.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Forza Italia

Já devo ter comentado aqui, em algum momento nessa última década de blog, que tenho uma birra com o futebol italiano. Creio que porque a Itália sempre foi a grande rival europeia da Alemanha e, como meu sobrenome é Ritter e como passei boa parte da infância em Panambi (cidade onde a maioria da população torce mais para os alemães do que para o Brasil) encarnei tal rivalidade desde que me lembro por gente. Na Copa de 90, por exemplo, quando tinha oito anos, lembro-me de vibrar com o título diante dos argentinos. Recordo-me, também, que no meu imaginário a seleção alemã era o equivalente a um Real Madrid em termos de grandeza, enquanto a seleção brasileira equivalia a um modesto Betis. Em 1994, no entanto, eu já tinha caído na real e, morando em Santo Ângelo, torci para o Brasil quase com o mesmo fanatismo com que torço para o Grêmio.
O tempo passou, mas segui antipático ao futebol italiano. Confesso que assisti ao jogo Itália e Suécia, há poucos meses, torcendo para os suecos, na eliminação da azurra para a Copa de 2018. E não canso de repetir que, de todas as copas do mundo que já vi nessa vida, a seleção italiana campeã de 2006 foi disparadamente a pior dentre as que ergueram o caneco: um time medíocre, com jogadores de nome que não jogavam absolutamente nada, apanhando da bola e ganhando na sorte (e nos pênaltis) da fraquíssima França de um Zidane em fim de carreira na final. Porém, quem lê esse texto até aqui não imagina o quanto torci para a Roma no jogo de ontem, contra o Barcelona, e para a Juventus, hoje, contra o Real Madrid, nas partidas pelas quartas-de-final da Champions League. Explico-me.
Primeiro, mais do que anti-Itália, quando falamos de seleção, sou anti Real Madrid e Barcelona quando o papo é clube de futebol. Tudo porque esses são os dois clubes mais ricos do mundo que podem contratar quem eles querem. Aparece um novo Pelé no Santos, eles vão lá e contratam. Um africano desponta num clube mediano da Ucrânia, eles compram. Aparece um novo craque no futebol inglês, eles usurpam o sujeito. Assim é muito fácil! Ter todo o dinheiro do mundo e contratar quem eles querem é covardia! É como jogar o velho elifoot (não sei se é assim que escreve) digitando aqueles comandos ninjas para ter uma fortuna interminável. Assim fica fácil ser o maior campeão da história. Quero ver ganhar no braço, na raça, no amor! E, apesar das diferenças, isso os italianos têm de sobra.
E foi por isso que ontem eu torci muito para a Roma e vibrei por cada gol contra o Barcelona quase como se fossem gols do Grêmio. E, também por isso, hoje vibrei em dobro a cada gol da Juventus e xinguei pra caralho o árbitro ao marcar aquele pênalti duvidoso para o Real Madrid aos 45 do segundo tempo.
A Roma passou, a Juventus ficou. Mas, nessa Champions, estou com os italianos. E, claro, também com os alemães do Bayer e os ingleses do Liverpool. Tiro o chapéu para o Cristiano Ronaldo, disparado o melhor jogador do mundo hoje (e um dos dez mais da história do futebol), mas não tiro o chapéu para o Real Madrid (pois assim que o CR7 envelhecer mais um pouco, eles o dispensam e contratam a nova celebridade que estiver despontando como melhor do mundo). Assim, por ter torcido para dois times italianos por dois dias seguidos, considero que consegui vencer o meu próprio preconceito. Que, aliás, creio que está até terminando, pois ficaria muito feliz se houvesse uma final entre Roma e Bayer e, não estando o Real Madrid em tal disputa, tanto fez tanto faz quem eventualmente levantar o caneco. Forza Roma! Forza Bayer! Força Liverpool! Y abajo Real Madrid! Hasta!

2 Comentários:

Postar um comentário

<< Home