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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Festas literárias

Desde domingo, quando perdi a voz comemorando o massacre aplicado ao dentuço pilantra no estádio Olímpico, estou em estado zen. O dinheiro acaba, aluno me manda e-mail reclamando da nota, minha pequena Larissa chora quando entra no consultório do pediatra, a patroa diz que a fralda está acabando, o cachorro do vizinho do lado não cala a boca, e mesmo assim não me estresso com nada. Estou em alfa: tudo está bem após lavar a alma no domingo. Pode chover, pode fazer sol de 40° que nada afeta meu humor.
Para completar esse clima de só alegria ainda estou nadando em livros, pois está acontecendo paralelamente feiras do livro em Pelotas e Porto Alegre. A de Pelotas visitei dias atrás e a de Porto Alegre vou bisbilhotar neste final de semana. É como se eu estivesse no paraíso. O único problema é que fico com vontade de comprar dezenas, quiçá, centenas de livros e não tenho dinheiro para isso, entretanto, um ou outro meu bolso ainda aguenta. E dessa vez nem estou esquentando muito com isso, pois tenho aqui uma pequena pilha, com mais de dez livros, esperando para serem lidos.
Entretanto, olhando os livros nas feiras vou aumentando minha lista de obras que pretendo ler antes de partir desta para a outra. O primeiro da lista, sem dúvida alguma, é o Hiroshima. Trata-se de uma grande reportagem, escrita para a revista New Yorker, em 1946, um ano após o término da primeira Guerra Mundial. O livro tem pouco mais de 100 páginas e conta os detalhes do absurdo cometido pelos Estados Unidos, que atirou bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki apenas para testar a funcionalidade do troço. E tem gente que ainda acha que os atentados de 11 de setembro é que foram absurdos...
Enfim, não quero estragar meu humor pensando nos yankees. Outros dois livros são de autores pelotenses. O primeiro se chama “A viagem que não acabou”, que também é um livro-reportagem, mas que aborda o acidente envolvendo o time do Brasil de Pelotas em 2009, resultando na morte de três pessoas, dentre elas, o ídolo do clube Claudio Millar. O segundo é “O pai invisível” de Kledir Ramil, aquele da dupla Cleiton e Kledir. Vi esse na feira do livro aqui de Pelotas e li a contracapa e achei interessante. No pequeno texto, Kledir está indignado porque a filha está namorando e o cara, além de pegar a guria, ainda pega emprestada as roupas dele. É um livro pequeno, daqueles que pelo jeito você lê em um ou dois dias. Já o clássico Satolep, de Vitor Ramil, já está aqui na estante, devidamente lido...
Ainda há outros que pertencem a minha interminável lista: As mulheres de Freud, uma biografia que aborda as diferentes personalidades das mulheres que cruzaram pela vida do pai da psicanálise; Leite derramado, do Chico Buarque; Budapeste, também dele; Animal tropical, do cubano Pedro Juan Gutierrez; Viver para contar, do Gabriel Garcia Marquez; Textos biográficos, do Charles Bukowski, e muitos, muitos outros.
Enfim, para ler tudo o que eu gostaria precisaria ficar só lendo pelos próximos 50 anos, algo completamente impossível, pois tenho que escrever, dar aulas, passear, ir ao banheiro, tomar banho, fazer minhas necessidades (apesar de que leio enquanto faço), assistir aos jogos do Grêmio, afogar o ganso, beber, conversar, viajar (também leio enquanto faço), dormir, pensar, descansar, amar, brincar com minha filha, bobear na internet, ouvir música, ver filmes, incomodar meus irmãos, etc, etc, etc... Portanto, já me dou por satisfeito com os livros que tenho aqui.
Encerro esse texto sugerido a todos que podem ir a uma dessas duas feiras literárias, que aproveitem, pois vale a pena. Os livros além de nos deixar menos burro, também melhoram o nosso humor e a nossa visão de mundo.
Um bom resto de semana a todos.

*Texto publicado nessa semana na Tribuna Regional.

3 Comentários:

  • Já li Leite Derramado e Budapeste! Abraço alemão.

    Por Blogger Marcos, às 2 de novembro de 2011 às 05:45  

  • Porra alemao! A historia das bombas atomicas nao era somente o teste delas, tem todo o contexto da segunda guerra e tal.
    Obviamente elas foram desnecessarias, pois quando explodiram os japa ja tavam quase rendidos, sem muita opcao. Penso eu que aquilo era jà o primeiro passo para a guerra fria, a demonstraçao do que poderia acontecer a quem (URSS) se opusesse aos EUA.
    Porra alemao, esses dias fui pra Curitiba e comprei 3 duma vez: O Castelo, do Kafka, Historia do cerco de Lisboa, do Saramago e Centauro no jardim do Scliar, quefaz tempo eu queria ler, visto que é tido como o melhor e mais representativo dele.

    Mas a verdade, todos sabem, como sempre, é outra e diversa.

    Por Blogger Zaratustra, às 3 de novembro de 2011 às 13:39  

  • porra alemões. acabei de chegar no ap da cartolina em poa e acabei de ir na feira do livro. porra, falando em guerra fria, comprei os ultimos soldados da guerra fria, do fernando morais, q vai ta domingo por aqui. e tb o viver para contar, do garcia marques, q tb fazia tempo q queria ler. o foda eh q vamos comprando os livros e eles vao acumulando na estante..e.euheuehuhe. pelo menos serve d enfeite por hora..auahuaha. mas um dia vamos le=los

    Por Blogger Eduardo, às 3 de novembro de 2011 às 15:42  

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