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domingo, 14 de dezembro de 2008

Texto amigo


Estou lendo, aos 27 anos, o meu primeiro livro do Oscar Wilde (foto). Ainda não sei se será o último, já que a concorrência é grande e a lista de livros de autores diferentes que pretendo ler ainda nesta vida se torna cada vez maior. Apesar de preferir autores com outros estilos, estou gostando dos textos dele, e no início de um de seus contos encontrei uma definição que há muito procurava sobre a profissão (existe?) de escritor. Coloco o trecho lembrando que, apesar desse texto ter sido escrito por volta de 1890, essa idéia ainda vale para os dias de hoje. Abro um parêntese para dizer que minha mãe passou pela sala agora brigando porque estou tomando uma cerveja. Peraí, a Cris no telefone (...). Pronto. Só queria avisar que chegou em casa e a avó e o tio dela estão lá. Beijo vó, abraço tio! E sobre a minha mãe, ela briga quando vê eu chegando com latinhas de cerveja, quando ouve o barulho de “tssss”, aí enquanto estou bebendo a cerveja ela passa por mim e briga de novo, aí depois que eu tomei ela vê as latinhas vazias na lata de lixo e briga de novo comigo, e no outro dia ela briga mais um pouco (ainda mais se apareço com mais cerveja). Enfim, acho que ela não gosta de cerveja, apesar de que minha mamuxca também gosta de tomar as suas de vez em quando...
Mas voltemos à frase do Oscar Wilde. Como ia dizendo, em um de seus contos, no livro Fantasma de Canterville, ele escreveu o seguinte, logo no início:
“A menos que você seja rico, não tem por que ser fascinante. Romancear é um privilégio de ricos, e não uma profissão para desempregados”.
Simples, fácil, objetivo e verdadeiro. Nessa frase acredito que Wilde chegou ao seu ápice (pelo menos nesse livro). E agora sim, chego ao ponto em que pretendia chegar desde o início.
Não sei de você, nobre leitorinho tupiniquim, mas eu gosto de textos e de escritores que, mesmo em romances ou contos ficcionais que nada tem a ver com a realidade, sejam amigos do leitor. Aqueles que mesmo quando não estão falando em primeira pessoa estão se dirigindo diretamente a você e estão levando em consideração o que você vai pensar sobre o assunto (polemizando ou não). Por isso, gosto de TODOS os livros do Bukowski. Apesar de parecer rude (inclusive é descrito assim na super-biografia escrita pelo inglês Howard Sounes) ele escreve como se estivesse sentado com você na mesa de um bar. Eu sei que se o conhecesse, seria destratado da mesma forma que ele destratou a maioria dos seus leitores que se acharam amigos do velho Buk. Apesar disso, ele escreve como se fosse amigo de todo mundo. O mesmo estilo friendly é usado por muitos, mas muitos outros, na qual também sou fã, como o Erico Verissimo, o David Coimbra, o Jack Keroac, o Dezsö Kostolányi (esse húngaro desconhecido é muito bom), o Gabriel Garcia Marquez, e tantos outros.

Acabei parando na metade desse raciocínio todo para ver o Pânico na TV na premiação para os melhores do Brasileirão, e com isso me perdi todo nas idéias, ainda mais com a Skol fazendo efeito. Quando o Zagallo entrou, a Sabrina perguntou: “mas o Zagallo é vivo?” e ao fundo tocou “eu nasci há dez mil anos atrás”. Já a Biba, perguntou para o Muricy se ele deixaria ela (ou ele?) juntar o sabonete no vestiário do São Paulo. Futebol é só alegria!
Bom, voltando ao raciocínio inicial, lembrei também do Mário Prata e do professor Juremir (Machado da Silva), e que a coluna dele de hoje (domingo, 14 de dezembro de 2008) do Correio do Povo está muito boa, onde ele fala da própria ruindade como escritor e onde diz que acha todos os outros cronistas ruins e que nunca chegarão a seus pés. Com isso, não preciso me preocupar se ele ler tudo isso aqui, já que, independente do que eu escrever, serei chamado de horrível, péssimo, interiorano que pensa que um dia será um projeto de escritor e tudo mais de depreciativo que houver...

A mãe passou de novo, e não comentou nada dessa vez sobre a cerveja, que por sinal, está no fim. O tempo fecha e começa a trovejar de novo.
Ela não brigou pela cerveja, mas agora brigou para desligar o computador porque está trovejando. Mãe é mãe. Vou desligar isso aqui e tomar um banho antes que acabe a luz na vila...

3 Comentários:

  • Minha mãe não fala nada quando bebo, desde que eu divida com ela! hehehe

    Concordo, tb gosto de autores que dialoguem com os leitores...

    Por Blogger Espaço Diverso, às 15 de dezembro de 2008 às 11:43  

  • O Buk eu não li ainda. Uma vez quase comprei um livro dele, mas tinha do lado um do Kerouak e peguei esse...
    Mas o On The Road eu li boa parte fazendo uma viagem on the road, indo ao Paraguai na base da carona...

    Por Anonymous Anônimo, às 15 de dezembro de 2008 às 15:59  

  • duduuu mamãe está certa! hauhauhauahuhauahua
    enfim, não li oscar wilde... enfim
    mas tb gostio de autores amigos!
    hauhauhuahauhauha

    Por Blogger Carolina, às 17 de dezembro de 2008 às 15:58  

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