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sábado, 6 de outubro de 2018

Fodeu

O Brasil está pegando fogo. O Brasil está na merda. E eu acabei de assistir ao Grêmio empatar com o Bahia em casa e, depois de tanta fodeção, resolvi assistir a três episódios de Friends em sequência. Ah, caralho, como eu queria ser Joey, Ross ou Chandler. Aquelas tomadas nas ruas de Nova York me matam. Mas não, estou aqui, nesse país de merda. Está certo, os Estados Unidos de hoje também está uma merda. Bem como boa parte da Europa, da Ásia, da África e da Oceania. Ninguém vai ler essa porra de texto porque agora todo mundo está odiando ou amando o Bolsonaro. Nesse país comédia, é isso: antes, todo mundo amava ou odiava o Lula. Agora, todos odeiam ou amam Bolsonaro. Dois extremos. E eu aqui, acabando de ver Friends, tomando umas, querendo que tudo se foda. Às vezes acho que caminhamos para o fim do mundo: os espíritos elevados vão chegando ao paraíso, enquanto nós, que não nos achamos nunca, somos mandados de volta para essa terra perdida geração após geração. E a coisa vai ficando cada vez pior e pior e pior, até que, PUM, já era, quem se salvou se salvou, e quem não se salvou, se fodeu de vez. Penso que em 200 anos a questão está resolvida. Papo Daciolo, tá ligado? Mas não, não vou votar no maluco...
Meu voto é do Cirão da massa, mas sei que fodeu tudo de vez: vai dar Haddad e Bolsonaro para o segundo e o Bozo vai se eleger. As coisas mais bizarras possíveis vão acontecer. Vamos ver coisas que nunca imaginávamos que veríamos. A maioria delas, tristes e trágicas. Eu, porém, nunca acreditei muito na humanidade. E muito menos no Brasil. Enquanto os adultos não pararem pra pensar seriamente nas crianças, tudo estará perdido. Enquanto as crianças crescerem com referências patéticas, elas se tornarão patéticas quando chegarem à fase adulta. Grande parte dos eleitores que vão apertar números nas urnas amanhã são filhos de pessoas desequilibradas (às vezes concluo que todo mundo é desequilibrado, o que torna isso não necessariamente um insulto). Mas muitos dos que vão votar no Bozo são pessoas que vieram de famílias de bem: um pai autoritário e agressivo (que geralmente tem amantes por aí), mãe neurótica e amigos e parentes que seguem esse padrão. Pois eu digo: a parada é muito mais sinistra.
Porém, não vai ser eu quem vai mandar o papo reto pra essa cambada. Sinceramente, tô de saco cheio. Cansei de discutir com gurizada mimada, ex-amigos que foram rebeldes no passado e agora acreditam que são de uma raça superior porque “são de bem”, mulheres machistas, negros racistas, jovens conservadores e tudo o mais. Liguei o foda-se ao melhor estilo Bukowski: comprei cinco garrafas de Original para degusta-las nessa véspera de eleição. Cagar na urna de ressaca. Não vou ser hipócrita de dizer que quero um país melhor pra minha filha, porque desde que ela nasceu, eu só penso em uma forma de fazer com que ela possa deixar esse país infeliz para construir uma vida fora dessa fronteira verde e amarela. Algo que eu teria feito se tivesse tido a oportunidade. Algo que alguns amigos que conheci nos Estados Unidos fizeram e que não se arrependem nem um pouco. E não vai ser PT ou Bolsonaro que vai mudar a minha opinião.
Sinceramente, penso que o Brasil é uma causa perdida. Nunca vai haver segurança suficiente. Nunca teremos uma economia competitiva com os países de primeiro mundo. Nunca teremos artistas livres sendo valorizados. Nunca teremos um Nobel de Literatura. Nunca acabaremos com as filas nos bancos, supermercados, lotéricas, hospitais, etc. Nunca aprenderemos a dizer “com licença” e “por favor” nas mais variadas situações do espaço público. Nunca limparemos um lugar público após um grande evento (pois sempre teremos garis para fazer isso na manhã seguinte). Nunca sairemos tranquilos de noite em uma grande metrópole. Nunca esperaremos o pessoal do metrô sair para, então, entrarmos civilizadamente no vagão. Porque somos isso, somos o resultado de 500 anos de erros de todos os tipos e, quando parece que vamos acertar, optamos por voltar algumas décadas arás e começar tudo de novo.... Por isso, meus caros, nessa véspera de eleição, certo da vitória do candidato que representa uma volta ao ano de 1964 e de 1989, eu resolvi ligar o foda-se mais uma vez e assistir a Friends. E, provavelmente, eu faça isso durante os próximos quatro anos, divertindo-me com a série e com a cara de tacho com que metade dos eleitores de Bolsonaro vão ficar quando começarem a tomar no meio do cu pela cagada que fizeram na urna.
É isso. Cansei. Jair ou já era? Já era!!!!


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