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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Dica de filme e de pensamento


Acabei de ver um filme que deveria ser visto por 100% dos moradores dessa nobre terra tupiniquim: Sicko $O$ Saúde, documentário do Michael Moore.
Cara, quando você termina de ver esse filme você fica com a impressão "não sei porquê, mas acho que nasci no país errado". Não por eu me achar demais para o Brasil, mas é que, porra, o nosso país não passa de um projeto de Estados Unidos subsenvolvido. O Moore mostra muita coisa que acontece nos Estados Unidos que os brasileiros tentam fazer o mesmo, pelo menos no discurso (leia-se: políticos e grandes empresários que adotam um discurso que prega exatamente o oposto do que fazem na prática). Mas enfim, para vocês entenderem tudo, é só assistindo o filme mesmo.
Resumidamente, ele faz uma denúncia da máfia dos planos de saúde americanos que fazem de tudo para recusar os pedidos de procedimentos médicos, excluindo a necessidade do atendimento e visando unicamente o lucro, inclusive, dando bônus para os médicos que recusarem mais pedidos de atendimento. Então, ele mostra o discurso dos políticos e da mídia (ou melhor, dos políticos usando a mídia como microfone e fazendo terrorismo na população), além de muitos casos sinistros e dramáticos (chorei, inclusive), e depois ele apresenta o contraponto da questão, apresentando os sistemas de saúde pública do Canadá, Inglaterra, França e Cuba, onde a população recebe atendimento gratuito e de primeira linha.
Inclusive, um dos argumentos utilizados pelos proprietários das empresas de planos de saúde americanas é que a valorização dos médicos iria decair muito caso o governo assumisse o sistema de saúde. Porém, Moore mostra um médico de Londres, que trabalha para o governo, obviamente, e mora numa casa de R$1 milhão de dólares! Como se isso não fosse suficiente, em Londres (o Fábio que corrija o Moore se ele estiver errado) tem um caixa para auxiliar os pacientes que não tem condições de pagarem o transporte de volta para casa! E na França, o pessoal chama o médico (do governo) em casa para atender até uma gripe! Tu vês! E por fim, ele leva um grupo de americanos que ficaram doentes trabalhando no resgate das vítimas do 11 de setembro, e que não tem plano de saúde, para serem atendidos em Cuba! Bom, os pormenores vou deixar para vocês assistirem, mas que deu vontade de sair correndo desse país para um desses outros quatro mencionados pelo Moore, ah, isso deu!
Bom, não me xinguem por contar esses trechos, porque esse também não é o final do filme. Mas outro ponto interessante é quando um americano que mora em Paris compara os dois sistemas dizendo mais ou menos o seguinte: "na França o governo tem medo da população, enquanto nos Estados Unidos a população tem medo do governo, e o governo americano não tem interesse de mudar a educação do seu povo porque sabe o que isso causaria". Já um inglês diz que se mudassem esse sistema de atendimento gratuito, certamente haveria uma revolução na Inglaterra.
Porra, é por isso que eu sempre digo que enquanto não derem textos, filmes, áudios, seja lá o que for, com conteúdo crítico para as crianças e adolescentes isso não vai mudar nunca. E como sei que num país onde nem os adultos são alfabetizados criticamente, onde se valoriza mais a roupa nova de marca do que o livro que se leu na semana passada, não tem como mudar, não acredito que isso um dia deixe de ser assim. Aliás, creio mais na chegada do apocalípse do que em ver o fim desse sistema que impera tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. E viva la revolución!

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