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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A mulher do próximo – O retorno

Como prometi, vou explicar brevemente o motivo do livro de Gay Talese se chamar “A mulher do próximo”. Como destaquei em outro post, até a página 100, Talese fica falando mais da questão da censura literária contra a pornografia, nas décadas de 1940 e 1950, e a história do fundador da Playboy. Depois, como diriam os Mamonas, é que começa a baixaria. Mas é uma baixaria sem palavrões. É na categoria.
A partir de então, ele passa a contar histórias de comunidades de amor livre, onde ninguém é de ninguém, nos Estados Unidos da década de 1960. Vou resumir uma das histórias mais interessantes, mas com as minhas palavras e minha linguagem não tão delicada quanto a de Talese.
Um cara, chamado Mularo, era casado com uma mulher, chamada Judith. Antes de chegar a esse ponto, Talese já contou toda a história da vida deles, inclusive, o primeiro casamento de cada um. Mas enfim, Mularo e Judith são casados e têm filhos. Mularo é o típico pai de família, conservador sob certo aspecto, e que pega mulheres por fora. Até que ele começa a ter um caso com Barbara. Nesse momento do livro, Barbara é solteira. Entretanto, numa dessas, ela conhece John Williamson, e casa-se com ele. Para facilitar a vida do leitorinho brasuca vou chamá-lo apenas de John (João já é demais!). Enfim, a partir disso, Barbara deixa de ver Mularo. Ele até insiste, telefona, etc e tal, mas nada. Até que um dia, Barbara liga para Mularo e os dois vão para um motel. O tempo passa, e eles seguem se vendo, e Barbara vai explicando para Mularo que está em um casamento aberto: ou seja, ela pode sair e dar para quem quiser, e John idem. Aliás, a filosofia foi proposta pelo próprio John. Mularo não acredita muito no papo, mas enfim, segue comendo Barbara. Nessas alturas do livro, Talese já contou o passado de todos os envolvidos e seus relacionamentos anteriores, de seus descendentes, etc.
A história vai indo, até que um dia John liga para Mularo, que se caga de medo. Marcam um almoço. No trajeto, ele acha que John vai querer matá-lo por estar comendo sua mulher. Entretanto, John não só aceita a situação e acha bom, como convida Mularo para visitar o “grupo de encontros” que ocorria em sua casa. Mularo pensa então: “por que não?” e acaba indo, achando-se o cara mais esperto do mundo. A coisa toda vai indo, Mularo acha o encontro o máximo, porque ele pode comer as mulheres que participam dos encontros, e que geralmente estão nuas pela casa. Nesse momento, ele acha que a sua vida está perfeita: está comendo um monte de gente, Judith nem desconfia da zona toda e assim a coisa vai indo. Porém (sempre tem o porém) numa bela tarde, John liga para Mularo, mas é Judith quem atende. John convida Judith e Mularo para jantarem em sua casa, e Judith topa, achando que é um jantar em família. Mularo fica desesperado, mas não sabe como cancelar o jantar, porém, tem a idéia de prevenir a esposa sobre os encontros, dizendo que “ouviu falar no escritório que as pessoas ficam nuas na casa de John”. Judith acha o papo ridículo, e eles vão ao jantar.
Ao chegarem à casa de John, uma surpresa: estão todos vestidos e agindo normalmente, conversando sobre trivialidades da vida, etc. No meio do jantar, Judith diz algo como “e o Mularo que disse que no escritório falaram que vocês ficavam pelados! Rará! Vejam vocês....”. E todos na mesa se olham com cara de Garfield e respondem: “mas nós ficamos pelados...”. A partir daí, tudo é contado para Judith, que é descrita como uma mulher, até então, conservadora. O caso de Mularo com Barbara e as outras aventuras sexuais são revelados em todos os detalhes. Judith entra no embalo e conta que já traiu Mularo com um negão. John propõe para que o casal participe do grupo de amor livre, que vai contra a idéia de posse causada pelo matrimônio e defende a idéia de liberdade para a felicidade. Mularo se desespera com a situação, mas Judith, sem ter o que perder na história, aceita. Para testar a sinceridade de Judith, John manda uma mulher gostosa ir com Mularo para o quarto, e lá, eles transam. Quando a gostosa começa a gemer, Mularo ouve o choro de Judith na sala ao lado e brocha. Depois ele se recupera, e termina o serviço.
Tudo está meio maluco, até que num outro encontro Mularo recebe contragolpe. Ao sair do quarto em que estava com uma mina, vê John transando com Judith no meio da sala. A cena é traumatizante, e Mularo pensa em matar John, mas, com o desenrolar da história, desiste da idéia. Depois, resumindo, Judith se apaixona por John, para desespero de Mularo, que só quer Judith e mais ninguém.
Enfim, vou parar por aqui, senão vou contar todo o livro. Porém, vale lembrar, que essa e as outras histórias são reais, inclusive com os nomes verdadeiros de todos os envolvidos. Pronto, preguiçoso leitorinho. É isso. Hasta!

