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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Aquele beijo

Depois daquela viagem para Roma, meu amigo Ronaldo Fronza Júnior escreveu o seguinte texto, que compartilho aqui:

Lembra-se daquele beijo? Aquele mesmo, em que meus lábios trêmulos encostaram-se nos seus, e eu lhe alcancei a minha mão suada para subirmos até as nuvens e esquecermos todos os problemas que nos rodeiam diariamente? Lembra como apertei o seu corpo contra o meu, como o calor carnal espantou aquele friozinho na barriga que insistia em não passar? Lembra de nossas línguas enroscadas, formando nós impossíveis de serem desfeitos? E de nossos olhos fechados que viam muitas coisas através de flashes de tudo o que aconteceu até aquele momento e de tudo o que estava por vir? Sei que você lembra, garota, mesmo dizendo que não. Sei que toda a vez que me flagro pensando em você, você também está pensando em mim. Sei que toda a vez que você diz “eu te amo” para alguém, é para mim que você gostaria de dizer essas palavras. Sei que você continua me odiando e me amando ao mesmo tempo por eu ser um prepotente incorrigível e sei que você quer me ver perto e longe simultaneamente por te amar como ninguém te amou, mesmo sem te ter. Afinal, baby, você sabe que meus sentimentos são sinceros. E você sabe que me conquistou desde aquela primeira vez em que sentamos frente a frente, em meio a um monte de amigos, na mesa de um bar. Você sabe que mexeu comigo e teima em admitir que eu mexi com você. No entanto, baby, eu desvendei os mistérios de seu coração naquele dia, aquele de nosso primeiro e único beijo.
Você tem medo de se machucar, e quem não tem? Você quer amar e ser livre, quer se entregar por inteira sem se prender, e quem não quer? Não tenho a fórmula da felicidade, baby, afinal, ando meio infeliz. Não consigo sorrir sem lembrar daquele beijo, e sei que você também chora de noite por não esquecer a pequena amostra do paraíso que eu lhe dei. Só encontramos a nossa Babilônia juntos, seria impossível eu encontrá-la com outra pessoa. Já conheci vários lugares beijando várias damas diferentes – e algumas nem damas eram – mas nenhum lugar é comparável à nossa Babilônia. Você sempre me pergunta se “aquele texto foi escrito para alguém em especial” e dessa vez, antes que você pergunte, eu te digo: sim, foi escrito pra ti, a detentora daquele beijo, do beijo que nunca vou esquecer e que sempre vai me deixar querendo mais.
Não lembro da última vez em que me senti assim. Na verdade, eu já tinha esquecido como era ficar piegas e sentimentaloide. Tinha jurado diante do Todo Poderoso e de testemunhas bêbadas em um bar na Venâncio Aires em Porto Alegre que nunca mais me apaixonaria por ninguém. Que beijo seria apenas beijo, sexo seria apenas sexo, troca de olhares seria apenas troca de olhares. E, então, chega você, e me mostra que um beijo pode ser muito mais do que um beijo. Que olhares podem ir muito além do cruzamento de olhares. E que, talvez, o sexo se torne amor. Piegas, não? Eu sei. Odeio-me por ficar assim, mas a culpa é toda sua. Se não fosse aquele beijo, eu não estaria assim. Provavelmente pegaria um romance qualquer para ler, assistiria a um filme ou a uma série na Net Flix ou veria o VT de um jogo da semana passada no canal de esportes. Mas, você e o seu beijo apareceram. E eu já nem sei dizer se ele ocorreu mesmo ou se foi apenas um sonho.

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