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domingo, 18 de setembro de 2011

Altos e baixos de Satolep

Estou morando em Pelotas há dois meses. Já me acostumei com o vento, com a umidade e com o clima mais frio do que o da minha região (as Missões). Também já conheci a torcida Xavante dando espetáculo no Bento Freitas, já vi um Bra-Pel, já senti que o povo daqui gosta muito de pagode e de cães. Também já percebi que os pelotenses valorizam a literatura, inclusive, participei com muita honra da reunião da Academia Pelotense de Letras, na última quinta-feira. Tive a felicidade de conhecer a presidente da entidade, Zenia De Leon Soares, e outros acadêmicos, que me deram uma mini-aula sobre literatura pelotense e literatura e história em geral. Já li o Satolep, do Vitor Ramil, e já estou louco para ler o Pelotas - Casarões Contam Sua História, da própria professora Zenia. Aliás, já admirei os muitos prédios antigos e históricos da cidade, que são encantadores, principalmente para quem gosta de arquitetura e de história.
Enfim, tenho muitos elogios a fazer para Pelotas e aos pelotenses. Entretanto, nem tudo é mar de rosas. Percebi que o comércio da cidade é muito forte, empregando milhares de pessoas que atendem ao borbulho de consumidores que se aglomeram pelo centro diariamente. Porém, talvez pelo excesso de demanda, ou por falta de preparo mesmo, até o momento estou considerando o atendimento em boa parte dos estabelecimentos comerciais como verdadeiras comédias circenses, onde você, consumidor, é o palhaço da história. E o mais curioso: muitos deles têm a cara de pau de descumprir o que está no Código de Defesa do Consumidor exibindo um cartaz onde está escrito: aqui você pode consultar o Código de Defesa do Consumidor.
Inclusive, poucas horas antes de escrever esse texto, aconteceu algo que já tinha ocorrido outras vezes em outros estabelecimentos comerciais da cidade. Cheguei a uma filial de uma grande empresa nacional, que vende antenas para TV e presta serviços de canais de assinatura, e o atendente (era só um) estava conversando sobre assuntos particulares com uma moça. Tudo bem, fiquei ali esperando, com cara de tacho, pensando na vida, até que cansei de ficar em pé, e sentei. Assistia a conversa dos dois. A moça contava sobre o sogro e o cunhado. Parece que não se acertavam muito, mas não consegui entender o motivo. Olhava da cara da cliente para a cara do atendente e da cara do atendente para a cara da cliente. E eles nem aí pra mim. Levantei, dei uma volta, olhei as antenas e aparelhos que estavam na vitrine e voltei a sentar. Nisso, chegou outro homem. Também ficou ali, de telespectador por alguns minutos da conversa entre o atendente e a moça. Fiquei pensando: “nossa, eu poderia marcar uma festa aqui, já que ninguém está me percebendo. Poderia vir aqui para sentar, ler, tomar um chimarrão, fazer exercícios. Enfim, é um local onde você pode chegar, sentar, fazer o que quiser que ninguém da a mínima para você mesmo”. Depois de um bom tempo, acabou o assunto entre os dois e o atendente finalmente me perguntou, meio a contragosto: “e para você”. Confesso que tive vontade de dizer: “Pra mim nada, e pra você?”. Ou senão: “nada não, é que quando eu não tenho nada para fazer em casa gosto de sair por aí, entrar nas lojas e ficar olhando para as paredes...”. Enfim, uma espécie de reencarnação do seu Saraiva. Mas, respirei fundo, contei até mil e conversei civilizadamente.
Essa foi apenas uma situação. Mas houve outras, em outras lojas, com outros vendedores. Não sei se fazem isso porque são donos do próprio negócio, ou se porque ganham pouco e descontam nos clientes, mas o fato é que, da minha parte, só posso orientar a todos para, quando passarem por isso, saírem da loja e ir para a concorrente. Outras vezes eu cheguei a pensar em, de fato, exigir os meus direitos de outra forma, mas não tenho muita paciência pra isso. Por enquanto estou me contentando em só ironizar o que, teoricamente, seria irinorizável (permitam-me criar essa palavra) e a curtir as coisas boas de Pelotas, como os doces, as pelotensas (permitam-me também criar mais essa palavra), a praia do Laranjal, etc.

4 Comentários:

  • tchê, não tenho passado muito pelo comércio pelotense, devido à crise financeira que assola minha estada por aqui, mas nas poucas vezes e nos poucos lugares onde fui, fui bem atendido.

    Mau atendimento tem em todo lugar, porque em tudo que é cidade, tem gente despreparada. Enfim... acho que tu deu foi azar, ou faltou se meter mesmo na conversa deles... hahahaha

    agora, sobre outras coisas que tu falou ali, tava pensando esses dias: "como venta nessa cidade!"

    Credo cara, tem dia que parece que a minha janela vai voar... é muito vento, pior que Cruz Alta, onde morei por quatro anos e acabei apelidando de "Capital do Vento". Mas agora esse título foi conquistado por Pelotas... incrível.

    Ah, eu to completando 3 meses aqui... hehehe...

    Abraço ae manolo!

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 18 de setembro de 2011 às 19:21  

  • calma duduzinho tu eh mto estressadoo, relax, take it easy!! huahuahua

    Por Blogger Carolina, às 19 de setembro de 2011 às 10:46  

  • Mau atendimento tem em toda parte!
    Eu já estou mais velho e mais ranzinza, então quando sou mal atendido ou sofro algum estresse no comércio, não fico mais quieto!
    Reclamo e deixo bem claro que vou influenciar as outras pessoas pra não comprarem naquele local.
    Tem funcionado. Abraço alemão da Bilulinha!

    Por Blogger Marcos, às 20 de setembro de 2011 às 17:28  

  • Concordo c/o Marcos, tem mau atendimento em tds as cidades. Costumo dizer q fiquei "invisível". Eu geralmente saio (bufando)....rsrsrs.... mas não te estresse, não vale a pena...

    Por Blogger Nara Miriam, às 23 de setembro de 2011 às 06:32  

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