12 Comentários:

  • Porra alemao! parece bom mesmo o livro

    Por Blogger Zaratustra, às 7 de dezembro de 2010 às 04:41  

  • legalllllllll

    Por Blogger Carolina, às 7 de dezembro de 2010 às 05:40  

  • Tô pensando seriamente em ler esse livro. Mas, se você se interessa por esse assunto, umas dicas: assista Tempestade de Gelo, do Ang Lee, ou leia alguns livros do John Updike, como Casais Trocados ou os dois últimos volumes da série Coelho (Coelho Corre e Coelho Cresce). Fala bem de como a liberação sexual setentista foi (mal) assimilada pelos conservadores e puritanos e acabou fundindo a cabeça de muitos casais americanos. Ah, tem também O Verão de Sam, filme do Spike Lee, onde John Leguizano e Mira (delícia) Sorvino fazem um casal que resolve entrar nessa. O que eu acho a respeito disso é o seguinte: em tese, é lindo, mas a verdade é que bem poucos cabras no mundo têm estômago pra ver a mulher que ele realmente ama tomando vara de outro sujeito (e gostando!) sem ficar puto da vida. Eu não tenho. Por isso, prefiro lidar com o peso da monogamia a ter de acertar contas com dois milênios de moral judaico-cristã. Ah! Lembrei de mais dicas: Três Formas de Amar, de Andrew Fleming (engraçado, simples e eficiente) e Os Sonhadores, do Bertolucci. Na mesma linha, tem o Procura-se Amy, do Kevin Smith. Ih, caralho! Tem A insustentável leveza do ser também, o livro do Kundera que virou o filme nas mãos do Philip Kaufman! (O livro é melhor, mas o filme tem a Juliett Binoche, lindíssima, como sempre!). Tô gostando das tuas resenhas. Keep writing!

    Por Blogger ababeladomundo, às 7 de dezembro de 2010 às 06:16  

  • http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/841925-gravidas-que-usam-celular-correm-mais-riscos-de-ter-filhos-com-transtornos.shtml
    minha afilhada não vai usar celular tão cedo
    (não consegui postar no orkut então vai aki mesmo)

    Por Blogger Carolina, às 7 de dezembro de 2010 às 08:10  

  • pow abebelado, anotei aqui todas as sugestões! e quando vai volta a ativar teu blog, cacete?? faloww aeh!

    Por Blogger Eduardo, às 7 de dezembro de 2010 às 14:38  

  • E o Goias, eihn Alemão? Todo aquele esforço e vai sobrar a Sulamericana.....

    Por Blogger Silvério, às 7 de dezembro de 2010 às 15:10  

  • porra, quem essa mala desse silvério???? mas que bah!

    Por Blogger Eduardo, às 7 de dezembro de 2010 às 15:40  

  • Esse comentário seu foi uma dica pra eu parar de escrever textos gigantescos na tua caixa de comentários, não foi? Ok, entendi. Vou fazer voto de silêncio aqui também. Abração.

    Por Blogger ababeladomundo, às 7 de dezembro de 2010 às 16:20  

  • porra, ababelado, ta paranoico agora? eu mereço....
    comenta aeh, caralho, e escreve no teu blog justamente pq tu escreve bem, seu retardado! alias, tu não me deve um texto pro meu blog??

    Por Blogger Eduardo, às 8 de dezembro de 2010 às 05:12  

  • Quanto ódio nesse coração. Tu não tá falando com o Arion não, rapá! Mais respeito! Mas tava sacaneando, não vou parar de comentar, não. E eu sei que tô te devendo um texto. Mas eu realmente ando meio preguiçoso pra escrever. Comentar é melhor. Dá menos trabalho.

    Por Blogger ababeladomundo, às 8 de dezembro de 2010 às 07:46  

  • Oh alemão, isto é forma de tratar as visitas? Tu reclamas que o pessoal só comenta os textos de putaria e nada de futebol....e no mais o Goias ajudou o Grêmio....agora é a inter .... torcer para o campeão de tudo não ser o primeiro bi-mundial Fifa. Já imaginou?

    Por Blogger Silvério, às 9 de dezembro de 2010 às 14:12  

  • ma silvérrriiiiioooo! como diria aquela música: "sonhaaaaar, não custa nadaaaaaa". time que perde do mazembe vai ser campeão de que?? ahahhahahahaha

    Por Blogger Eduardo, às 16 de dezembro de 2010 às 11:51  

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