.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O acasalamento do homem-ave

Nós, humanos, não somos muito diferentes das aves. E não digo isso apenas pelas comparações clichês, como por exemplo, o homem que dá em cima de todas as fêmeas da espécie que é chamado de galinha, assim como a mulher que se oferece para muitos homens, ou o goleiro ruim que é chamado de frango, ou ainda o cara corajoso que é chamado de galo e as mulheres que falam muito de caturritas ou papagaios. Além dessas metáforas que fazem parte do conhecimento popular, cheguei à conclusão de que a espécie humana segue rituais parecidos com os das aves ao ver um documentário em um canal como National Geographic ou Animal Planet mostrando como ocorre o processo de acasalamento da bicharada.
Analisem os bichos e depois saiam para a noite que vocês vão entender do que estou falando. O documentário mostrava várias espécies de aves em seus mais diversos rituais de acasalamento. Em uma delas, por exemplo, os machos todos vão dançar ao redor da fêmea, que fica ali, requebrando e analisando os candidatos. Pois é. Na noite, vocês vão ver as fêmeas mais cobiçadas cercadas por machos tentando dançar desengonçadamente, todos a comendo com canto de olho, enfim, todos tentando chamar a atenção e ganhar a disputa que tem a deusa seminua carnuda como prêmio principal. De cara, tanto a fêmea ave quanto a fêmea humana já seleciona dois ou três machos, que são aqueles para quem ela dá uma breve espiadinha. Os outros estão eliminados. Então, os sobreviventes vão até o fim, dançando e, por vezes, até se estranhando, discutindo, se empurrando, quiçá brigando, até que ela se decida por um, que chega à felicidade com a efetivação do acasalamento em uma cama de motel ou ninho de árvore.
Já outras espécies, como o pavão, mostram a sua plumagem para a fêmea. Quem tiver a plumagem mais atraente, leva. Algumas fêmeas gostam de tamanho, outras da combinação das cores. No caso do pavão. Já no caso do ser humano, algumas gostam da beleza física, outras gostam da roupa, outras gostam do estilo, outras gostam do carro, outras do gostam do... bem, você sabe... Enfim, a plumagem do ser humano pode ser tudo isso. Mas, assim como no caso dos pavões, a fêmea mulher também terá uma vasta possibilidade de escolhas, pois vários homens tentam a seduzir com carro do ano, roupa de marca, o estilo descolado, o enchedor de saco da cueca, etc. E, por fim, ela vai escolher só um. Pelo menos um por vez. Ou não, também, hoje em dia, vá saber...
Mas não nos desconcentremos. Seguindo a relação homem-pássaro, tem-se ainda as espécies em que o macho tenta conquistar a fêmea pela voz. É o caso, por exemplo, Pisco de peito azul. Essa metáfora também é infinita. No caso do homem, pode ser um cantor que conquista a fêmea pela voz, de forma idêntica ao pássaro, ou ainda podemos metaforizar o troço dizendo que pode ser o cara que conquista pela conversa, pela lábia, pelo conteúdo, pela mentira ou até mesmo pela voz sexy. Porém, como em todos os outros casos, é uma fêmea tendo vários machos brigando por ela.
Enfim, independente da forma de acasalamento e da espécie (homem ou ave) o fato é que só os melhores sobrevivem. E nas duas espécies, um macho que canta, dança ou se exibe bem vai pegar várias fêmeas, enquanto os outros vão pegar as sobras e olhe lá. É a natureza inexplicável. Alguns tentam se adaptar, outros ficam indignados com o processo, e um terceiro e seleto grupo se consagra sem pensar sobre o assunto.
O fato é que isso tudo é fato e nada mais.

8 Comentários:

Postar um comentário

<< Home