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domingo, 6 de outubro de 2013

Cenas nova-iorquinas 1

É uma tarde quente de outubro em Nova York. Como são os últimos dias de calor antes de tudo congelar, os americanos (e demais que vivem em Manhattan) partem para os parques. Em Washington Square está rolando um protesto. Aquele papinho de sempre de luta pelos direitos humanos e blá-blá-blá. Um bando de gente jovem que ainda acredita na humanidade. Ainda crê que um dia o ser humano vai se levantar em meio ao esterco em que vive e vai respirar sem ter que aguentar o fedor da merda diária de tudo o que o cerca. Um jovem de óculos exibe um cartaz: "De-Militarize the border. Migrants rights are Humans rights". All right, all right... You are totally right, my innocent friend. Mas, enquanto segura aquele cartaz, o jovem de menos de 20 anos, que estuda na New York University, chegado do Egíto, tenta encontrar ali, naquela pracinha famosa, uma forma de entender porque ele não consegue fazer amigos americanos. E, claro, porque as americanas não lhe dão a mínima. Então, ali, parado, exposto diante de todos os olhos, ele segura aquele pequeno cartaz na esperança de comover algum coração piodoso. Está certo, quando o melhor amigo dele falou essa teoria, sem nenhum escrúpulo, ele se revoltou e mostrou que conhece muito de sociologia, de direitos humanos, de lei e de história. Mas, no fundo, o que ele quer é baixar algumas calcinhas que o cercam em Washington Square.
Morando longe de casa e de seu país há um ano, ele ainda não se sente bem quando sai com os amigos, enxe a cara e faz merda por aí. É uma espécie de masturbação mental, pois ele quer muito curtir toda aquela porra, mas ao mesmo tempo ele tem um pouco de peso na consciência em se divertir enquanto a sociedade está agonizando na UTI de algum hospital intergalático. Então, enquanto segura aquele miserável cartaz, ele divaga sobre como se aproximar dos americanos para, quem sabe, pegar algumas americanas e ganhar o Green Card. Mas, num momento de reflexão súbita, ele repulsa todas as ideias que estão circulando na sua mente e pensa "puta que pariu, esse país é uma merda, vou tentar mudar essas probres criaturas e salvá-las elas delas mesmas".
O sol está cada vez mais quente e então, já que as pessoas passam ali sem ligar, ele começa a tentar ocupar a sua mente com alguma coisa mais útil. Tenta contar quantas garotas ele já beijou. 29. Apesar que a Clea não foi exatamente um beijo. Os lábios estavam quase se encostando quando ela começou a tossir e vomitou em cima dele. Mas, às vezes, atordoado em aumentar o número de beijos, ele chega a se convencer que os lábios se tocaram sim, afinal ele sentira o calor e a baba dela em sua boca. A contagem de quantas vezes foi para a cama não tinha graça, ele podia contar nos dedos: duas trepadas, duas ejaculações precoces. Não chegou a colocar e tirar uma dezena de vezes. Às vezes ele tentava contar quantas botadas foram. Quando estava de bom humor era mais realista: algo em torno de seis ou sete. Mas, quando estava precisando de auto-estima, aumentava a conta, e chegava na casa dos 30. Sim, foram 30. Eu ouvi os barulhos "plat, plat, plat". E assim vai "plat 1, plat 2, plat 3... plat 30!", sim, foram 30!
Então, em meio a essa divagação, nosso herói egípcio olha ao redor, para as suas colegas de protesto. Ele sabe que elas realmente querem mudar o mundo e não estão ali por causa de sexo. Olha para uma, gordinha, com a idade de sua mãe, vestido até os joelhos... Não pode estar querendo sexo... Então olha para a outra, da sua idade. De calça cumprida nesse calor e agindo como uma freira. Enquanto olha para ela imagina a próxima ajoelhada na sua frente, abrindo o zipper da calça, de boca aberta... começa a ter uma ereção e sente que a velhinha que passa por ali de cadeira de rodas está olhando para as suas calças... Brocha na hora. Decide que, assim que chegar em casa, vai bater uma punheta pra descarregar as energias e não pensar tanto em sexo no outro dia, afinal, ele tem uma causa, uma luta, uma ideologia que não pode ser abandonada. Ele precisa ajudar a salvar a humanidade. É a única razão dele estar no mundo, afinal, como o ser humano desperdiça a sua passagem pela Terra fazendo tanta merda? Como as pessoas não se dão conta de que é tão fácil ter um mundo melhor, sem fome, sem miséria, sem brigas, sem tragédias... Como a humanidade é tão fútil!
E, então, passa uma loira de mini-saia na sua frente e ele esquece a causa, a luta, a ideologia, e tem uma ereção ali mesmo, em praça pública. E, novamente, ele não conseguiu segurar: não precisou de nem uma botada para lambuzar as calças.

1 Comentários:

  • Então! Salvar o mundo ou comer as americanas? Eis a questão. As prováveis que estarão dispostas a dar pra ele ou serão muito feias, ou muito gordas... ou serão egípcias! kkkkkkk
    Fuck german!

    Por Blogger Marcos, às 7 de outubro de 2013 às 08:18  

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