About Ensaios de amor
Mas isso é o que menos importa. O que realmente conta é o texto em si. Admito que, se não fosse a indicação feita por engano, eu nunca teria lido esse livro. E só segui até o fim porque são poucas páginas (200 na versão Pocket). Na verdade, Botton vai refletindo sobre o amor a partir de um relacionamento seu com uma ex-namorada que ele, no passado, acreditara que era o amor de sua vida. Qualquer pessoa que namorou sério por um longo tempo, foi casada ou viveu junto vai ler o livro até o fim pensando “eu já conheço essa história”, mas, pelo menos comigo, essa identificação não foi no sentido do “bah, que legal, é exatamente assim”, mas sim, no sentido “boring” do termo.
Acho que a fórmula não conta com um resultado comum a todos e acredito que as tentativas de tirar “lições” e de tentar definir sob um ponto de vista psicológico e filosófico o que “pode funcionar” e o que “não funciona – don’t work” é completamente falho e, inclusive, anti-filosófico, pois nada mais controverso do que tentar determinar matematicamente o ser humano a partir do prisma filosófico...
Alguns elementos abordados pelo autor você vai considerar básicos se você já parou pra pensar minimamente sobre o assunto: quando você está conhecendo uma pessoa, você tem todo um universo de possibilidades imagéticas do outro lado (que geralmente você preenche da maneira que melhor lhe convém): o passado, o presente, os sonhos para o futuro, as personalidades, o humor, o gosto, a personalidade, etc. Depois que você conheceu (e geralmente essa conclusão ocorre na famosa crise dos 7) não há muito espaço para a imaginação, e é aí que, por melhor que um possa ser com o outro, o troço vai ficando “boring” mesmo. Claro, há fórmulas e teorias que tentam trabalhar no sentido contrário, mas estou falando sobre a relação entre imaginário e relacionamentos... Ou seja, isso também não é uma fórmula matemática que se aplica a todo mundo, cada caso é um caso...
Por fim, não sei pra quem esse livro pode ser indicado, pois não indicaria nem para quem está caçando e nem para quem já viveu as mesmas situações que o livro retrata... Mas, por uma dessas questões mercadológicas da vida, quando foi lançado, em 1993, a obra foi um best-seller.
Estou tentando voltar à ativa no blog vagarosamente, mas como já disse aqui, estou escrevendo paralelamente para outros veículos bloguísticos, e está difícil sobrar um tempo à toa para escrever coisas sobre outras coisas sobre outras coisas....
Até o próximo surto de inspiração.
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