha pega no episódio em que ela ganha a viagem para Acapulco, sacam?), e uma terceira mais moderninha, de alça e rodinha, cheia de livros e apostilas. Pegamos um carregador, que cobrou R$12 pelo serviço, e achamos um taxista que conseguiu enfiar todas as malas mais nós dentro do carro (ok, você deve estar comentando maldosamente que eu e minha irmã já somos duas malas, mas vou perdoar você por isso, leitor tupiniquim). Espantosamente, o tal taxista foi o primeiro taxista com cara de honesto e que não se fez de bobo aqui em Porto Alegre para nos levar ao destino final. Fez o caminho corretamente, não fez perguntas idiotas e não ficou parado nas sinaleiras às 5h da madrugada. Além disso, não cobrou nada a mais além do justo. Exceto R$5 pelo excesso de bagagem, mas eu já sabia desse esquema. E no nosso caso, era excesso de bagagem mesmo. Quando o pai nos levou para a Rodoviária em Santo Ângelo, teve que fazer duas viagens, uma para levar eu e as bagagens, e outra para levar minha irmã (e minha mãe, que foi dar tchauzinho na rodo).
Mas como ia dizendo, chegamos às 5h da madrugada, e acordei ao meio-dia com a Jaque, colega da Carol que também está ingressando no mestrado, tocando no interfone. Fomos todos para a Puclândia. Elas para comprar o material escolar, e eu para entregar a minha solicitação de bolsa. Nisso, descobri que somos todos da conspiração 91 (eu, a minha irmã e a Jaque). Mas não vou explicar aqui o que é a conspiração 91. Sei que você, nobre leitorinho, é muito curioso, então vou te judiar um pouco. Às vezes é bom ser cruel. No entanto, quem for 91 vai entender. Os demais estão excluídos. Se você não for 91, pode começar a se preocupar.
Chegamos cedo da Puclândia, e de tardezinha fomos no Carrefour. Eu só para comprar uma Coca de 2,25 litros e meia dúzia de pãezinhos. Minha irmã para pegar outros apetrechos. Por isso ela reclama que em Porto Alegre se gasta mais. Quer comer presunto e queijo, dá nisso. Eu vou só no pãozinho com margarina e Coca ou suco de saquinho.
O nosso dia emocionante terminou em frente da TV, assistindo o Mr. Been. Muito engraçado. Depois disso, até agora a pouco, eu estava deitado, ouvindo música, pensando na vida. Refletindo sobre tudo o que já aconteceu e em tudo o que está por vir. As pessoas que conheci e conheço e as que estão por surgir. Nos ex-colegas de trabalho, colégio e faculdade, e nos próximos colegas e professores que terei pela frente nos próximos anos. É divertido isso. Fiquei me sentindo como o Thales Juan, vizinho nosso de 8 anos que foi entrevistado nesse blog outro dia. Semana passada, ele chegou do segundo dia de aula pulando de felicidade, dizendo que adora aula e gritando “oba, ainda bem que tenho temas de casa, eu adoro temas!”. Pois vejam vocês, eu estou numa ansiedade para que comecem as aulas logo, que me fez lembrar os tempos de colégio. No entanto, a primeira aula será só na terça-feira. Até lá tenho que aguardar, sem internet, mas cheio de bagagens.
PS: a internet só voltou hoje (terça-feira)

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