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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sonhos enigmáticos

Às vezes vejo a minha Bilula dormindo e fico pensando no que ela estará sonhando. Às vezes ela faz cara de medo, às vezes fica eufórica, às vezes dá risada. Tudo dormindo. Pois, após dez meses e meio de convivência com ela do lado de fora da barriga, começo a especular sobre os seus sonhos. Imagino que, quando ela fica muito agitada, pulando, feliz da vida, ela está sonhando com um cachorro. Ou au-au, como ela diz. Basta ela ver um ser canino que entra em estado de êxtase, esperneia, grita, pula, faz uma verdadeira festa. De repente, em seus sonhos infantis, ela está cercada por au-aus, de todas as raças e cores, de todos os tamanhos e humores, au-aus brabos, felizes, tristes, alegres, mansos e bravos. Então, em meio ao sonho, ela conversa com todos eles, na Cachorrópolis imagética. Ela brinca, corre atrás deles, puxa o rabo, a orelha, a língua, os dentes, morde, assopra, faz folia, diz au-au... Esse é um sonho feliz para a minha Bilulinha.
Já quando ela chora ou resmunga enquanto dorme, aparentando ter medo, imagino que ela sonha que chegou ao consultório médico. Basta ela entrar na sala da pediatra, que ela abre aquela boquinha e literalmente põe a goela no mundo. Basta ver a médica de longe que chora por 10, 15 minutos, até meia hora, ininterruptamente, a todo o volume. E não se cansa. Não para. Chora, chora e chora. Escorrem litros de lágrimas de seus olhinhos e os seus berros atingem os mais altos níveis de decibéis. Quem sabe, nos seus sonhos fantásticos, ela está comendo brócolis (sim, a comida preferida da minha Bilula, do alto dos seus 10 meses de idade, é brócolis) quando a doutora chega e, após soltar uma risada maquiavélica, ao melhor estilo bruxa de histórias da Disney, toma, sem dó nem piedade, um cacho de brócolis das mãozinhas minúsculas e indefesas dela. Então, ela chora, chora e chora. É um pesadelo...
Outra possibilidade de sonho é justamente a que ela está comendo brócolis. Ou melhor, está em meio a uma plantação infinita de brócolis. É brócolis que não acaba mais. Então, ela engatinha por meio da plantação, dizendo “tatatata, papapapapa, bababababa”, enquanto colhe um brócolis aqui, outro ali, para degustá-los tranquilamente.
Outro sonho recorrente, imagino, é quando ela está andando de caixinha de papelão. Provavelmente, em sua imaginação criativa, ela está em meio a uma corrida de caixas de papelões, com outros bebês. Ela lidera o GP de Cachorrópolis, que conta com milhares de cães nas arquibancadas, quando, de repente, o Bernardo, o vizinho aqui do lado, a ultrapassa na curva antes da reta final. Porém, quando ele assume aponta, ela liga o seu turbo-vovô e saí a mil, ultrapassando o Bernardo na reta final, vencendo o Grande Prêmio de Cachorrópolis. No pódio, ela abre a sua mamadeira cheia de leite e dá um banho nos outros bebês, antes de tomá-lo...
Enfim, enquanto fico tentando adivinhar os sonhos da minha Bilulinha, fico curtindo essa fase maravilhosa, que merece ser aproveitada a cada segundo, pois, o tempo nunca volta atrás. Como sempre, já sinto saudades antes que essa fase passe...
Hasta!

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