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sexta-feira, 6 de julho de 2018

Num deu!

Estamos fora da Copa. Como me sinto? Normal. Estava pensando, rememorando todas as Copas que vi, e me dei conta de uma coisa: sem dúvidas, essa foi a Copa em que menos torci para o Brasil. Na verdade, torci, mas torci como aquele torcedor de time de futebol que diz que torce para o time X porque "tem que” torcer para alguém. Não posso dizer, por exemplo, que fiquei nervoso em algum momento do jogo de hoje contra a Bélgica. O coração só acelerou um pouquinho mais quando o Coutinho bateu livre, raspando a trave, já no final. Ali, sim, lamentei de verdade, pois era uma chance claríssima que, se tivesse entrado, levaria o jogo para a prorrogação. E, com o ritmo que o Brasil estava, penso que o 3 a 2 viria na meia hora extra. Porém, vou novamente rememorar brevemente as outras Copas.
Em 1990 eu era uma criança e achava que a seleção do meu país era a Alemanha, pois morava em uma cidade com fortíssima colonização alemã: Panambi. Quem já morou lá, sabe do que estou falando: aula de alemão na escola, sem aula em dia de jogos da Alemanha da Copa, musiquinha natalina em alemão no Natal, etc. Mas, mesmo assim, lembro de eu e meu irmão lamentando a derrota para a Argentina. Em 1994, nem vou comentar, pois eu era um fanaticozinho pelo Brasil. Em 1998, apesar de não gostar do Zagalo e de achar que a França foi o melhor time desde a primeira rodada, na hora em que a bola rolou, eu estava lá, torcendo para o Brasil. Em 2002, torci de boas, até porque aquele time era uma máquina (possivelmente a melhor seleção que já vi até hoje). Em 2006, vibrei com as vitórias sofridas e lastimei a eliminação para a França, mas não muito. Contra a Holanda, eu assisti o jogo num bar em Porto Alegre e, no clima de torcida brasileira, fiquei frustrado. Nos 7 a 1, eu estava com a camisa do Brasil num cassino em Las Vegas, obviamente, torcendo para o Brasil. Em todas essas copas, até rolou um nervosismo antes do jogo. E, dessa vez, até cheguei a me empolgar mais cedo, coma eliminação do Uruguai para a França. Eu dizia para mim mesmo: “agora esses europeus vão nos pagar! Tiraram Argentina, Uruguai e Colômbia! Vamos vingar toda a América do Sul!”.
Mas, antes que eu me aquecesse para ficar nervoso, o jogo ficou 2 a 0. E, então, o único momento de torcedor de verdade foi no chute do Coutinho, como já disse.
De maneira geral, cito aqui a minha postagem no Facebook que resume o meu pensamento sobre a participação do Brasil na Copa da Rússia: “A real é a seguinte: individualmente, a geração 2014-2018 é a pior da história do futebol brasileiro. É impossível comparar qualquer um desses jogadores com Ronaldo, Romário, Ronaldinho Pilantra, Rivaldo, Edílson, Edmundo, Neto, Júnior, Juan, Branco, Leonardo, Jorginho, Paulo Nunes, Bebeto, Denner, Kaká, Cafu, Flávio Conceição, Viola, Roberto Carlos, Evair, Dunga, Mauro Silva, César Sampaio, Mauro Galvão, Djalminha, etc. Sem contar os goleiros: Taffarel, Dida, Rogério Ceni, Marcos, Ronaldão, Gilmar, Zetti... Foi-se o tempo em que dava para montar três timaços com jogadores brasileiros. Agora são jogadores comuns tentando compensar na tática (não a toa, as estrelas das últimas copas foram os treinadores Felipão e Tite). O motivo das vacas magras de craques no futebol brasileiro? Sei lá... Só sei que foi (e está) assim....”. E isso que nem citei os mais antigos: fiquei só nos que vi jogar.
Por um lado, analisando agora, friamente, até há lados positivos nessa eliminação, em relação à história do futebol. Às vezes vejo alunos (ou crianças mesmo) super empolgados com Coutinho e Neymar e pensando que Cristiano Ronaldo é melhor que Pelé e Messi que Maradona. Aliás, vão nessa onda embalados pelo oba oba duma imprensa que nem sempre estuda história do futebol. Os fracassos desses mitos midiáticos mostram que não é bem assim para ser tri campeão de Copa do Mundo como jogador, como fez Pelé (e sendo protagonista nas três), e nem marcar gol em todos os jogos de uma Copa, como fez Ronaldo. Temos muito o que evoluir até chegar ao ponto em que estávamos, ou seja, no topo do mundo.



Apenas por curiosidade, eis a minha lista de predileção para a sequência da Copa, sendo que amanhã serão definidos os outros dois semifinalistas:
1) Bélgica (ok, nos eliminaram, mas seria justo e legal ver essa geração espetacular da Bélgica ser campeã)
2) Croácia (sempre simpatizei com o time de tolha de mesa de jantar, desde os tempos de Suker)
3) Suécia (eu tinha uma camisa da Suécia no Ensino Médio...)
4) Rússia (seria cômico)
5) Inglaterra (sempre forma times fortes, mas nunca chega. Seria uma forma de fazer justiça).
6) França (seria justo, mas acho o time meio sem graça).

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